29 de junho de 2012

Ventos da Revolução estariam seguindo para a América do Sul?

   UND: Voltando a nossa região e com atenção redobrada para os acontecimentos no Oriente Médio, destacamos também  a tensão interna na nossa vizinha Bolívia.
Onde  policiais militares amotinados que querem melhorias para a categoria, protestam contra o governo boliviano. As tensas negociações entre policiais e governo prosseguem por todo o país.     

Isso traz a baila rumores de um Golpe de Estado contra o governo devidamente constituído de Evo Morales.

Há dias atrás uma bem estranha manobra política arrancou do poder, em pouco tempo ,Fernando Lugo então presidente do Paraguai.

É caso para os demais governos da região ficarem de orelhas em pé, pois ao que tudo indica pode estar havendo um esforço para verem governos da região sendo substituídos por meios pacíficos ou não. Utilizando-se de ferramentas baseadas nos espectros  de leis e conchavos políticos particulares de cada país, visando chegar a este denominador comum.

  

Governo boliviano prevê movimento conspirador

Segundo o governo nacional e oito dos nove governadores do país, há um plano arquitetado por policiais, que querem se aproveitar da chegada à cidade da marcha indígena, para desestabilizar o presidente Morales.

A reportagem é de Sebastían Ochoa, publicada no jornal Página/12, 27-06-2012. A tradução é do Cepat.

Enquanto negocia com os representantes da Associação Nacional de Suboficiais, Sargentos, Classes e Policiais (Anssclapol), o governo de Evo Morales denuncia manobras desestabilizadoras. Ontem, os governadores de oito dos nove departamentos bolivianos se reuniram para ler um pronunciamento em defesa do presidente, que adverte sobre o risco de um golpe de Estado.

“Condenamos e repudiamos os afãs e propósitos de grupos conspiradores e sediciosos que estão gerando violência e cujos atos estão orientados para desestabilizar o processo democrático, promovendo um golpe de Estado”, disse o governador de La Paz, César Cocarico.

Segundo o governo nacional, há um plano arquitetado por policiais, que querem se aproveitar da chegada à cidade da marcha indígena, para desestabilizar o presidente Morales. “Existem grupos organizados que pretendem desestabilizar o processo democrático, que tem custado o sangue e luto de todos os bolivianos e bolivianos”, leu Cocarico.

No entanto, os amotinados dizem que rejeitam a possibilidade de promover um golpe de Estado. A Polícia Nacional completou seu sexto dia de motim, em todo o país, enquanto continua em negociações com o governo em prol de suas demandas. O principal entrave está na exigência de aumento salarial, no intuito de que o salário mínimo policial seja de trezentos dólares. Porém, o ministro da Economia disse que os números não fecham.

Apesar da tão ampliada ausência da força de ordem no país, majoritariamente prevalece a tranquilidade. Está previsto, para hoje, que chegue à cidade a Nona Marcha Indígena, trazendo para o presidente uma série de reivindicações. Do Palácio Quemado foi solicitado que adiem a chegada até que seja solucionado o conflito com a chamada instituição verde-oliva.

Os indígenas da Nona Marcha encontram-se há dois dias em Urujara, que fica a dez quilômetros do Palácio Quemado. Eles não querem entrar até que o governo e a Polícia Nacional solucionem suas contendas. Além disso, negam ter algum tipo de contato com os fardados, já que estão ressentidos desde a repressão policial à Oitava Marcha Indígena, em 25 de setembro de 2011, em Chaparina, departamento de Beni.

“Nossas mobilizações jamais foram para derrubar governos. Ao contrário, têm sido para reconduzir as políticas dos governos, que estão se equivocando”, disse, no frio implacável de Urujara, Fernando Vargas, presidente da Subcentral de Comunidades do Território Indígena Parque Nacional Isiboro Sécure (Tipnis), por onde Morales quer construir uma estrada que conta com a oposição da marcha.

