Por Carta Capital
O governo dos EUA espera que um mundo crédulo acredite que um vendedor falido de carros no Texas seria selecionado, pelo competente braço da inteligência iraniana, que estaria à procura de alguém com cara de gângster de cartel mexicano de drogas, e lhe atribuiria a tarefa de, por US$1,5 milhão, matar o embaixador saudita em Washington – e, na mesma conversa, prometeria ao cartel mexicano acesso seguro a “toneladas de ópio”. O artigo é de Pepe Escobar.
Pepe Escobar - Asia Times Online [1]
Aquela Meca da contrarrevolução e do ódio à Primavera Árabe – também conhecida como Casa de Saud – mal pôde acreditar na própria sorte. É Natal em outubro – agora que o governo dos EUA entregou-lhe o presente perfeito: na fala excitada do Procurador Geral dos EUA, “Um complô mortal dirigido por facções do governo iraniano para assassinar um embaixador estrangeiro em solo dos EUA, com bombas.”[2]
O príncipe saudita Turki al-Faisal, ex-embaixador em Washington, ex-chefe do serviço secreto saudita, ex-amigão de Osama bin Laden, não perdeu tempo e já disse, em conferência de imprensa em Londres, que “o peso das provas, nesse caso, é imenso e mostram claramente a responsabilidade de funcionários iranianos. É inaceitável. Alguém no Irã terá de pagar o preço”.[3]
Quer dizer, o “Irã” – o país inteiro – já foi mandado para a guilhotina pelo eixo Washington/Riad, embora, para engolir a notícia, do tipo “rabo abana o cachorro”, de uma “Operação Coalizão Vermelha” (não, vocês não podem imaginar!) seja necessária a suspensão completa da sanidade e do senso racional normal.
A Operação Coalizão Vermelha está centrada num Mansour Arabsiar, 56 anos, vendedor de carros em Corpus Christi, Texas, portador de passaportes iraniano e norte-americano, e num co-conspirador, Gholam Shakuri, dito membro da força Qods do Corpo de Guardas Revolucionários Islâmicos [ing. Islamic Revolutionary Guards Corps, IRGC].
O diretor do FBI [United States Federal Bureau of Investigation], Robert Mueller, repetiu que o dito complô teria sido concebido por iranianos; em suas palavras: “parece script de Hollywood”[4]. Pois até essa propaganda de “Velozes e Furiosos” teria ido parar na lata do lixo, em qualquer conferência de imprensa que se desse ao respeito, até em Hollywood.
Mais rápido, muchachos. Matem, matem!
O governo dos EUA espera que um mundo crédulo acredite que um vendedor falido de carros no Texas seria selecionado, pelo competente braço da inteligência iraniana, que estaria à procura de alguém com cara de gângster de cartel mexicano de drogas, e lhe atribuiria a tarefa de, por US$1,5 milhão, matar o embaixador saudita em Washington – e, na mesma conversa, prometeria ao cartel mexicano acesso seguro a “toneladas de ópio”.
O que se sabe com certeza é que, na denúncia oficial [ing. Sealed Amended Complaint] contra Arabsiar e Shakuri, assinada pelo agente especial do FBI Robert Woloszyn, não há absolutamente qualquer referência a qualquer tipo de envolvimento do governo do Irã, de alto nível, ou de qualquer nível[5].
Mas, na narrativa do governo dos EUA, Arabsiar foi tolo o bastante para acreditar no que lhe disse um agente infiltrado da agência antidrogas dos EUA [ing. Drug Enforcement Agency, DEA], que se fazia passar por membro do Zetas, cartel mexicanos de tráfico de drogas. Arabsiar disse a esse agente e seus companheiros que seria sobrinho de um alto funcionário iraniano – e que atuava em nome dos mais altos escalões.
