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24 de novembro de 2011

Artigo. Luiz Felipe Lampreia



Blog do Luiz Felipe Lampreia

Guerra secreta contra o programa nuclear do Irã


A empresa americana de análises estratégicas Stratfor publicou recentemente em sua homepage um comentário importante que transcrevo parcialmente:
“Dadas a violenta repercussão e as desvantagens de um ataque convencional contra as instalações nucleares e as bases de mísseis iranianas,os serviços de inteligência de Israel, Estados Unidos ou outros aliados podem ter decidido optar principalmente por operações clandestinas, que podem ser plausivelmente desmentidas. A última explosão numa importante base próxima a Teerã poderia ser mais um exemplo de uma campanha deste tipo – embora não seja claro, neste caso, se a tentativa teria sido dirigida a sabotar o programa de mísseis do Irã ou uma tentativa de assassinato de cientistas, ou mesmo se teria sido explicitamente direcionada a assassinar o general Hassan Moghaddam, que é o arquiteto do programa de mísseis. Embora a base de Bidganeh seja muito importante e o momento da explosão altamente sugestivo de um ato de sabotagem, ainda não é claro o que ocorreu. Ainda que as explosões tiveram lugar em um ambiente geopolítico particularmente tenso e que uma ação secreta seja uma tática comum para ambos os lados, a hipótese de um acidente não pode ser descartada.”
Vale esclarecer que o general Moghaddam e mais 16 pessoas morreram na explosão, que foi confirmada pelo governo de Teerã, o qual porém atribuiu o acidente à explosão de munições que estavam sendo transferidas dentro da base.
Como foi certificado pela Agência Internacional de Energia Atômica, o Irã está acelerando seu programa nuclear na direção de dotar-se de armas nucleares. Embora as sanções adotadas pelo Conselho de Segurança da ONU no ano passado tenham tido, segundo se reporta, um efeito significativo sobre o Irã, é claro que não interromperam o avanço do programa militar desse país. Não é provável que novas sanções ainda mais severas sejam aprovadas no CSNU, pois haveria provavelmente um veto chinês, dadas as relações econômicas intensas que esse país tem com o Irã. Nesse caso, a possibilidade aventada pela Stratfor tem reais foros de verdade.
Publicado no blog de Luiz Felipe Lampreia no jornal “O Globo”

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