Em discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, o ministro das Relações Exteriores, Walid Muallem, afirmou que interferências exteriores não serão toleradas
O governo sírio foi amplamente criticada durante os
discursos de líderes mundiais durante a Assembleia Geral da ONU. Nesta
segunda-feira, porém, foi a vez do ministro das Relações Exteriores da
Síria, Walid Muallem, defender o presidente Bashar Al-Assad e acusar
Estados Unidos, Turquia, França e Arábia Saudita de apoiarem militantes
terroristas no país.
Em discurso inflamado, Muallem disse também que qualquer
pedido para que Assad "deixe o poder" é considerado intervenção externa
nos assuntos políticos da Síria e não será tolerado. Na semana passada,
as Nações Unidas divulgaram cifras alarmantes sobre o conflito armado na
Síria: ao menos 40 mil pessoas morreram em combate ou em ataques a
civis. O número de refugiados pode chegar a 700 mil pessoas até o final
deste ano.
O ministro sírio também condenou o apoio que o Exército
Sírio Livre e outros grupos de combatentes têm recebido de alguns
membros do Conselho de Segurança. "Países que lançaram guerras para
acabar com o terrorismo agora mostram apoio a terroristas que atuam
dentro do meu país, infringindo regas da ONU", afirmou Muallem, em clara
referência aos Estados Unidos e França.
Segundo Muallem, líderes mundiais e alguns países da
região, como Qatar e Líbia, participam ativamente do conflito na Síria,
financiando e comprando armamentos para os rebeldes. Para ele, a única
solução é o diálogo sem interferência de outras nações. "Convido a
oposição síria para trabalharmos juntos e para colocar um fim ao
derramamento de sangue", disse.
O porta-voz do principal grupo da oposição na Síria,
Radwan Ziadeh, em resposta à fala de Muallem, o chamou de mentiroso.
"Ele pede diálogo enquanto as forças aéreas da Síria bombardeiam civis
em todas as cidades. Ele é um mentiroso", concluiu.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon,
voltou a criticar o regime comandado pelo presidente Bashar Al-Assad,
acusado de crimes de guerra, assim como os rebeldes, que estão
dificultando as negociações para uma transição pacífica de poder. Em
discurso realizado na Assembleia Geral das Nações Unidas, o sul-coreano
afirmou que o Conselho de Segurança deve responder à altura de seu
desafio.
"A situação na Síria piora dia após dia e se tornou em
uma calamidade regional. O conflito representa uma ameaça crescente para
a paz internacional, que requer uma ação imediata do Conselho de
Segurança", afirmou.
Segundo ele, tanto as forças de segurança de Assad,
quanto os militantes rebeldes dificultam o acesso de grupos humanitários
que tentam atuar na região. "Precisamos acabar com a violência e
precisamos acabar com o envio de armas para ambos os lados. As demandas
humanitárias crescem dentro da Síria e em toda a região ao redor da
Síria", disse.
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