Junta militar egípcia mantém poderes apesar de eleição presidencial
Em declaração, Exército garante a si mesmo poderes de legislar e de tomar decisões relativas ao Orçamento; governo deve ser entregue ao presidente eleito até dia 30
A junta militar que governa o Egito desde a queda de Hosni Mubarak divulgou um comunicado no qual garante a si mesma poderes de legislar e de tomar decisões relativas ao Orçamento, enquanto o país aguarda os resultados das eleições presidenciais de domingo.
O documento do Supremo Conselho das Forças Armadas afirma que não poderá haver novas eleições gerais até que uma Constituição permanente seja elaborada. Os grupos de oposição condenaram a atitude e a qualificaram de golpe.
Efetivamente, o documento dá ao Conselho poderes legislativos e controle sobre o Orçamento. Também retira do presidente qualquer autoridade sobre o Exército. A divulgação desse comunicado ocorre poucos dias depois que a Suprema Corte Constitucional do Egito, a mais alta instância judicial do país, ordenou a dissolução do Parlamento, dizendo que a eleição legislativa foi inconstitucional.
De acordo com o general Mamduh Shahin, caso a atual Assembleia Constituinte (formada pelo Parlamento dissolvido na semana passada) seja invalidada por uma ordem dos tribunais, a junta militar designará uma nova, que terá três meses para completar seus trabalhos e, após 15 dias, será realizado um referendo para
aprovar a nova Carta Magna.
aprovar a nova Carta Magna.
De acordo com a agência oficial egípcia, os generais entregarão o poder para o novo presidente antes de 30 de junho. Entretanto, não foi divulgada a data exata em que isso ocorrerá. Segundo Shahin, apesar dos poderes que a junta militar se concedeu, o novo presidente terá "todos os poderes executivos, sem atenuar nenhuma de suas prerrogativas".
De acordo com ele, as emendas aprovadas no domingo à noite à Declaração Constitucional transitória - texto fundamental provisório, aprovado em referendo em março de 2011 - concederão ao Conselho Superior das Forças Armadas (CSFA) um poder legislativo "limitado" até que se forme um novo Parlamento, afirmando que a última palavra sobre as leis será do novo presidente.
O vencedor do segundo turno da eleição presidencial será revelado oficialmente na quinta-feira. A Irmandade Muçulmana afirmou que resultados não oficiais apontam seu candidato, Mohammed Morsi, em primeiro lugar, à frente do seu rival, Ahmed Shafiq, o último premiê de Mubarak.
Segundo a Irmandade, Mursi obteve entre 48% e 52% sobre Shafiq. Da sede do partido, Morsi prometeu ser um presidente para todos os egípcios, acrescentando que não buscará "vingança ou acertos de contas."
A campanha de Shafiq, entretanto, rejeitou "completamente" a vitória declarada por Morsi. "Nós estamos surpresos com esse comportamento bizarro equivalente a um roubo dos resultados eleitorais", disse Mahmud Barakeh, autoridade da campanha de Shafiq, segundo a AFP.
Com BBC, AP, AFP e EFE
Mais informações da região- agora o incidente na fronteiro egípcio-israelense:Militantes matam israelense após cruzar fronteira de Israel com Egito
Invasão, que expõe falta de segurança na região após queda de Mubarak, terminou com dois insurgentes mortos; em incidente separado, Israel matou dois militantes em Gaza
Militantes atravessaram nesta segunda-feira a fronteira do deserto do Sinai, no Egito, para Israel e deixaram um trabalhador israelense morto ao disparar contra homens que trabalhavam na construção de uma barreira. Em resposta, os soldados mataram dois invasores, disse o Exército de Israel.
Horas depois, um ataque aéreo israelense no norte da Faixa de Gaza matou dois militantes em uma motocicleta. A Jihad Islâmica disse que os homens mortos pertenciam a seu grupo. O Exército disse que o ataque não estava ligado ao incidente na fronteira.
O ataque no Sinai, lançado logo após a Irmandade Muçulmana do Egito declarar vitória nas eleições presidenciais do país, aumentou as preocupações israelenses sobre a falta de controle na região desde a queda de Mubarak, em 2011. do ex-presidente Hosni
"Podemos ver uma deterioração preocupante no controle do Egito sobre a segurança do Sinai", disse o ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, ao comentar sobre o ataque.
"Estamos aguardando os resultados das eleições. Qualquer um que ganhar, esperamos que assuma a responsabilidade sobre todos os compromissos internacionais do Egito, incluindo o tratado de paz com Israel (1979) e medidas de segurança no Sinai, e que ponha fim a esses ataques rapidamente ", afirmou.
De acordo com o Exército israelense, três homens armados cruzaram a fronteira com Israel a partir do deserto do Sinai. O porta-voz Yoav Mordechai disse que "um esquadrão terrorista abriu fogo e, possivelmente, também disparou um foguete antitanque em uma área onde Israel está construindo a cerca da fronteira".
Os soldados que correram para o local mataram dois dos militantes, mas não conseguiram encontrar o terceiro, que pode ter retornado ao Egito, disseram os militares. Não houve reivindicação imediata de responsabilidade pelo ataque, a cerca de 30 km da Faixa de Gaza.
Militantes palestinos na Faixa de Gaza, comandada pelo grupo islâmico Hamas, lançaram foguetes contra Israel a partir do território costeiro no passado. Israel diz que militantes palestinos também cruzaram para o Sinai para lançar ataques semelhantes no seu território.
Na noite de domingo, aviões israelenses realizaram uma série de ataques na Faixa de Gaza em resposta aos disparos de foguetes a partir do enclave. Fontes médicas em Gaza disseram que sete pessoas ficaram feridas.
Via Reuters
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