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26 de setembro de 2012

Que consequências poderá ter o conflito sino-japonês?


Liudmila Saakian
26.09.2012, 12:20




Japão China Japão Senkaku Diaoyu China Diaoyu Japão Diaoyu Senkaku China

© Colagem: Voz da Rússia

Enquanto o conflito entre o Japão e a China não mostra sinais de acalmamento, especialistas estão pensando: a quê poderá ele levar? Os governos de ambos os países compreendem onde está a linha entre manifestações e ações reais que podem levar a eventos trágicos.

Portanto, a maioria dos especialistas não veem perigo de conflito militar, mas preveem uma aproximação nova do Japão com os EUA, e o deterioramento de relações políticas, culturais e econômicas com a China.
Para o Japão, esta situação é bastante má: durante a última década, as autoridades japonesas se esforçavam para diversificar a sua política externa em direção à Ásia, e se livrar da influência americana. O doutor de ciências históricas, ex-embaixador russo para o Japão, Alexander Panov, comenta esta situação:
“Nesta região está decorrendo uma reestruturação de relações internacionais. Por um lado, existe a ascensão da China e Coreia do Sul, por outro lado – o enfraquecimento do Japão. A China está dando a entender ao Japão que ela tem a intenção de dominar a região. Acabou o período quando o Japão era considerado um líder, um exemplo a seguir. Assim, a questão territorial é apenas a manifestação externa mais visível dos processos que estão decorrendo na região.”
Uma disputa territorial entre Japão e China pode impedir a recuperação da economia mundial. Assim pensam os analistas da Morgan Stanley, que, dado o conflito, diminuíram sua previsão de crescimento do PIB mundial para 2012 e 2013. Mas as consequências econômicas da deterioração das relações econômicas e comerciais podem ter um impacto muito mais sério para o Japão do que para a China: a China é o principal mercado para os produtos japoneses, mas é difícil desenvolver cooperação econômica numa situação de conflito. É pouco provável que os chineses se recusem a comprar automóveis japoneses, mas as empresas japonesas já estão contando as perdas causadas por ataques de manifestantes e pela suspensão de produção: na sequência de recentes tumultos várias empresas japonesas que operam na China sofreram danos, e as fábricas de Canon e Panasonic suspenderam seu trabalho por completo.
O analista político Serguei Kurguinian diz:
“As relações sino-japonesas são cruciais não só para esta região. Não devemos esquecer que o Japão é um elemento indispensável do mercado mundial. Os japoneses produzem uma enorme parte de equipamentos eletrônicos de alta precisão e alta qualidade. E se esse sector da economia parar ou desacelerar, nos primeiros tempos simplesmente não haverá onde encontrar componentes eletrônicas, peças de automóveis, etc. Isso pode dar um impulso muito forte a toda a máquina da crise mundial.
Para o Japão é necessário considerar sua enorme dívida nacional. O país está mergulhando em uma dependência cada vez mais grave. E esta dependência é um peso no pescoço de pessoas comuns.”
A Rússia não interfere no conflito sino-japonês, considerando-o um problema de relacionamento só entre Tóquio e Pequim. Apesar disso, é claro, na Rússia estão monitorando a situação de perto. Afinal, a Rússia e o Japão têm a questão das ilhas Curilas, mas ao contrário da China e da Coreia do Sul, na Rússia não há sentimentos anti-japoneses distintos nem demonstrações.
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