Querem portanto que acreditemos que um general iraniano manda um seu parente rei dos otários, que vende carros no Texas, contratar um cartel de drogas para um complô político – como se a inteligência dos EUA não tivesse como rastrear o pagamento pelo assassinato, até o tal parente, sobretudo depois do caso dos 100 mil dólares enviados para os EUA, ao que se diz, vindos do Irã, para um sujeito já condenado por fraudes com cheques.
Mesmo sem considerar qualquer viés ideológico, qualquer pessoa que conheça o extremo profissionalismo do IRGC e da força Qods logo descartará como absoluto lixo toda essa história – sobretudo se apresentada como parte de uma complexa operação internacional que envolveria o Irã e seu inimigo mortal, os EUA, além do México e da Arábia Saudita. Mas Arabsiar “confessou” tudo – depois de 12 dias de interrogatório ininterrupto (alguém aí pensou em “simulação de afogamento”?).
E há também a questão do alvo escolhido. Segundo o Departamento de Justiça, o complô não visava os EUA. Assim sendo, atacar um embaixador da Casa de Saud – “precioso aliado” – em solo norte-americano só se explica pelo desejo doentio de sangue, típico dos iranianos doidos, suicidários, dedicados a arrastar os EUA a um ataque, nuclear ou de outro tipo.
A ideia de que um cartel mexicano de drogas investiria num complicadíssimo ataque político na capital dos EUA, esperando ganhar sacos de ópio (do Afeganistão “libertado”) também é inverossímil. Mas o quadro muda, se se pensa no que ganhariam os Mujahideen-e-Kalq – organização terrorista fundamentalista dedicada a tentar derrubar a República Islâmica. Ou no que ganharia a al-Qaeda, já espectral e fantasmagórica, se se inventasse uma guerra de três vias, que envolvesse Washington, Teerã e Riad.
Há também a opção israelense, da falsa bandeira. Além de o complô parecer brotado dos sonhos molhados do AIPAC [ing. American Israel Public Affairs Committee] entregue a Holder numa bandeja de prata, nada agradaria mais plenamente ao lobby israelense em Washington e a um sortimento variado de sionistas do que se aliar a causus belli decidido diretamente por Washington, que levasse os EUA a atacar o Irã, seja como for, e sem qualquer envolvimento direto de Israel.
Segundo o mantra oficial, os norte-americanos têm de ser sempre lembrados e relembrados de que o Irã é “ameaça existencial” ao estado judeu. Um atentado contra a vida do embaixador saudita seria perfeito, também, porque explicaria o envolvimento da Casa de Saud, no apoio logístico ao tal ataque ao Irã.
Ainda que se aceite que algum grupo bandido, dentro da força Qods, estaria envolvido numa conexão de tráfico de drogas e pudesse ter algo a ver com o complô, há também a possibilidade de que tudo tivesse sido armado como retaliação-resposta, a recente assassinado predeterminado [ing. targeted assassination] de um dos principais cientistas nucleares iranianos, assassinado no Irã. Mas isso não explica escolher um embaixador saudita, a ser morto em território norte-americano.
Cui bono? A quem o crime beneficia?
Mais uma vez: por que logo agora? O complô já é conhecido, ao que se sabe, há meses. O presidente Barack Obama foi informado em junho. O rei Abdullah foi informado em meados de setembro. Então... por que divulgar agora? O que nos leva de volta aos suspeitos de sempre.
Os neoconservadores. Facções do complexo industrial-militar. A direita, os malditos, imundos, doidos Republicanos e seus operadores na imprensa. O lobby pró-Israel. A Casa de Saud – que agora é pintada como “vítima” dos iranianos “do mal”, quando, de fato, está comandando a mais brutal contrarrevolução, que já destruiu qualquer possibilidade de alguma Primavera Árabe nos países do Golfo, inclusive a invasão e a repressão no Bahrain.
