Por THAIS HERÉDIA
Num artigo publicado no “Financial Times” deste domingo, o jornalista alemão Wolfgan Münchau sentenciou: o pior ainda está por vir na crise europeia.
No caso da Grécia, a situação fica cada vez pior. A recessão já está praticamente instalada no país e um calote da dívida pública grega não é mais questão de probabilidades, é de tempo. Um tempo que parece estar se esgotando.
A vizinha mais rica, a Itália, sofreu nesta segunda-feira porque os boatos de que o país seria rebaixado pelas agências de rating se espalharam com força pelos mercados. A Itália possui a terceira maior dívida pública do mundo – e está ameaçada pelos desentendimentos políticos sobre um novo pacote de austeridade que o país precisaria adotar para sair da zona de altíssimo risco.
Mais austeridade fiscal foi o remédio defendido pelo ministro alemão das Finanças Wolfgang Schäuble, em entrevista aos jornais europeus, como a melhor resposta para a situação atual da zona do euro. “Há uma troca entre a dor do curto prazo e os ganhos a longo prazo”, disse Schäuble.
O movimento dos mercados nesta segunda-feira sinaliza que os investidores querem mais do que garantias de que os países em dificuldades sejam responsáveis e duros com seus orçamentos. O que se espera com urgência é que o Banco Central Europeu comece a reduzir os juros para não deixar as economias afundarem no mesmo barco em que já está hoje a confiança nos governos. Mesmo que para isso o mais rígido de todos os xerifes monetários dos países ricos aceite um pouco mais de inflação na região, o que também não se confirma ainda.
Em seu artigo no FT, o jornalista Wolfgan Münchau, diferente do compatriota do minstério das Finanças, ressalta que a política monetária é que pode ser a ferramenta mais importante nesta fase da crise. E, para ele, mesmo que o BCE decida baixar os juros para tentar dar algum fôlego às economias do continente, isso não deve significar que a crise será estancada. “Mas já ajudaria muito”, ressalva.
Uma reportagem no jornal americano “Wall Street Journal” revelou que um “alto economista do FMI, que não está ligado diretamente à missão da Grécia, mas a acompanha de perto”, espera um calote da dívida grega, talvez ainda este ano. A fonte do WSJ teria dito ainda que as chances de um novo programa do FMI para ajudar o país são muito pequenas e, para o bem da credibilidade da instituição, “não devemos ficar muito tempo dizendo que podemos fazer com que os números da dívida grega recuem sem que seja necessário um corte no valor dos títulos”, o que é considerado um não-pagamento pelos investidores.
Todas essas informações e reportagens foram passando entre operadores e investidores do Brasil durante o dia, provocando a piora no mercado financeiro, além do contágio direto que o país já sofre com a reação dos mercados internacionais.
Finalmente e ainda mais esperado, sexta-feira dia 09/09, é o último dia para que bancos credores da Grécia confirmem sua participação no programa de troca de títulos públicos da Grécia aceitando receber menos, sem o que a previsão do alemão Wolfgan Münchau pode realmente se concretizar.
E Fim dos Tempos. Net
Fabricada ou não esta crise, assim como tantas outras, também está alicerçada nos gastos com assistencialismo por parte dos governos. Todos estes países sempre deram assistência aos desempregados, na saúde, em moradias, etc... Pra quem gosta de falar muito do assistencialismo no Brasil, eles são pires que nós.
ResponderExcluirA mágica dos recursos "fartos"??? acabou.
Agora é a vez da agonia de uma população que comia mortadela e gostava de arrotar peru...
É estes são os grandes erros destas economias e parece que o Brasil vai a passos largos para a mesma piscina imunda deste assistencialismo barato de governo após governo.
ResponderExcluirO preço é esse, uma crise anunciada e agora de difícil solução.
E nem sabemos o que ainda esteja por vir e nem o Brasil pode se dar ao luxo de dizer que tudo não passa de marolinha e que nada pode nos atingir.
Obrigado Manfred pelos seus comentários