Turquia vai consultar OTAN sobre o abate de avião pela Síria

UND: De fato o que eu havia falado sobre as negociações nucleares iranianas ( pra não dizer ironicamente uranianas ) não dariam em nada concreto. Podem marcar a capital que seja, pode ter negociações em Brasília, Rio de Janeiro, Washington,Pequim, pois se vê que não há vontade alguma de ambas as partes envolvidas em querer ceder em suas percepções diante de algumas problemáticas.

O é para ganhar tempo, interessa ao Irã e muito mais aquele que busca uma reeleição a todo custo nos EUA para prosseguir com a Agenda.

Se bem que, seja o "cara " ou seja o Romney a agenda segue independente de quem seja eleito nos EUA em novembro.

Uma decisão de se ir a guerra seja contra o Irã ou na questão síria que é mais urgente, também podemos ver claramente a falta de apetite no momento para agir, no compasso das eleições de novembro nos EUA. Tudo que Obama não quer e volto a dizer, é de que a crise financeira mundial e uma guerra venham a explodir em seus braços antes das eleições. Mais fácil para manipular as coisas em casa se tudo está " aparentemente " tranquilo.

Mas nem sempre o que se é programado ocorre como tal, e os desenvolvimentos atuais na Síria, parecem estar levando para o perigo de que o conflito em curso no país árabe transborde  fronteiras e envolva os países vizinhos a ela.

A Turquia que está numa relação gelada com a Síria , desde que esta revolta surgiu contra o regime sírio de Assad há 15 meses, agora vem dando indicativos de que quer escalar as tensões com a Síria em torno do abate, nos últimos dias de um avião de caça de sua Força Aérea pelas defesas sírias.

Alegando meticulosamente que o caça fora derrubado em águas internacionais a Turquia quer ligar a luz vermelha entre os parceiros na OTAN, para invocar artigos que levem a Organização a responder a suposta agressão a um estado-membro.

Isso é parte de um todo  que aqueles que querem ver mais uma peça do jogo de xadrez ser derrubado, estão tentando, hora com atentados, jogo de contra-informações sobre a responsabilidade se é do regime ou dos rebeldes a uma série de massacres de civis em diversas localidades sírias, aparelhamento militar por parte dos EUA-UE e países de monarquias árabes do Golfo Pérsico aos oposicionistas sírios a fim de se derrubar Assad e também o apoio velado de russos e iranianos ao próprio regime de  Assad.

A situação vai sendo levada em banho maria, já podemos dizer que estamos em julho e as tensões serão exacerbadas as vésperas das eleições nos EUA em novembro, se de fato se não ocorrerem soluções para as questões sírio-iranianas no Oriente Médio nestas próximas semanas,sem dúvidas vão tentar tirar proveito destes assuntos geopolíticos em detrimento de muitos que continuam a perder suas vidas na Síria.

Não descarto pelo que acompanho, que novos fatos vão mergulhar alguns países em dias turbulentos nas próximas semanas e este incidente turco me parece um claro sinal de que mais poeira será levantada no poleiro na calada da noite, e aí você pode imaginar que pandemônio estará instalado na roça.

Abraços de Daniel Lucas.

  Vídeo: A Síria afirmou neste sábado que derrubou um jato militar turca, porque a aeronave havia violado seu espaço aéreo, mas a Turquia ameaçou tomar medidas de retaliação, pois procurou seus dois pilotos desaparecidos.

Por Liz Sly ,Domingo , 24 de Junho , 8:05 AM 

Via:  The Washington Post 

A Turquia disse neste domingo que vai consultar seus aliados da OTAN na próxima semana sobre como responder à derrubada pela Síria de um avião turco após investigações mostraram que o avião estava sobre as águas internacionais quando o incidente ocorreu.
Ministro dos Negócios Estrangeiros turco Ahmet Davutoglu disputa a  versão da Síria sobre o evento, dizendo  a  emissora estatal TRT de que o avião deu claras indicações turcos e não estava em espaço aéreo sírio, quando foi derrubado sem aviso prévio pela Síria na sexta-feira.

