Em meia a onda de protestos populares que vem varrendo diversos países do mundo árabe, desde dezembo de 2010 e que teve início na Tunísia, aquela tensa região do planeta começa a viver uma situação política cada vêz mais volátil.
Volatilidade esta que começa a colocar em risco, acordos de paz pré estabelecidos, principalmente quando tratamos especificamente de Israel e Egito.
Há semanas as tensões entre o Cairo e Tel Aviv vem aumentando, com protestos populares e e atos de hostilidade contra Israel.
Quando Hosni Mubarak esteve a frente do Egito, os dois países forjaram uma paz duradoura, porém com a saida de Mubarak após 30 anos no poder, por conta das revoltas populares que também atingiram o Egito acabaram por mudar as regras do jogo.
Agora temos uma junta militar provisória que mantém o controle do país, mas sabemos que em uma eleição democrática, o maior vencedor será a Irmandade Muçulmana, que já chegou certa vêz a defender a instalação de uma Teocracía islâmica nos moldes da iraniana no Egito.
E alguém já está fomentando uma crise que leve Egito e Israel a romperem o acordo de paz, assinado entre os dois países em 1979.
Toda a atenção deve estar redobrada ao que pode estar por vir no Oriente Médio, uma correlação de forças em ebulição.
Entre os grandes atores, EUA, China e Rússia e UE, grandes interessados em manter seus interesses estratégicos e econômicos naquela região.
Ainda podemos citar, os elementos secundários, que são: Israel, Turquia, Arábia Saudita e Irã.
As tensões estão surgindo, Turquia e Israel, que nos últimos anos vinham desenvolvendo uma grande aproximação e cooperação estratégica em diversos campos, mas que acabou azedando ,depois do episódio do ataque de Israel a um navio turco que levava ajuda humanitária à Faixa de Gaza.
Nos últimos dias, as relações entre ambos se deterioraram ainda mais, por conta da iniciativa turca em destacar navios de guerra para proteger qualquer embarcação turca que leve ajuda à Gaza.
E Israel em sua arrogância, dissera, que não há necessidade em pedir desculpas pelo incidente com o barco que levava ajuda aos palestinos de Gaza.
Outro aspecto perigoso, se desenvolve a partir da Síria, que desde março vem reprimindo de forma violenta os protestos contra o regime do líder sírio, Bashar Al Assad , há 11 anos no poder.
Desde então cerca de 2500 pessoas já teriam morrido, outras milhares estão fugindo de sua casas rumo a Turquia, temerosas da repressão.
Esta situação, vem causando desconfortos crescentes aos turcos, que se veêm com a entrada cada vêz maior de sírios refugiados em seu território. Vale ressaltar que a Turquia é membro da Otan ( Organização do Tratado do Atlântico Norte ) aliança militar Euro-americana, que dentre outras intervenções, atuam há meses contra as forças do então lider líbio, Mummar Kadafi.
O risco de algum tipo de intervenção estrangeira, mesmo que descartado agora, pode ganhar força a qualquer momento no que concerne a Síria.
Mas a Síria, ao contrário da Líbia, tem fortes vínculos com o Irã dos aiatolás, que já vem pedindo moderação a Al Assad na Síria, para que negocie com a oposição.
O medo do Irã é que um colapso do regime sírio, fará com que o Irã perca influência no Oriente Médio, com quem trava nos bastidores com Arábia Saudita, uma disputa por mentes e corações na região.
E também, é uma maneira de fazer grande oposição a Israel,apoiando com o ajuda da Síria, movimentos extremistas islâmicos, tais como o Hezbollá libanês e o Hamas ( Movimento de Resistância Islâmico ) na Palestina ( Faixa de Gaza ).
Soma se a isto, o desconforto iraniano em ter na Turquia, um país que vem aceitando ceder seu território a instalação de um sistema de radares anti mísseis a serviço dos EUA.
Enfim, os episódios de violência e protestos em frente a embaixada israelense no Cairo, sem dúvidas, está sendo forjado com o intuito de se criar um novo factóide envolvendo a temática da segurança do Estado de Israel.
Vamos aguardar e ver os desdobramentos de toda esta situação.
Texto acima de Daniel Lucas- UND
Egito declara estado de alerta por distúrbios em embaixada
Confrontos deixam três mortos, mais de mil feridos e 19 presos; primeiro-ministro de Israel diz que incidente ameaça paz com Cairo
O Egito declarou neste sábado estado de alerta e convocou uma reunião de emergência, por conta de protestos nas ruas do Cairo e confrontos na embaixada de Israel da capital, na véspera e ao longo da madrugada - episódio visto como uma "ameaça à paz" regional.