O complô aparece em boa hora, para distrair a atenção, para impedir que a Arábia Saudita seja vista como beneficiária de um multibilionário negócio de venda de armas norte-americanas.Vem em boa hora, também, para ‘limpar’ a imagem do próprio procurador geral. Holder foi envolvido há pouco tempo em outro escândalo monstruoso, quando mentiu sobre a Operação Velozes e Furiosos (não, vocês não podem imaginar!), operação fracassada, de cujo fracasso resultou que nada menos que 1.400 armas norte-americanas de grosso calibre acabaram em mãos de – adivinhem! – cartéis mexicanos do tráfico de drogas. Parece que a franquia “Velozes e Furiosos” é a arma de recreação preferida, em todos os níveis do governo dos EUA.
Washington quer “unir o mundo” contra o Irã (onde “mundo” significa: Organização do Tratado do Atlântico Norte, OTAN) e já ameaça denunciar o Irã ao Conselho de Segurança da ONU – outra vez.
Esperemos pois ansiosamente por mais uma resolução R2P (“responsabilidade de proteger”) apresentada e aprovada na correria, que ordene que a OTAN estabeleça mais zonas aéreas de exclusão sobre o telhado de todos os príncipes da Casa de Saud em todo o planeta. Essa resolução bem pode ser interpretada como autorização à OTAN para bombardear o Irã, até a ‘mudança de regime’. Esse, sim, é script verossímil.
NOTAS
[1] Versão resumida desse artigo foi publicada ontem em Al-Jazeera, emhttp://english.aljazeera. net/indepth/opinion/2011/10/ 201110121715573693.htmle, em português, em http://outroladodanoticia. com.br/inicial/23505-velozes- e-furiosos1-para-ocupar-o-ira- .html [NTs].
[2] Vê-se o anúncio oficial em http://www.youtube.com/ watch?v=X0wVQG0EIbc&feature= player_embedded#! E interessante lista de comentários de internautas sobre aquela fala, emhttp://www.reddit.com/r/ conspiracy/comments/l8v4s/ world_war_iii_operation_red_ coalition_alleged/[em inglês]. Um dos comentários diz: “Nosso aliado fascista Pinochet, organizou e executou um assassinato real em Washington, D.C., e os EUA nada fizeram contra. Quem não saiba, veja emhttp://en.wikipedia.org/ wiki/Orlando_Letelier” [NTs].
[3] 12/10/2011, matéria da Reuters, de Londres, emhttp://af.reuters.com/ article/energyOilNews/ idAFL5E7LC22520111012 (em inglês).
[4] Vê-se e ouve-se o comentário em http://www.youtube.com/ watch?v=oqcI5uFyEGk (em inglês).
[5] O texto pode ser lido, na íntegra, em http://www.emptywheel.net/ wp-content/uploads/2011/10/ 111011-Ababsiar-Amended- Complaint.pdf [em inglês].
Fonte:
http://www.atimes.com/atimes/ Middle_East/MJ14Ak02.html
O príncipe saudita Turki al-Faisal, ex-embaixador em Washington, ex-chefe do serviço secreto saudita, ex-amigão de Osama bin Laden, não perdeu tempo e já disse, em conferência de imprensa em Londres, que “o peso das provas, nesse caso, é imenso e mostram claramente a responsabilidade de funcionários iranianos. É inaceitável. Alguém no Irã terá de pagar o preço”.[3]
Quer dizer, o “Irã” – o país inteiro – já foi mandado para a guilhotina pelo eixo Washington/Riad, embora, para engolir a notícia, do tipo “rabo abana o cachorro”, de uma “Operação Coalizão Vermelha” (não, vocês não podem imaginar!) seja necessária a suspensão completa da sanidade e do senso racional normal.
A Operação Coalizão Vermelha está centrada num Mansour Arabsiar, 56 anos, vendedor de carros em Corpus Christi, Texas, portador de passaportes iraniano e norte-americano, e num co-conspirador, Gholam Shakuri, dito membro da força Qods do Corpo de Guardas Revolucionários Islâmicos [ing. Islamic Revolutionary Guards Corps, IRGC].
