Turquia promete aumentar resposta se Síria não suspender ataques
Forças Armadas sobem o tom após mais morteiros sírios caírem na região fronteiriça de Azmarin
O Exército turco prometeu nesta quarta-feira reagir com
mais força caso a Síria continue atacando seu território, no dia em que
mais morteiros sírios caíram na região fronteiriça de Azmarin.
As Forças Armadas turcas reforçaram sua presença nos 900
quilômetros de fronteira com a Síria e estão respondendo à altura na
última semana aos disparos vindos do norte da Síria, onde as forças do
presidente Bashar al-Assad combatem rebeldes que controlam parte do
país.
Rajadas de metralhadoras foram ouvidas vindo do lado
turco nesta quarta, em meio a fumaça e gritos de "Deus é o maior",
segundo testemunhou um repórter da Reuters. "Respondemos, mas, se
continuar, vamos responder com maior força", disse o chefe do
Estado-Maior turco, general Necdet Ozel, à TV estatal TRT.
Chefe do Estado-Maior turco, general Necdet Ozel, faz tour por região da fronteira com a Síria (09/10)
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico
Norte (Otan), Anders Fogh Rasmussen, disse na terça-feira que a aliança
militar, com 28 países, tem planos para a defesa da Turquia, um dos
seus membros. Ele não deu mais detalhes, mas uma fonte de alto escalão
do Departamento de Defesa dos EUA disse que a Otan provavelmente vai
intervir se a Turquia solicitar assistência.
Não ficou claro se os disparos que atingiram o território
turco tinham alvo definido, ou se foram um dano colateral de ataques
das tropas sírias contra posições rebeldes perto da fronteira com a
Turquia.
Muitos civis sírios, incluindo mulheres com crianças de
colo, fugiram da Síria cruzando o riacho que separa o país da Turquia na
região de Azmarin. Moradores da aldeia turca de Hacipasa ajudaram a
retirar os refugiados em barquinhos metálicos.
"Os disparos começaram a se intensificar ontem
(terça-feira) à noite. Algumas pessoas foram mortas, algumas estão
caídas feridas na estrada", disse uma mulher de 55 anos, chamada Mune,
que fugiu de Azmarin e estava com vários adultos e cerca de 20 crianças
em frente a uma casa em Hacipasa.
"As pessoas querem escapar, mas não conseguem. Muitas se
instalaram em um campo fora da cidade, e estão tentando vir", disse ela,
contando como usou uma bacia para ajudar crianças a atravessar outro
ponto do rio.
Médicos e voluntários improvisaram postos de primeiros
socorros em ambos os lados da fronteira. Uma ambulância turca, além de
vários micro-ônibus e carros, esperava para levar os feridos mais graves
à cidade de Antakya ou a hospitais distritais.
"Não me levem para o outro lado, me levem de volta. Quero
retornar e lutar", dizia um homem com camiseta ensanguentada, que saía
de maca.
Espaço aéreo
Também nesta quarta-feira, as forças aéreas da Turquia
obrigaram um avião comercial sírio a pousar no aeroporto da capital
Ankara após suspeitas de que a aeronave carregava armas destinadas ao
exército do presidente Bashar Al-Assad.
De acordo com relatos da agência estatal TRT, um Airbus
320 que havia partido de Moscou com 35 passageiros a bordo foi
interceptado por jatos F4 turcos e depois escoltado até a o aeroporto
Esenboga. Segundo o porta-voz do ministro das Relações Exteriores, as
autoridades locais ainda estão investigando se de fato o avião carregava
armamentos.
Em resposta ao aumento das tensões entre os dois países, a
Turquia também proibiu aviões civis partindo de seus aeroportos de
cruzarem o espaço aéreo da Síria.
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