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22 de setembro de 2011

Relações entre EUA e Paquistão se deterioram




Foto: AFP 
Mike Mullen em foto de 23 de junho

O chefe do Estado-Maior Conjunto americano, almirante Mike Mullen, acusou nesta quinta-feira a agência de inteligência do Paquistão de apoiar o grupo Haqqani no planejamento e condução do ataque lançado na semana passada contra a Embaixada dos EUA em Cabul. "A rede Haqqani atua como um genuíno braço da Agência de Inteligência do Paquistão (ISI, na sigla em inglês)", disse a autoridade militar mais graduada dos EUA perante a Comissão de Serviços Armados do Senado.
O ministro do Interior do Paquistão, Rehman Malik, no entanto, havia negado declarações parecidas de oficiais da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e de diplomatas americanos.
Em entrevista à BBC, Malik disse que o Paquistão está determinado a lutar contra todos os grupos militantes que atuam na fronteira com o Afeganistão.
Em julho, Mullen afirmou que o Paquistão autorizou o assassinato do jornalista Saleem Shahzad, afirmação que o governo paquistanês classificou como "irresponsável". Por várias vezes Islamabad negou manter vínculos com grupos militantes.
'Inteligência crível'
Os ataques de 20 horas contra a embaixada americana, a sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte e prédios da polícia deixou ao menos 27 mortos na capital afegã em 13 de setembro. O número de mortos inclui 11 civis, entre os quais crianças, além de quatro policiais e dez militantes.
"Com o apoio do ISI, membros do Haqqani planejaram e conduziram um caminhão-bomba, assim como o assalto à nossa embaixada", disse Mullen, que deixa neste mês o cargo no Estado-Maior Conjunto. "Temos informações críveis de inteligência de que estiveram por trás do ataque de 28 de junho contra o Hotel Intercontinental em Cabul e de outras operações menores, mas efetivas."
A rede Haqqani, que é estreitamente aliada à milícia islâmica do Taleban e cuja base supostamente fica no Paquistão, tem sido acusada de vários grandes ataques contra alvos ocidentais, indianos e governamentais no Afeganistão.
Ela é frequentemente descrita por autoridades paquistanesas como um grupo predominantemente afegão, mas correspondentes dizem que suas raízes alcançam o território do Paquistão, com a especulação sobre seus vínculos com o aparato de segurança do país se recusando a morrer.
As declarações de Mullen são mais uma mostra da deterioração das relações entre EUA e Paquistão, que ficou aparente durante a morte do líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, em território paquistanês em maio. Na época, autoridades americanas acusaram Islamabad de dar apoio aos militantes islâmicos.
Ação no Paquistão
No início deste mês, autoridades em Washington deixaram claro que podem atacar alvos da Haqqani em solo paquistanês se Islamabad não combater os militantes. Na entrevista à BBC, o ministro do Interior paquistanês disse que seu país tem tomado "ações estritas" contra o grupo.
Segundo Malik, os esforços do governo muitas vezes são frustrados porque nem o Paquistão nem o Afeganistão têm o controle pleno de suas fronteiras.
*Com BBC

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