O diretor do FBI [United States Federal Bureau of Investigation], Robert Mueller, repetiu que o dito complô teria sido concebido por iranianos; em suas palavras: “parece script de Hollywood”[4]. Pois até essa propaganda de “Velozes e Furiosos” teria ido parar na lata do lixo, em qualquer conferência de imprensa que se desse ao respeito, até em Hollywood.
Mais rápido, muchachos. Matem, matem!
O governo dos EUA espera que um mundo crédulo acredite que um vendedor falido de carros no Texas seria selecionado, pelo competente braço da inteligência iraniana, que estaria à procura de alguém com cara de gângster de cartel mexicano de drogas, e lhe atribuiria a tarefa de, por US$1,5 milhão, matar o embaixador saudita em Washington – e, na mesma conversa, prometeria ao cartel mexicano acesso seguro a “toneladas de ópio”.
O que se sabe com certeza é que, na denúncia oficial [ing. Sealed Amended Complaint] contra Arabsiar e Shakuri, assinada pelo agente especial do FBI Robert Woloszyn, não há absolutamente qualquer referência a qualquer tipo de envolvimento do governo do Irã, de alto nível, ou de qualquer nível[5].
Mas, na narrativa do governo dos EUA, Arabsiar foi tolo o bastante para acreditar no que lhe disse um agente infiltrado da agência antidrogas dos EUA [ing. Drug Enforcement Agency, DEA], que se fazia passar por membro do Zetas, cartel mexicanos de tráfico de drogas. Arabsiar disse a esse agente e seus companheiros que seria sobrinho de um alto funcionário iraniano – e que atuava em nome dos mais altos escalões.
Querem portanto que acreditemos que um general iraniano manda um seu parente rei dos otários, que vende carros no Texas, contratar um cartel de drogas para um complô político – como se a inteligência dos EUA não tivesse como rastrear o pagamento pelo assassinato, até o tal parente, sobretudo depois do caso dos 100 mil dólares enviados para os EUA, ao que se diz, vindos do Irã, para um sujeito já condenado por fraudes com cheques.
Mesmo sem considerar qualquer viés ideológico, qualquer pessoa que conheça o extremo profissionalismo do IRGC e da força Qods logo descartará como absoluto lixo toda essa história – sobretudo se apresentada como parte de uma complexa operação internacional que envolveria o Irã e seu inimigo mortal, os EUA, além do México e da Arábia Saudita. Mas Arabsiar “confessou” tudo – depois de 12 dias de interrogatório ininterrupto (alguém aí pensou em “simulação de afogamento”?).
E há também a questão do alvo escolhido. Segundo o Departamento de Justiça, o complô não visava os EUA. Assim sendo, atacar um embaixador da Casa de Saud – “precioso aliado” – em solo norte-americano só se explica pelo desejo doentio de sangue, típico dos iranianos doidos, suicidários, dedicados a arrastar os EUA a um ataque, nuclear ou de outro tipo.
A ideia de que um cartel mexicano de drogas investiria num complicadíssimo ataque político na capital dos EUA, esperando ganhar sacos de ópio (do Afeganistão “libertado”) também é inverossímil. Mas o quadro muda, se se pensa no que ganhariam os Mujahideen-e-Kalq – organização terrorista fundamentalista dedicada a tentar derrubar a República Islâmica. Ou no que ganharia a al-Qaeda, já espectral e fantasmagórica, se se inventasse uma guerra de três vias, que envolvesse Washington, Teerã e Riad.
Há também a opção israelense, da falsa bandeira. Além de o complô parecer brotado dos sonhos molhados do AIPAC [ing. American Israel Public Affairs Committee] entregue a Holder numa bandeja de prata, nada agradaria mais plenamente ao lobby israelense em Washington e a um sortimento variado de sionistas do que se aliar a causus belli decidido diretamente por Washington, que levasse os EUA a atacar o Irã, seja como for, e sem qualquer envolvimento direto de Israel.
