23 de agosto de 2011

Últimas notícias sobre a Guerra na Líbia de Kadafi.

Rebeldes conseguem entrar em quartel-general de Kadafi em Trípoli


Centenas de rebeldes líbios invadiram nesta terça-feira o quartel-general do líder Muamar Kadafi na capital do país, Trípoli. Os rebeldes, que combatiam ao redor do complexo desde segunda-feira, conseguiram entrar no local após romperem um portão.
Rebeldes disseram que os confrontos acabaram e que "já podem até nadar na piscina" do complexo, segundo a emissora americana CNN. No entanto, há relatos de que tiros ainda podem ser ouvidos enquanto os rebeldes comemoram gritando "Deus é grande" e "A vitória está aqui". Um prédio histórico teria sido queimado no complexo, onde os rebeldes fazem buscas em cada cômodo.
Ainda segundo a CNN, os rebeldes teriam contado com a ajuda de ataques aéreos da Otan que atingiram alvos dentro do complexo em Bab al-Aziziya, na capital. Não há informações sobre se Kadafi está no local, mas, segundo a BBC, há uma enorme rede de túneis subterrâneos na cidade que poderia ser usada pelo líder.

Pouco antes da invasão, a agência russa Interfax anunciou que, durante conversa por telefone, Kadafi teria dito que está em Trípoli e não tem intenções de deixar a Líbia. A informação foi dada pelo russo Kirsan Ilyumzhinov, presidente da Federação Internacional de Xadrez (Fide), que disse ter conversado com o líder líbio ao telefone.
"Estou são e salvo. Estou em Trípoli e não tenho intenções de abandonar a Líbia. Não acreditem nas informações falsas das emissoras de televisão ocidentais", disse Kadafi a Ilyumzhinov segundo a agência russa. Ilyumzhinov encontrou-se pessoalmente com Kadafi em junho, quando os dois disputaram uma partida de xadrez.
De acordo com Ilyumzhinov, que já foi governador da região russa de Kalmykia, a ligação foi iniciada por Mohammed, o filho mais velho de Kadafi. Segundo o russo, o primogênito do líder líbio lhe disse que estava em Trípoli, com o pai. Mohammed também afirmou: "Nossas forças estão expulsando os ratos da cidade", referindo-se aos opositores.
Herdeiro reaparece
Os combates entre forças leais a Kadafi e rebeldes se intensificaram nessa terça-feira. Em meio a um clima tenso, com tiros e explosões registradas em diversas áreas, ambos os lados afirmaram ter o controle da maior parte da capital. O clima de euforia diminuiu sensivelmente após a aparição de Saif al-Islam Kadafi, filho do líder líbio, um dia depois de o Tribunal Penal Internacional (TPI) ter confirmado alegações dos rebeldes de que ele havia sido capturado.
Conduzido por um veículo blindado, Saif fez uma aparição no hotel onde estão hospedados jornalistas estrangeiros e disse que seu pai está a salvo em Trípoli. "Nós quebramos a espinha dos rebeldes", afirmou. "Era uma armadilha. Nós os fizemos passar por maus bocados, então estamos ganhando."
A aparição de Saif pareceu dar nova energia às forças leais a Kadafi. O porta-voz do governo, Moussa Ibrahim, afirmou, na rede de TV líbia Al-Urubah, que Kadafi tem o controle de pelo menos 75% de Trípoli. Na noite de segunda-feira, os rebeldes alegaram estar em controle de cerca de 80% da capital.
Até agora, não está claro se o filho de Kadafi foi detido e depois libertado ou se ele chegou mesmo a ser preso em algum momento. Nesta terça-feira, um porta-voz disse que o TPI nunca teve confirmação "oficial" sobre a detenção de Saif. No entanto, na segunda-feira autoridades do tribunal anunciaram estar em contato com os rebeldes para negociar a extradição do herdeiro de Kadafi para Haia.
A prisão de Saif também havia sido confirmada por Mustafa Abdul Jalil, chefe do Conselho Nacional de Transição (CNT, órgão político dos rebeldes líbios). Ele também havia confirmado a prisão no domingo de Mohammed, outro filho de Kadafi. Além disso, a TV Al-Arabiya anunciou que o terceiro filho de Kadafi, Saadi, cuja prisão havia sido anunciada no domingo, foi preso na verdade nesta segunda-feira.
Posteriormente, porém, a rede de TV Al-Jazeera informou que forças governistas ajudaram Mohammed, o filho mais velho do ditador árabe que era encarregado das telecomunicações líbias, a escapar da prisão domiciliar em que era mantido. A informação foi confirmada à rede de TV americana CNN pelo diplomata líbio Ali Suleiman Aujali, que renunciou ao cargo de embaixador da Líbia em Washington ao romper com Kadafi no fim de fevereiro.
Pressão internacional
Nesta terça-feira, o ministro das Relações Exteriores da França, Alain Juppé, advertiu que "a vitória não está completa" ainda na Líbia e considerou que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) deve permanecer alerta.
"O regime está à beira de afundar, mas ainda há focos de resistência. É preciso manter a pressão. A Otan deve permanecer alerta para chegar até o fim desta operação", assinalou o chefe da diplomacia francesa à rádio Europe 1.
O ministro francês considerou que "a França teve um papel determinante" na operação, tanto "no plano político como no militar", no qual, junto com os britânicos, forneceram "entre 75% e 80%" dos meios mobilizados pela aliança atlântica.
Também nestar terça-feira, mais três países árabes reconheceram o CNT como autoridade legítima da Líbia: Marrocos, Omã e Bahrein.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores de Omã fez um apelo para que os rebeldes mantenham o controle no país, impedindo um cenário de caos e desordem.
A agência de notícias oficial do Bahrein expressou a "esperança" de que o CNT possa liderar a Líbia por um caminho de estabilidade e reconstrução.
Com BBC, AP, AFP e EFE

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