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19 de junho de 2012

Rússia aceita risco ao se posicionar sobre situação na Síria

Tendo se colocado como um elemento-chave no conflito, Kremlin enfrenta frustração no Ocidente e profunda alienação entre os parceiros russos no mundo árabe

The New York Times |
O impasse internacional sobre a Síria abriu espaço para antigas rixas em Moscou. Depois de anos de reclamações sobre campanhas ocidentais para forçar os dirigentes a se afastar do poder, a Rússia aproveitou a oportunidade para expor seu ponto de vista.
AP
Presidente dos EUA, Barack Obama, mantém encontro bilateral com líder russo, Vladimir Putin, durante reunião do G20 em Los Cabos, México (18/06)
 
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Dessa vez, seus protestos não podem ser deixados de lado como foram quando começaram os ataques aéreos da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na Líbia ou quando coligações lideradas pelo Ocidente efetuaram ataques militares no Iraque e na Sérvia. Em vez disso, a comunidade internacional foi até a Rússia.
Na sexta-feira de 8 de junho, uma autoridade de alto escalão do Departamento de Estado dos EUA visitou Moscou, presumivelmente procurando convencer o Kremlin a reconsiderar sua postura e contribuir para um esforço para auxiliar na transição do poder do presidente sírio Bashar al-Assad, um antigo aliado russo. Em declarações após a reunião, o principal negociador da Rússia foi implacável, dizendo que a posição tomada por Moscou teve como base "uma questão de princípio".
Os líderes da Rússia já disseram repetidamente que seu objetivo era se proteger contra a instabilidade, e não apoiar Assad. Eles têm sinalizado que a Rússia aceitaria uma mudança de liderança na Síria, mas apenas se ela for idealizada por sírios e não imposta por estrangeiros, uma perspectiva improvável em um país dilacerado pela violência.
Juntamente com a satisfação de marcar posição, a Rússia incorre em alguns riscos substanciais. Tendo se posicionado como um elemento-chave no conflito, o Kremlin está sob pressão para apresentar alternativas. Moscou enfrenta a frustração do Ocidente, onde é visto como cúmplice no assassinato de civis pelas forças leais a Assad, e uma profunda alienação entre os parceiros russos no mundo árabe, que veem Moscou como um país que auxilia ditadores.
As revoltas no Egito e na Tunísia foram retratadas na Rússia como uma reação natural impulsionada por jovens frustrados com suas perspectivas econômicas. Mas o conflito sírio é visto de forma completamente diferente, como tendo sido orquestrado por outros países do Ocidente e do mundo árabe, dessa forma ajudando o crescimento do islamismo radical. À medida que o número de mortos aumenta na Síria - a ONU estima que mais de 9 mil foram mortos -, as autoridades russas têm consistentemente argumentado que a queda do governo de Assad resultaria em algo ainda pior.
"Quando tivemos a guerra na Chechênia, o argumento que ouvimos foi o de que estávamos usando força excessiva, e por isso os civis morreram", disse Alexei K. Pushkov, o chefe da comissão parlamentar para assuntos estrangeiros da Rússia. "Mas o que estava em jogo era saber se seguiríamos o cenário iugoslavo ou não, e o cenário iugoslavo era muito mais sangrento", disse.
Negociações realizadas em 8 de junho entre Fred Hof, um enviado sênior do Departamento de Estado dos EUA, e os vice-ministros de Negócios Estrangeiros russos, Mikhail Bogdanov e Gennady Gatilov, foram uma tentativa de forjar um consenso para uma transição. Um analista recomendou o modelo do acordo de paz de Dayton, de 1995, que pôs fim a uma terrível guerra étnica na antiga Iugoslávia. A Rússia poderá exercer um papel essencial na garantia da ordem durante uma transição política porque tem profundas ligações com oficiais militares sírios, muitos dos quais foram educados na União Soviética.
"O que é necessário para a Síria é algo como o Acordo de Dayton, não apenas para eliminar Assad, mas para trabalhar um novo modelo de regras para o país, pois apenas a implementação da democracia não trará nenhuma solução", disse Fyodor Lukyanov, editor do Russia in Global Affairs. "A Rússia tem mais influência sobre Assad do que qualquer outro país. A questão é se alguém será paciente o suficiente para tentar implementar isso."
Após ter saído da reunião do dia 8, Bogdanov disse que não previa ir além do plano de paz de seis pontos promovido pelo ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, que não afirma que Assad deva deixar o poder. Bogdanov responsabiliza forças da oposição e países estrangeiros, que "flertam com os extremistas e radicais de vários tipos com o intuito de atingir seus próprios objetivos", pela contínua violência. Quando questionado sobre o que aconteceria se as forças internacionais interviessem sem mandato do Conselho de Segurança da ONU, ele disse que seria "um desastre para toda a região do Oriente Médio".
Como os custos para a Rússia estão aumentando cada vez mais, o presidente Vladimir Putin também tem fortes razões domésticas para se recusar a ceder. Seu antecessor Dmitri A. Medvedev perdeu sua credibilidade no governo por sua decisão de não bloquear a intervenção ocidental na Líbia, alavancando uma série de eventos que contribuíram para a morte de Muamar Kadafi, outro aliado russo. O ato de concordar com um plano de transição na Síria colocaria Putin a mercê de um destino semelhante. Também significaria recuar de uma posição que ainda está sendo aclamada nos círculos políticos estrangeiros de Moscou.
"Sem o apoio da Rússia, ele teria sido retirado do poder e a intervenção teria acontecido", disse Vitaly V. Naumkin, diretor do Instituto de Estudos Orientais da Academia Russa de Ciências. "Assim, a Rússia provou que pode impedir certos eventos na região, que, em nossa opinião, não são não apenas desejáveis - não porque adoramos Assad -, mas porque queremos estabilidade nessa região, e achamos que esse tipo de engenharia política poderá levar a consequências catastróficas."
*Por Ellen Barry

Via Último Segundo

Um comentário:

  1. Os planos dos EUA em dominar o Mundo em chave incluem em certo a conquista da Ásia-Central e do Oriente-Médio, e se este plano não avançar em um curto período de tempo, é certo os EUA se destruirem sozinhos pela quebra da econômia, pela falência social e de suas principais instituições e militarmente poderam inclusive serem destruidos sem nenhuma ou com pouquissíma reação de retalhação para com um inimigo no caso de haver uma guerra de grandes proporções com uma outra superpotência, sendo assim o impasse é uma estratégia a muito usada pelos russos e agora pelos chineses e Iranianos, para com isso fazer os americanos caírem em suas próprias armadilhas.

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