Manifestantes egípcios rejeitam proposta do regime militar
A promessa de uma transição mais rápida para um regime civil chegou, mas não foi suficiente para convencer milhares de egípcios a abandonarem os protestos, que já fizeram 37 mortos. A Praça Tharir continuou ocupada durante a noite e a ser palco de violência.
Polícia respondeu aos manifestantes com balas de borracha (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)
Não foi apenas no Cairo que os manifestantes resistiram. Esta manhã, um homem morreu durante os confrontos com a polícia na cidade de Alexandria, avança a Reuters.
O marechal Hussein Tantawi, líder do Conselho Superior das Forças Armadas que governa o país (SCSAF) desde a queda de Hosni Mubarak, foi à televisão na terça-feira à noite para confirmar a realização de eleições parlamentares, na próxima semana, e de presidenciais até Julho, seis meses mais cedo do que o previsto.
Tantawi também aceitou a demissão do primeiro-ministro civil, Essam Sharaf, e do seu Executivo, apresentada na véspera.
Muitos dos que contestam o marechal ouviram com desagrado a sua proposta de referendo sobre se o regime militar deve ou não terminar mais cedo – algo que alguns encaram como uma tentativa de chegar aos que temem mais tumultos e de os afastar dos jovens activistas.
Para aqueles que há cinco dias não deixam a rua, as propostas não são suficientes, e querem ver a demissão do próprio Tantawi. “Sai! Sai!”, gritava-se na rua. “As pessoas querem derrubar o marechal”, cita a Reuters.
A televisão passou imagens de ambulâncias a chegar durante a noite à Praça Tahrir, que já tinha sido o centro da contestação contra Mubarak, que em Fevereiro foi obrigado a demitir-se. A polícia voltou durante a noite a usar gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes, que lançaram pedras. Houve quem denunciasse também o uso de balas de borracha. “Assim que rompeu o dia, começaram a disparar porque já nos viam”, afirmou Tareq Hussein Zaki, 32 anos, construtor de mobiliário.
Segundo uma análise da BBC, o anúncio feito ontem por Tantawi torna a situação dos activistas “mais complexa”. A Irmandade Muçulmana – provavelmente o maior grupo político do Egipto e certamente o mais bem organizado e influente – não está a participar nos protestos, refere a estação britânica. “Quer que as eleições vão para a frente, e muita gente na Praça não quer eleições. Dizem que primeiro querem ver cair o Governo militar”.
Ou seja, ao contrário de Fevereiro, quando a queda do ditador era o objectivo de todos, os que agora saem à rua não estão totalmente unidos nas suas posições.
O escrutínio prometido por Tantawi vai começar na próxima segunda-feira, mas será preciso esperar até Janeiro para ficar concluído.
O calendário inicial previa que o novo Parlamento elegesse uma assembleia constituinte encarregue de, em seis meses, apresentar a nova Constituição. Depois realizar-se-ia um referendo para aprovar o documento e só depois teriam lugar as eleições presidenciais. Isso implicaria que o país teria os militares no poder durante mais um ano, ou talvez mesmo até ao início de 2013.
O marechal Hussein Tantawi, líder do Conselho Superior das Forças Armadas que governa o país (SCSAF) desde a queda de Hosni Mubarak, foi à televisão na terça-feira à noite para confirmar a realização de eleições parlamentares, na próxima semana, e de presidenciais até Julho, seis meses mais cedo do que o previsto.
Tantawi também aceitou a demissão do primeiro-ministro civil, Essam Sharaf, e do seu Executivo, apresentada na véspera.
Muitos dos que contestam o marechal ouviram com desagrado a sua proposta de referendo sobre se o regime militar deve ou não terminar mais cedo – algo que alguns encaram como uma tentativa de chegar aos que temem mais tumultos e de os afastar dos jovens activistas.
Para aqueles que há cinco dias não deixam a rua, as propostas não são suficientes, e querem ver a demissão do próprio Tantawi. “Sai! Sai!”, gritava-se na rua. “As pessoas querem derrubar o marechal”, cita a Reuters.
A televisão passou imagens de ambulâncias a chegar durante a noite à Praça Tahrir, que já tinha sido o centro da contestação contra Mubarak, que em Fevereiro foi obrigado a demitir-se. A polícia voltou durante a noite a usar gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes, que lançaram pedras. Houve quem denunciasse também o uso de balas de borracha. “Assim que rompeu o dia, começaram a disparar porque já nos viam”, afirmou Tareq Hussein Zaki, 32 anos, construtor de mobiliário.
Segundo uma análise da BBC, o anúncio feito ontem por Tantawi torna a situação dos activistas “mais complexa”. A Irmandade Muçulmana – provavelmente o maior grupo político do Egipto e certamente o mais bem organizado e influente – não está a participar nos protestos, refere a estação britânica. “Quer que as eleições vão para a frente, e muita gente na Praça não quer eleições. Dizem que primeiro querem ver cair o Governo militar”.
Ou seja, ao contrário de Fevereiro, quando a queda do ditador era o objectivo de todos, os que agora saem à rua não estão totalmente unidos nas suas posições.
O escrutínio prometido por Tantawi vai começar na próxima segunda-feira, mas será preciso esperar até Janeiro para ficar concluído.
O calendário inicial previa que o novo Parlamento elegesse uma assembleia constituinte encarregue de, em seis meses, apresentar a nova Constituição. Depois realizar-se-ia um referendo para aprovar o documento e só depois teriam lugar as eleições presidenciais. Isso implicaria que o país teria os militares no poder durante mais um ano, ou talvez mesmo até ao início de 2013.
Fonte:www.publico.pt
Colaborou com o UND-Jonh Boss
Caro Daniel.
ResponderExcluirPostei nos coments de post anterior sobre o Egito tb uma sugestão de leitura de um texto que achei interessante pq parece provar a existência de uma elite global financeira.O texto está no site "inovacaotecnologica.com.br" na seção informártica e o título é " Matemáticos revelam rede capitalista que domina o mundo".
Dá uma olhada e se achar pertinente quem sabe não vale a pena postar aqui prá espalhar a notícia???
Abraço