Porém, os governadores não acreditam nos indígenas. “Eles têm desmentido supostos interesses golpistas, mas, no entanto, são setores que estão instigando, que querem gerar violência ou confronto e que buscam, além disso, mortos para dizer que o governo é o culpado”, destaca o comunicado assinado por todos os governadores, menos pelo de Santa Cruz. Cocarico esteve ladeado por Edmundo Novillo, de Cochabamba; por Haisen Rivera, aliado do MAS, porém militante do Movimento Nacionalista RevolucionárioMNR), de Beni; por Esteban Urquizo, de Chuquisaca; por Lino Condori, de Tarija; por Félix Gonzales, de Potosí; por Luis Adolfo Flores, de Pando, e por Santos Tito, de Oruro.

Na noite de segunda-feira, na frente da Assembleia Legislativa Plurinacional, um explosivo estourou alguns vidros. Às quatro da madrugada de ontem, outro artefato foi detonado na Rádio Bolívia, de Oruro, e danificou a antena desta emissora, aliada ao governo de Morales. Vários de seus funcionários acusaram os amotinados.

“Estamos diante de um cenário de golpe de Estado político, portanto, o governo tem exposto para a Defensoria do Povo os riscos que podem existir diante desta situação”, disse Amanda Dávila, ministra de Comunicação, que pediu à nona marcha para adiar sua chegada à cidade de La Paz. “A marcha tem todo o direito de vir e o governo tem toda a responsabilidade de expressar os riscos que existe”, explicou. Ali se encontra a sede do Executivo e do Legislativo, ali estão os policiais amotinados e ali terminaria a mobilização dos indígenas.

Na segunda-feira, às 23h30min, o governo e os amotinados retomaram o diálogo, porém, até a noite passada não haviam chegado a resultados que levassem os fardados a atuar novamente nas ruas. A negociação se trava no montante que os policiais irão cobrar de agora em diante.

“O ministro da Fazenda (Luis Arce Catacora) é o que mais impede o aumento do salário básico. Ele insiste com as gratificações, mas isso nós não queremos. Nossos camaradas querem um salário básico de 2000 bolivianos (uns trezentos dólares). Para isso é que nos enviaram para La Paz”, disse José Heredia, representante dos fardados de Tarija.

Segundo a proposta do governo, o salário básico de um policial seria de 1445 bolivianos, agregando uma gratificação de Seguridade Cidadã de 620 bolivianos, o que totalizaria 2065 bolivianos. Porém, os fardados reivindicam um salário básico de 2000 bolivianos, sem gratificações. Segundo o ministro Arce, satisfazer a esse pedido implicaria em cem milhões de bolivianos a mais para pagar impostos, que o governo diz não poder encarar. “Esperamos solucionar o problema de uma vez, porque queremos trabalhar”, disse a sargento Esther Cozón, representante dos amotinados.
 
http://www.ihu.unisinos.br

5 comentários:

  1. Eu particularmente desde 2011 estou com um olho no gato (nessa região) e outro no peixe (oriente médio). O que vai acontecer no Oriente Médio eu já sei faz anos (já está evidente) e já me conformei, e aqui também.

    Eu não tenho dúvidas que o momento da elite se virar pra está região está chegando, o problema é que o povo aqui é "muito lento". No passado "já foi mais esperto", mas hoje não se importam com o que acontece dentro de sua própria região.

    O Paraguai já está ameaçando parar a venda de energia excedente ao Brasil e empresas americanas (que querem se instalar no Paraguai) já estão "de olhos" neste consumo de energia.

    O povo que não liga pro assunto não sabe que 18 estados brasileiros em varias cidades utilizam a energia de Itaipu, são paulo (que gera um PIB de mais de 1 trilhão para o Brasil) depende da energia gerada em Itaipu, então meus amigos se a caso surgisse um problema maior (e envolvesse Itaipu) seria extremamente prejudicial a economia brasileira, pois sem energia fica difícil gerar economia. Se o Paraguai quisesse afetar o Brasil poderia mesmo sendo um país pequeno.

