22 de novembro de 2011

EUA anunciam novas sanções contra setor de energia do Irã

O Departamento do Tesouro também nomeou o país persa como área 'de preocupação primária para lavagem de dinheiro'

Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira novas sanções contra os setores de energia e pertroquímico do Irã que punirão qualquer um que ajudar a República Islâmica a desenvolver e expandir seus recursos petrolíferos, afirmou a Casa Branca.
A mais recente medida dos EUA pretende aumentar a pressão sobre Teerã depois que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da Organização das Nações Unidas (ONU) levantou novas preocupações sobre as possíveis dimensões militares do programa nuclear iraniano.
Foto: AP
Hillary Clinton concede coletiva sobre sanções contra Irã
O Departamento do Tesouro também nomeou o Irã como área "de preocupação primária para lavagem de dinheiro" nesta segunda-feira e o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, alertou bancos globais a terem cuidado ao fazer negócios que ajudem ao programa nuclear iraniano. "Instituições financeiras ao redor do mundo devem pensar firme sobre os riscos de realizar negócios com o Irã", afirmou Geithner em comunicado preparado.
Em aparição conjunta com Geithner no Departamento do Estado para anunciar novas sanções norte-americanas, a secretária de Estado Hillary Clinton disse que a designação mostrou o risco de qualquer transação financeira com o Irã. Ela acrescentou que o Irã continua a desrespeitar as exigências internacionais relacionadas com seu programa nuclear.
Segundo Clinton, as indústrias petroquímicas, petrolíferas e de gás seriam alvo das sanções além dos setor financeiro. Ela disse também que os EUA esperavam "sanções adicionais" de outros países nos próximos dias.

Irã 'escolheu' isolamento
Em comunicado escrito, Obama classificou o "setor bancário inteiro do Irã - incluindo o Banco Central - como uma ameraça aos governos ou instituições financeiras que fazem negócios com bancos iraniano"

O presidente americano afirmou que o Irã escolheu o isolamento no cenário internacional. "Depois da minha posse, disse claramente que os Estados Unidos estavam prontos para iniciar um novo capítulo com a República Islâmica do Irã, oferecendo ao governo iraniano uma oportunidade clara: eles poderiam cumprir com suas obrigações internacionais (...) ou ignorá-las, mas o Irã escolheu o caminho do isolamento internacional", disse Obama em um comunicado.
"Na medida em que o Irã segue por este perigoso caminho, os Estados Unidos continuarão buscando formas, tanto de acordo com os nossos sócios como através de nossas próprias ações, para isolar e aumentar a pressão sobre o regime iraniano".
Os Estados Unidos já haviam aplicado sanções contra dezenas de agências governamentais do Irã por conta de seu programa nuclear.

Reino Unido e Canadá
Além dos EUA, o Reino Unido e o Canadá também aplicaram novas sanções

Em comunicado, foi anunciado que todas as instituições financeiras e de crédito britânicas estão requisitadas a cortar todas as transações com as instituições bancárias, incluindo o Banco Central do Irã. De acordo com o ministro das Finanças britânico, George Osborne, há evidências de que os bancos iranianos financiam o programa de armas atômicas do país.
 
"O governo britânico acaba de anunciar novas sanções contra o Irã. Cessamos com todos os contatos entre o sistema financeiro britânico e o sistema bancário iraniano", declarou. Essa é a primeira vez que o Reino Unido usa poderes criados sob a Lei de Contraterrorismo de 2008 para isolar o sistema bancário de um país dessa forma.
Seguindo a tendência do Reino Unido, o Canadá também anunciou mais sanções ao Irã . De acordo com o ministro de Relações Exteriores John Baird, a nova rodada de medidas contra o país persa proíbe quase todas as transações financeiras com o governo iraniano.

Apesar do relatório da AIEA, o caso iraniano não foi levado para o Conselho de Segurança da ONU para mais sanções porque a Rússia e a China se opõem à medida. Juntamento com EUA, Reino Unido e França, Rússia e China são membros permanentes do órgão, com direito a veto.

Irã rejeita participar de encontro
Em meio ao aumento das tensões por seu programa nuclear, o Irã se absteve nesta segunda-feira de participar em uma reunião sobre uma zona sem armas nucleares no Oriente Médio promovida pela AIEA.
A não participação do Irã na conferência, programada há vários meses pelo diretor geral da agência nuclear da ONU, Yukiya Amano, constitui "nossa primeira reação depois de sua ação inadequada e falhas cometidas no relatório sobre o Irã", declarou o embaixador iraniano na AIEA, Ali Asghar Soltanieh, ao canal iraniano Al-Alam.
Em seu relatório mais severo sobre o programa nuclear do país, a AIEA apresentou uma série de elementos que indicam que o Irã tem trabalhado para produzir armas atômicas. As conclusões têm como base oito anos de investigação.
Nesse contexto, o conselho de ministros da AIEA adotou na sexta-feira uma resolução na qual pede a cooperação plena da República Islâmica com a agência, mas sem fixar prazos e sem recorrer ao Conselho de Segurança da ONU. As potências ocidentais, favoráveis a novas sanções, tiveram que acomodar as posições de Rússia e China.

Fontes:  IG  Com AP e Reuters

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