De acordo com o vice-ministro da Saúde egípcio, Hamid Abaza, os confrontos de rua entre manifestantes e a polícia e soldados do Exército deixaram três mortos e ao menos 1.093 feridos, dos quais apenas 38 permanecem no hospital. Segundo Abaza, uma das mortes aconteceu na noite de sexta-feira, quando um homem morreu de ataque cardíaco. Um total de 19 manifestantes foi preso.
As forças de segurança egípcias enfrentaram os manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo e veículos blindados; em reação, foram alvejadas com pedras e bombas caseiras. Após as preces de sexta-feira, os manifestantes invadiram o prédio da embaixada israelense no Cairo, entraram nos escritórios consulares e, segundo autoridades, destruíram documentos.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, condenou o ataque. Um assessor afirmou que o premiê classificou a invasão como um "incidente sério" e uma "flagrante violação das normas internacionais". Previamente à BBC, uma autoridade graduada de Israel disse que o ataque à representação diplomática no Egito representava uma séria ameaça às relações entre os dois países - um dos pontos de equilíbrio para a paz no Oriente Médio.
O embaixador israelense abandonou o Egito na madrugada deste sábado e, horas depois, todos os funcionários da embaixada e seus familiares - cerca de 80 pessoas - foram retirados do local. O assessor de Netanyahu afirmou que o premiê agradecia as autoridades egípcias por ajudar a resgatar seis empregados israelenses presos dentro da representação diplomática durante o ataque, mas disse que o incidente causa um "sério dano ao tecido da paz com Israel".
À frente da sede diplomática ficou o número dois da Embaixada de Israel, Yisrael Tikochinski, que seguirá por enquanto na capital egípcia "em um lugar seguro". "Esperamos que o governo egípcio tome as medidas necessárias para que essa situação não volte a se produzir para que possamos restaurar a Embaixada outra vez", manifestou um responsável israelense.
Observadores dizem que o incidente marca uma aguda escalada nas tensões bilaterais e testam os 30 anos do tratado de paz entre Israel e Egito. Sob o regime de Hosni Mubarak, os laços entre os dois países haviam sido estáveis, após anos de conflitos. Mas, agora que o ex-presidente foi deposto, Israel teme que um governo menos favorável seja implementado no Cairo.
Neste sábado, o conselho militar que governa o Egito interinamente fez uma reunião extraordinária para discutir o episódio.
Estopim
A embaixada era alvo de protestos desde a morte de cinco policiais egípcios, em 18 de agosto, supostamente em uma ação das forças israelenses. Autoridades egípcias dizem que os cinco foram mortos quando as forças de segurança de Israel perseguiram supostos militantes através da fronteira.
No mesmo dia, atiradores haviam atacado ônibus civis israelenses perto do resort israelense de Eilat, localizado no mar Vermelho, deixando oito mortos. Centenas de egípcios protestaram em frente ao prédio da embaixada de Israel na noite seguinte, queimando uma bandeira do país e exigindo a expulsão do embaixador.
Depois do incidente registrado no mês passado na fronteira, Cairo definiu a morte dos policiais como "inaceitável". Israel não admitiu responsabilidade no caso, mas lamentou as mortes. As tensões vêm crescendo desde então. O ministro de Defesa de Israel disse ter ordenado um inquérito em conjunto com o Exército egípcio.
Pneus queimados
Ao longo da madrugada e manhã deste sábado, centenas de manifestantes se mantiveram nos arredores da embaixada no Cairo, queimando pneus pelas ruas e cantando slogans de crítica aos militares no poder no Egito.
Seis funcionários da representação diplomática ficaram presos no prédio durante os protestos e precisaram ser resgatados por forças de seguranças egípcias, disse uma autoridade israelense à BBC. A mesma autoridade diz que os protestos estão sendo vistos em Jerusalém como uma "grave violação" das relações diplomáticas.
O Egito é um dos dois países árabes - junto com a Jordânia - a ter estabelecido a paz com Israel. Mas crescem as demonstrações de sentimento anti-israelense entre os civis egípcios. Um dos manifestantes egípcios na embaixada disse à BBC que "fomos criados odiando Israel, mas agora podemos expressar isso livremente. Com a queda de Mubarak, o sangue egípcio será vingado".
*Com AP, BBC e EFE
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