25 de novembro de 2011

A crise continua: Junta militar do Egito nomeia ex-premiê de Mubarak e impasse continua




O Conselho Supremo das Forças Armadas (SCAF) do Egito, entidade que controla o país desde fevereiro, nomeou nesta sexta-feira (25) um novo primeiro-ministro para substituir Essam Sharaf, que entregou o cargo nesta semana em meio a uma nova onda protestos contra a permanência do SCAF no poder – a foto acima é desta sexta-feira e mostra o tamanho da manifestação na praça Tahrir, no centro do Cairo. O escolhido do SCAF é Kamal Ganzouri, que serviu como primeiro-ministro de Hosni Mubarak entre 1996 e 1999, mas que se distanciou de seu governo durante o levante de janeiro. A agência EFE conta quem é Ganzouri:
Em janeiro de 1996, Mubarak nomeou Ganzouri como primeiro-ministro e o orientou a concluir o programa de reforma econômica que contemplava a privatização do setor público. Após a revolução que acabou com o governo de Mubarak, Ganzouri se manifestou publicamente a favor dos jovens em várias ocasiões. Em entrevista concedida no dia 14 de fevereiro ao jornal Al Masry Al Youm, declarou que “o regime demorou muito em abordar a crise, e se Mubarak tivesse dissolvido o governo, designado um vice-presidente e anunciado uma emenda constitucional no próprio 25 de janeiro, a situação não teria idos mais longe”.
Por conta de sua postura contrária a Mubarak, Ganzouri parece ser uma aposta do SCAF para tentar conter a nova revolta dos manifestantes, mas seu passado ligado ao regime pode prejudicá-lo. Segundo reportagem da agência Reuters, os manifestantes estão divididos sobre a nomeação de Ganzouri. Outra reclamação dos manifestantes é o pouco poder que o governo civil tem na transição do Egito. Por conta disso, informou a agência oficial Mena, o SCAF deu a Ganzouri “todas as prerrogativas” para governar.

A nomeação de Ganzouri e a suposta atribuição de mais poderes a ele não comoveu a grande maioria dos manifestantes. Nesta sexta-feira, a praça Tahrir, no Cairo, epicentro do protestos, está lotada. Até aqui, nenhum partido pediu oficialmente o cancelamento das eleições parlamentares, cujo início está confirmado para segunda-feira, mas diversas forças políticas se colocam cada vez mais ao lado dos manifestantes – que ameaçam não participar da votação caso os militares não deixem o poder imediatamente.

Nesta sexta, o ex-chefe da Agência Internacional de Energia (AIEA) Nuclear Mohammed El Baradei esteve na praça Tahrir. Antes de ir ao local, ele escreveu em sua conta oficial no Twitter que iria para “homenagear os mártires”. Baradei, pré-candidato à presidência do Egito, foi cotado como novo primeiro-ministro, mas ao que tudo indica não chegou a um acordo com os militares. Ele insistia em ter plenos poderes para comandar o país.

Os manifestantes também ganharam força da mesquista Al-Azhar, o mais tradicional centro de estudos sunitas do mundo. O xeique da mesquista, Ahmed al-Tayyeb divulgou um comunicado por meio de um de seus principais assessores, Hassan Shafie, segundo a Al Jazeera. “O grande imã apoia vocês e está rezando para sua vitória”. A manifestação chamou a atenção pois a mesquita raramente manifesta posições contrárias ao governo. O jornal estatal Al-Ahram, cujos jornalistas recentemente se rebelaram contra as pressões dos militares, informa que dezenas de atores e personalidades da TV estatal do Egito estão nas manifestações na praça Tahrir para protestar contra a cobertura jornalística do canal.

A Irmandade Muçulmana e o partido Wafd são as únicas grandes siglas que continuam sem enviar seus manifestantes para os protestos. Os dois podem ter ganhos eleitorais significativos caso o pleito previsto para começar na segunda-feira transcorra normalmente. Desta forma, os dois partidos mantém um apoio tácito aos militares, que se negam a transferir o poder para um governo civil antes de junho de 2012, quando a eleição presidencial deve ocorrer.

Fonte: http://colunas.epoca.globo.com
e Guerreiros do Apocalipse.com.br

2 comentários:

  1. Olhe essa matéria, nao sei se procede mas.....

    http://www.presstv.ir/detail/212022.html

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  2. Vou ver.
    Aff, hoje tá foda, agora pela tarde me vem cara das calhas iniciar a colocação de calhas no meu lar doce lar. risos
    E estu com sono, dizem que terminam amanhã. afff.
    Mas vou ver Brasil.
    Valeu

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