Segundo o mantra oficial, os norte-americanos têm de ser sempre lembrados e relembrados de que o Irã é “ameaça existencial” ao estado judeu. Um atentado contra a vida do embaixador saudita seria perfeito, também, porque explicaria o envolvimento da Casa de Saud, no apoio logístico ao tal ataque ao Irã.
Ainda que se aceite que algum grupo bandido, dentro da força Qods, estaria envolvido numa conexão de tráfico de drogas e pudesse ter algo a ver com o complô, há também a possibilidade de que tudo tivesse sido armado como retaliação-resposta, a recente assassinado predeterminado [ing. targeted assassination] de um dos principais cientistas nucleares iranianos, assassinado no Irã. Mas isso não explica escolher um embaixador saudita, a ser morto em território norte-americano.
Cui bono? A quem o crime beneficia?
Mais uma vez: por que logo agora? O complô já é conhecido, ao que se sabe, há meses. O presidente Barack Obama foi informado em junho. O rei Abdullah foi informado em meados de setembro. Então... por que divulgar agora? O que nos leva de volta aos suspeitos de sempre.
Os neoconservadores. Facções do complexo industrial-militar. A direita, os malditos, imundos, doidos Republicanos e seus operadores na imprensa. O lobby pró-Israel. A Casa de Saud – que agora é pintada como “vítima” dos iranianos “do mal”, quando, de fato, está comandando a mais brutal contrarrevolução, que já destruiu qualquer possibilidade de alguma Primavera Árabe nos países do Golfo, inclusive a invasão e a repressão no Bahrain.
O complô aparece em boa hora, para distrair a atenção, para impedir que a Arábia Saudita seja vista como beneficiária de um multibilionário negócio de venda de armas norte-americanas.Vem em boa hora, também, para ‘limpar’ a imagem do próprio procurador geral. Holder foi envolvido há pouco tempo em outro escândalo monstruoso, quando mentiu sobre a Operação Velozes e Furiosos (não, vocês não podem imaginar!), operação fracassada, de cujo fracasso resultou que nada menos que 1.400 armas norte-americanas de grosso calibre acabaram em mãos de – adivinhem! – cartéis mexicanos do tráfico de drogas. Parece que a franquia “Velozes e Furiosos” é a arma de recreação preferida, em todos os níveis do governo dos EUA.
Washington quer “unir o mundo” contra o Irã (onde “mundo” significa: Organização do Tratado do Atlântico Norte, OTAN) e já ameaça denunciar o Irã ao Conselho de Segurança da ONU – outra vez.
Esperemos pois ansiosamente por mais uma resolução R2P (“responsabilidade de proteger”) apresentada e aprovada na correria, que ordene que a OTAN estabeleça mais zonas aéreas de exclusão sobre o telhado de todos os príncipes da Casa de Saud em todo o planeta. Essa resolução bem pode ser interpretada como autorização à OTAN para bombardear o Irã, até a ‘mudança de regime’. Esse, sim, é script verossímil.
NOTAS
[1] Versão resumida desse artigo foi publicada ontem em Al-Jazeera, emhttp://english.aljazeera.
[2] Vê-se o anúncio oficial em http://www.youtube.com/
[3] 12/10/2011, matéria da Reuters, de Londres, emhttp://af.reuters.com/
[4] Vê-se e ouve-se o comentário em http://www.youtube.com/
[5] O texto pode ser lido, na íntegra, em http://www.emptywheel.net/
Fonte:
http://www.atimes.com/atimes/
Arnaldo Jabor disse que história poderia virar um filme.
ResponderExcluirVeja o vídeo com o comentário de Arnaldo Jabor sobre o assunto.
http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2011/10/eua-acusa-o-ira-de-planejar-matar-embaixador-da-arabia-saudita.html
Obrigado Rogerio, vou ver.
ResponderExcluirBoa Noite