Em Bruxelas, um porta-voz da Otan disse que a OTAN se reunirá na terça-feira depois que a Turquia invocou o artigo 4 da Carta da OTAN, o que dá qualquer Estado-membro o direito de "solicitar consultas, sempre que, na opinião de qualquer um deles, a sua integridade territorial, independência política ou segurança está ameaçada ", informou a mídia turca.

Segundo o relato da Síria do incidente, o avião estava voando em alta velocidade e baixa altitude em direção à Síria e acabou sírios águas territoriais, quando foi derrubado por artilharia anti-aérea.

 Davutoglu disse que o avião havia se afastado brevemente em espaço aéreo sírio, mas deixou admoestado pela Turquia, sugerindo que estava indo longe da costa na época. Ele acrescentou que o avião não estava espionando a Síria, e estava em uma missão de treinamento.

 Equipes de busca no Mediterrâneo, até agora não conseguiram encontrar qualquer sinal dos dois pilotos que desapareceram junto com o avião.  Canais de notícias turcos neste domingo que os destroços do avião foram localizados.

O incidente envia um claro sinal de  tensões crescentes entre dois vizinhos já em desacordo sobre o levante de 15 meses  contra o presidente Bashar al-Assad e levantou preocupações regionais que o conflito armado na Síria arrisca derramar além de suas fronteiras.

Apresentou também a Turquia com um dilema no momento em que um esforço para ajudar o Exército sírio  rebelde que está se preparando ao longo da fronteira com a Turquia, em colaboração com a Arábia Saudita, Qatar e Estados Unidos. Um conflito com a Síria agora pode, desencadear  rapidamente, em espiral para uma guerra regional, mas poucos na comunidade internacional manifestaram qualquer apetite para uma intervenção militar.

 No sábado, o presidente turco, Abdullah Gul alertou que a Turquia não estava preparada para deixar passar essa deixa  sem uma  resposta.Mesmo se o avião turco havia se afastado brevemente em espaço aéreo sírio, tais eventos eram "uma rotina pouco" ao longo dos dois países "566 milhas-fronteira, disse ele.

"Não é possível cobrir mais de uma coisa como essa", a agência estatal de notícias Anatólia citou como dizendo.  "O que for necessário será feito."

Turquia lembrou todos os seus diplomatas da capital síria, Damasco, meses atrás, em apenas um sinal de quão longe a relação dos dois países, uma vez quente se deteriorou desde o levante sírio começou em março do ano passado.

 Vários funcionários do governo turco pediram moderação."Devemos manter a calma e recolhida," Vice-Primeiro-ministro Bulent Arinc, disse, segundo a Associated Press. "Não devemos dar prêmio a todos os discursos e atos provocativos."

Em Bagdá, ministro das Relações Exteriores do Iraque, Hoshyar Zebari, manifestou ansiedade sobre as implicações regionais da crise, num momento em que o conflito na Síria está tomando dimensões cada vez mais sectárias.

"Nossa principal preocupação é o transbordamento da crise para os países vizinhos", disse ele em entrevista coletiva em Bagdá, falando ao lado de seus homólogos suecos, búlgaros e poloneses. ” "Nenhum país está imune a esta spillover por causa da composição das sociedades, as extensões, as conexões, os sectários, dimensões étnicas."

O tiroteio ocorreu um dia após a deserção para a Jordânia de um piloto sírio , que voou em seu avião de caça MiG-21 para além da fronteira sul da Síria, e pediu asilo político. A deserção levou à especulação de que as forças de defesa aérea da Síria podem ter entrado em alerta para - ou tentando impedir - mais deserções .

Síria conta que o incidente, no entanto, foi que os atiradores que abriram fogo contra o avião fez isso porque estava se aproximando do território da Síria e eles consideravam-no como uma ameaça.

  Ministério das Relações Exteriores sírio porta-voz da Jihad Makdissi, desde então, procurou minimizar o incidente, sublinhando a sua conta no Twitter e em uma entrevista com uma emissora de TV turca que a Síria estava respondendo a uma ameaça percebida e desde então entrou na pesquisa para os pilotos ausentes.

"Não houve ato de hostilidade contra a Turquia que seja", disse ele a uma rede de TV Haber sábado.  "Foi apenas um ato de defesa para a nossa soberania."

  Especial correspondente Jabbar Yaseen em Bagdá contribuiu para este relatório.