12 de novembro de 2011

Liga Árabe anuncia suspensão da Síria e pede sanções contra país

Suspensão, que entra em vigor na 4ª-feira, ocorre após Damasco descumprir acordo com organização; Síria diz que decisão é 'ilegal'


Foto: AP 
Yussef al-Ahmad, embaixador sírio na Liga Árabe, participa de reunião emergencial no Cairo que determinou suspensão de Síria de organização
A Liga Árabe decidiu em votação neste sábado suspender a Síria dentro de quatro dias das atividades da organização, alertando que o regime de Bashar al-Assad pode enfrentar sanções se não puser fim à repressão sangrenta contra os protestos antigoverno. A decisão é uma derrota simbólica para uma nação que se orgulha de considerar-se o exemplo do nacionalismo árabe.
Em coletiva após a reunião extraordinária entre os ministros de Relações Exteriores da Liga Árabe no Cairo, o chanceler do Catar, Hamad bin Jassim al-Thani, afirmou que a decisão se deve ao descumprimento pela Síria de acordo feito com a Liga Árabe, que previa que o regime acabaria com a violência envolvendo forças de segurança e manifestantes civis que protestam desde março. "Não houve uma resposta total e imediata da Síria ao plano árabe."
A Liga pediu "sanções econômicas e políticas contra o poder sírio" por sua negativa de aplicar o plano de saída da crise apresentado pela organização dos Estados árabes, disse.
A Síria reagiu afirmando que a suspensão "é ilegal e contrária ao tratado" da organização. "Essa é uma decisão que põe fim à ação árabe comum e prova que a administração (da Liga) segue um programa ditado pelos americanos e ocidentais", afirmou o embaixador sírio Yussef Ahmad.
Com a suspensão da Síria de "todas as organizações da Liga Árabe", como estipula a resolução adotada na reunião, cumpre-se uma das principais demandas da oposição ao regime do presidente Assad.

Presidente rotativo do Conselho da Liga Árabe e líder do grupo de contato sobre a Síria, o chanceler do Catar disse também que a Liga Árabe pretende fornecer proteção aos civis sírios para evitar mais vítimas da repressão de Damasco, "em coordenação com as organizações de direitos humanos e a ONU".
Thani disse que a Liga concordou também em retirar os embaixadores árabes da Síria, mas fez a ressalva de que essa é uma decisão soberana de cada país. A organização decidiu pedir à oposição síria que se reúna nos próximos três dias no Cairo para analisar sua visão sobre o período de transição política.
A resolução deste sábado, que ficará em vigor até que Damasco cumpra o acordo com a Liga, foi aprovada por 18 membros da entidade, com o voto contrário da Síria, Líbano e Iêmen e a abstenção do Iraque.
Em relação a preocupações de que a decisão poderia abrir caminho para um intervenção internacional nos moldes da Líbia, Thani disse que "ninguém está falando sobre uma zona de exclusão aérea".
A decisão acontece enquanto novembro se torna o mês mais sangrento desde o início do levante, há oito meses. Mais de 250 civis sírios morreram nos últimos 11 dias enquanto o regime mantém um cerco feroz à cidade rebelada de Homs. A ONU estima que cerca de 3,5 mil morreram na Síria desde o início da revolta, inspirada nas mobilizações populares no Egito e Tunísia.
Na sexta-feira, militantes pró-democracia se mobilizaram mais uma vez para exprimir o descontentamento com o regime de Bashar al-Assad, acusado pela organização Human Rights Watch (HRW) de "crimes contra a humanidade".



Foto: AP
Reflexo de manifestantes contrários ao presidente sírio, Bashar al-Assad, é visto em óculos durante protesto em frente de sede da Liga Árabe no Cairo
Fonte: Último Segundo*Com EFE, AP e AFP

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