É a Copa e as Olimpíadas, vão trazer um camisão para o povo alienado.
Mas não tem problema, o importante é que em todo o fim do mês vem o checão bem gordo pro povão. Como não gosto, não recebo. Quem torce deveria receber um checão por jogos torcidos.
O povo tá nadando em dinheiro, Copa e Olimpíadas é da mais alta instância universal, se forem realizadas aqui no Brasil,vocês vão ver que o povo vai ficar zilhonário da noite para o dia. Se fosse assim hein?
O Brasil vai ser o país mais rico de todo o universo conhecido. Se fosse assim hein?
Que coisa muiiiiito importante sediar copa e olimpíadas, não é mesmo?
Mas nós podemos né? Temos os melhores hospitais,médicos de graça,não faltam remédios, não há filas.
Sem falar em nossas escolas, as melhores do planeta, temos os mais elevados níveis de estudos, nossos alunos no ensino médio já estão dando aula para catedráticos até de olhos fechados. É a copa pessoal!
Os professores, muito bem pagos, vão dar aula por hobby, vão dando risadas e os alunos se interessam por demais no que lhes é ensinado. Muitos até brigam para ir a escola, pois sediaremos copa pessoal.
Estradas, as melhores do mundo, um tapete de veludo, não há acidentes, pedagios, todos baratinhos, nos poucos que tem. Ah, porque tem copa.
O salário do povo, já é por demais elevadíssimo, e ainda com a vinda destes eventos de grande importância, vai mudar a vida de muitos, pois além do checão, a copa e olimpíadas vão gerar muita riqueza, que vai dar para resolver a crise economica global.
Olha, sem mais comentários, como tenho noooojo de futebol, eu torço para que o Brasil não sedie nada.
Que vergonha!!!!
Enquanto temos tantos problemas, essa gente ainda quer que sediemos estas porcarias que não trazem benefícios algum ao país.
O que a Copa e as Olimpíadas fazem pelas cidades
Crédito: perlbal.hi-pi.com/ | |
Por RENATA NEDER, da ONG Action Aid
“Bilhões de dólares foram gastos em estádios e outras obras, mas nós permanecemos em barracos sem energia. Eles pediram para a gente “sentir a Copa” [expressão usada no slogan oficial do evento], mas nós não sentimos nada além da dor da pobreza piorada pela dor da repressão. O dinheiro que deveria ser gasto urbanizando as comunidades mais pobres foi desperdiçado. A Copa do Mundo vai terminar no domingo e nós ainda seremos pobres.”
Essa foi a fala de um jovem de Johannesburgo durante a Copa do Mundo de 2010. Reflete o sentimento de muitos sul-africanos em relação ao evento.
Eu estive na África do Sul alguns meses antes do início da Copa. Encontrei um país em obras e muita gente reclamando. Mas, quando os jogos começam, os problemas costumam ser esquecidos. Passada a euforia do momento, começam as discussões sobre os impactos do evento, o uso dos recursos, quem se beneficiou realmente… e por aí vai.
Essa discussão não termina, porque acaba emendando nas discussões daqueles que já estão preocupados com o futuro das suas cidades que serão sede das próximas Copas e Olimpíadas. Já existem muitas informações disponíveis e que merecem atenção.
Em 2010, as Nações Unidas lançaram um relatório sobre o impacto das Olimpíadas nas cidades-sede. Os números são chocantes. Seul (1988): 15% da população foi desalojada, 48 mil edifícios foram destruídos. Pequim (2008): Um milhão e meio de pessoas foram removidas. Atlanta (1996): 15 mil pessoas removidas. E essas remoções e despejos, na maior parte das vezes, foram feitos de forma violenta e desrespeitando direitos básicos da população.
Além do impacto direto das obras e de como elas são feitas, também há o ponto importante de quem realmente se beneficia com a realização destes eventos. Na África do Sul, por exemplo, muitos homens e mulheres artesãos, comerciantes, vendedores, trabalhadores, etc, acreditaram que poderiam se beneficiar e aumentar um pouco sua renda durante os jogos. Mas não foi assim. Os pequenos comerciantes e artesãos não tiveram acesso aos estádios e arredores. Um perímetro de exclusividade foi criado ao redor dos estádios. Ali, apenas as grandes redes e marcas poderiam comercializar seus produtos. Resultado: quem lucrou foram as grandes empresas, não os sul africanos.
E falando em estádio… hoje, apenas um ano depois da Copa, já se discute na África do Sul a demolição de alguns dos estádios construídos. O custo da manutenção é alto demais, não justifica manter o “elefante branco” em pé.
E o que falar dos gastos? A Copa da África do Sul acabou custando 17 vezes mais do que o previsto inicialmente. Cidades que foram sede de mega eventos se endividaram além de suas capacidades e passaram muitos anos pagando a conta. È o caso de Atenas (2004) e Montreal (1976) que sediaram os Jogos Olímpicos.
Quanto mais investigamos, mais vemos cenários desanimadores. Mas, como disse o cientista político Antonio Gramsci, não devemos ficar apenas no pessimismo da razão. Devemos ter o otimismo da vontade.
O otimismo da minha vontade diz que é possível trilhar outros caminhos em que a realização de megaeventos esportivos promova inclusão social, gere renda e diminua desigualdades. Mas o caminho que leva a esse legado é o caminho da participação popular, da transparência, do controle social sobre as políticas e uso de recursos públicos.
O Brasil e o Rio de Janeiro podem aprender muito com outras experiências e escolher um caminho melhor para a realização da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas em 2016.
Extraído do blog do Juca Kfouri:
Mais é bãaaao pra mais de metro ter copa. Vai tarazer um camisão pro povo.
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