    Nossa atenção deve ser dobrada aqui nesta região temos muitos recursos impagáveis e a maior parte da região não tem grandes populações contrário de muitas outras regiões no mundo. Isso é prato cheio para a elite mundial.

    É por isso que eu digo: Devemos ficar com um "olho no gato e outro no peixe".

    ResponderExcluir
  2. Verdade grande Caetano. Tem toda a razão.
    Vou resolver algumas questões pendentes a minha pessoa ( saúde ) e comprar alguns itens para coisas de casa e volto mais tarde.
    Um olho no peixe, um na gato e outro no cachorro e não se esqueça disso. risos
    Abraços
    Daniel

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Isso aí firmeza, precisamos de saúde nesse momento, agora que a coisa ta pra f**** de verdade temos que ficar firmes e futuramente montar a "resistência". E a Síria ta com o "fiofó na mão", nem se atreve a atacar na fronteira com a Turquia kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk parece que desta vez o bicho vai pegar mesmo, vamos esperar pra ver.

      Excluir
  3. Caetano, voce falou a verdade quando diz que a população Sul Americana é pacata mesmo, não age igual os Europeus, la nas antigas começou a exploração do Brasil pela região Norte, agora estão começando pela região Sul partindo em direção ao Norte, o que você entende por isso? começaram a descascar pelo Paraguai e o restante tudo quieto, como se nada tivesse acontecido da pra entender isso? É medo ou falta de coragem mesmo?E ainda te falo mais o Paraguai vai dar muito trabalho, vem mais coisa por ai, alguem incentivou esse golpe, quem foi? Voce acha que o Paraguai está preocupado com essas sanções politicas, eles ja teem garantias economicas moço, o dinheiro manda tudo nesse mundo e os mais fracos pagam os patinhos que vem por ai, é so esperar.

    ResponderExcluir
  4. Bem, em relação ao Paraguai ta claro que existem poderosos por trás disso uma delas é a Monsanto que birrou com Lugo a algum tempo por causa dos agrotóxicos.

    O Paraguai sozinho não tem condições de fazer muita coisa, mas hoje em dia a elite mundial eleva quem quer e derruba quem quer financeiramente. E claro que eles podem investir grandes somas no Paraguai ao ponto de torna-lo um país rico, a Argentina era um país rico era de primeiro mundo a elite foi lá e deu rasteira a a Argentina afundou na pobreza.

    O povo paraguaio eles murcharam porque Lugo aceitou tudo e saiu calado, porem ele mudou a estratégia e voltou pra briga e agora o povo esta se mobilizando em várias partes do país, e é lógico que se não controlarem a situação a coisa tende a desandar, pois o povo em sua maioria no Paraguai é pobre injustiçado irado com a vida social que leva isso é prato cheio pra revoluções.

    O Brasil está preocupado e com razão, vários países no continente estão com problemas de revoluções mas por enquanto estão controladas, os casos mais sérios são Bolívia e Paraguai, e aqui a mídia não mostra mas eu andei pesquisando e o povo no Paraguai está se mobilizando e ninguém sabe em que isso vai dar, só esperando pra ver nas próximas semanas até onde vai essa mobilização e toda essa confusão e que medidas o Paraguai vai tomar e pelas medidas saberemos quem está por trás disso tudo.

    Uma coisa é certa, podem fazer tudo mas se mexer com Itaipu a coisa vai feder e muito...

    ResponderExcluir

Qualquer comentário que for ofensivo e de baixo calão, não será bem vindo neste espaço do blog.
O Blog se reserva no direito de filtrar ou excluir comentários ofensivos aos demais participantes.
Os comentários são livres, portanto não expressam necessariamente a opinião do blog.
Usem-no com sapiência, respeito com os demais e fiquem a vontade.
Admin- UND