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5 de setembro de 2011

Tensão volta a assombrar a economia global

Temores de rebaixamento do rating da Itália derrubam ações na Europa

05/09/2011

O risco de rebaixamento da dívida soberana da Itália pesou negativamente nos mercados nesta segunda-feira e prejudicou o pregão das bolsas europeias. Segundo a Bloomberg News, os rumores de um rebaixamento iminente ganharam reverberação com a divulgação de um relatório do banco francês Société Generale nesta segunda-feira.
Em Londres, o índice Financial Times 100 fechou em baixa de 3,58%, a 5.102 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX caiu 5,28%, para 5.246 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 perdeu 4,73%, a 2.999 pontos. Em Milão, o índice Ftse-Mib teve desvalorização de 4,83%, para 14.333 pontos. Em Madri, o índice Ibex-35 retrocedeu 4,69%, a 8.066 pontos. Em Lisboa, o índice PSI20 encerrou em queda de 2,82%, para 6.158 pontos.
Os analistas do banco afirmaram em relatório que parecia "provável" uma piora da nota de crédito da Itália pelas três principais agências de rating diante das atuais perspectivas econômicas e orçamentárias do país e também devido às incertezas sobre a capacidade de financiar a dívida do país no mercado.
As agências Standard and Poor's e Moody's colocaram em revisão a nota de crédito soberano da Itália em maio e junho, respectivamente, citando as baixas perspectivas de crescimento econômico.
Em nota, a Moody's afirmou nesta segunda-feira que seu rating "Aa2" para a Itália continua em revisão, o que significa que pode sofrer um rebaixamento.
A pressão do mercado foi intensificada na véspera do início da discussão do pacote de austeridade do primeiro-ministro Silvio Berlusconi no Senado, que começa nesta terça-feira. O plano prevê cortes de 45 bilhões de euros (US$ 64 bilhões). Ao mesmo tempo, o maior sindicato do país planejou greves em todo o país contra as medidas previstas no plano de Berlusconi.
O principal índice das ações europeias caiu ao menor nível em mais de duas semanas nesta segunda-feira, em meio a persistentes preocupações com o crescimento e com a crise de dívida na zona do euro e um agravamento da situação com um eventual rebaixamento da nota de crédito soberano da Itália. O índice FTSEurofirst 300 fechou em baixa de 3,8%, para 912 pontos, segundo dados preliminares. Trata-se do menor nível de encerramento desde 19 de agosto.
O índice de bancos STOXX Europe 600 recuou 5,5%, para a mínima em 29 meses. Os papéis do alemão Deutsche Bank desabaram 8,3%, ampliando o declínio de sexta-feira. Alguns bancos também foram golpeados após os Estados Unidos abrirem um processo sobre hipotecas contra algumas instituições.
"Não sabemos o tamanho das acusações. Na falta de certeza, as pessoas vendem primeiro e depois fazem as perguntas", disse o presidente do departamento de ações internacionais da Legal &General, Ian King, que gerencia US$ 573,2 bilhões em ativos, sobre a influência da ação movida nos EUA contra os bancos.
Embora os preços dos papéis pareçam baratos, uma combinação de fatores, incluindo a crise de dívida na zona do euro, leva investidores a evitarem risco, afirmou King.
FONTE: O Globo

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