Olá leitores.
Bom dia!
Como eu havia dito, de hoje em diante, eu passarei a postar matérias especiais sobre a antiga Urss e começamos com a história do Czar Nicolau II e o governo provisório de Alexander Kerensky, que precederam a era de transformações profundas na Rússia, que culminariam com a formação da URSS de orientação marxista -leninista.
Tópicos de hoje
-Czar Nicolau II
-Alexander Kerensky
Czar Nicolau II
Nicolau
II Romanov, nasceu no Palácio de Catarina, próximo a São Petersburgo,
em 18 de maio (6 de maio no calendário juliano) de 1868. Filho de
Alexandre III, foi o último czar da Rússia (Em Russo Николáй
Алексáндрович Ромáнов, Nikolaj Aleksandrovitch Romanov). Governou desde
a morte do pai, em 1 de Novembro de 1894, até à sua abdicação em 15 de
Março de 1917, tendo sido morto com toda a família imperial russa na
cidade de Ecaterimburgo, em 1918, durante a Revolução Russa.
Quanto ao seu título oficial, era chamado Nicolau II, Imperador e
Autocrata de Todas as Rússias, Soberano da Circássia e dos Princípes de
Moutan, Senhor do Turquestão, Duque de Schleswig, Holstein, Stormarn,
Ditmarschen e Oldenburgo, Herdeiro da Noruega.
Foi casado com Alexandra de Hesse, teve quatro filhas e um filho, entre elas, a princesa Anastácia Romanova.
Filho do Imperador Alexandre III e sua Imperatriz Maria (nascida
Princesa Dagmar da Dinamarca), Nicolau era o neto de Cristiano IX da
Dinamarca através da sua mãe e do Imperador Alexandre II do lado do
pai. Nicolau foi visto como demasiado fraco pelo seu pai, duro e
exigente, que, não antecipando a sua morte prematura, não o preparou
para a coroa que um dia seria sua.
Desde cedo Nicolau demonstrou temperamento tímido e inclinações que o orientavam mais para a vida
Em 1894, quando Alexandre III morre inesperadamente com 49 anos de
idade, vítima da problemas de rins, Nicolau sente-se desesperado, pouco
preparado para assumir o cargo. Disse, em lágrimas, ao seu primo
Alexandre: "o que será de mim e da Rússia? Eu não estou preparado para
ser Czar e nunca o quis ser. Não percebo nada dos negócios do governo.
Não sei nem sequer como hei de falar com os ministros". Uma afirmação
muito semelhante à de Luís XVI da França em 1775 quando soube que se
tornaria Rei de França. Em 1894 casou-se com a princesa alemã Alexandra
de Hesse, que não demorou a adquirir ascendência sobre ele.
Nicolau II mantinha um diário onde tomava notas dos detalhes mais
pedantes do seu dia. Estão cheios de pormenores sem importância, sobre
joguinhos com os amigos, temperatura, distâncias percorridas e outros.
Por exemplo em 1894, com 26 anos, a menos de um mês de se tornar tsar,
ele descreve as suas batalhas de castanhas com o príncipe Jorge da
Grécia no parque do castelo.
Mesmo durante os eventos dramáticos que se seguiram ao Domingo
Sangrento, com manifestações de protesto e greves por toda a Rússia e
territórios adjacentes (em Varsóvia as tropas czaristas dispararam
sobre a manifestação matando 93 pessoas), Nicolau II apontava
meticulosamente no seu diário o estado do tempo, a companhia com quem
tomava chá e o número de pássaros abatidos na caça.
Tinha as maneiras de um aluno de uma escola inglesa de elite. Dançava
de forma elegante era um bom atirador, cavalgava e praticava desportos,
como também, era famoso entre as mulheres. Falava um inglês perfeito,
como o de um professor de Oxford. Falava um francês e alemão razoáveis.
Não gostava de política. Sentia-se mais à vontade com oficiais e com
mulheres do que com ministros e políticos. Adorava a vida de soldado. O
seu pai concedeu-lhe o grau de coronel do regimento de Preobrajenski, o
que o encheu de honra. Mesmo na Primeira Guerra Mundial, quando detinha
o comando geral do exército, não quis desfazer-se do título, o que foi
nefasto para a sua imagem entre os soldados. Chamavam-lhe o "coronel
Romanov".
Tal como o seu pai, Nicolau II desejava um modelo autocrático para o
governo da Rússia. O seu tsar favorito era Alexis I (1645-1676), tendo
dado esse nome ao seu filho. Ele imitava a sua devoção religiosa e por
vezes justificava as suas opções políticas dizendo que tal pensamento
lhe tinha sido dado por Deus. Nicolau II pautou-se, portanto, por uma
política absolutista, por vezes mesmo cruel, o que leva muitos
historiadores a considerá-lo um monarca a quem faltava sentido
político. A grande ambição do tsar era estender os domínios do Império
Russo à custa do decadente Império Turco.
Nicolau II formalizou em 1894 a aliança com a França. Reforçou o acordo
franco-russo (1896), mas suas ambições em relação ao Extremo Oriente
levaram ao desastre da Guerra Russo-Japonesa (1904-1905), uma
importante causa da Revolução de dezembro de 1905. Essa guerra, que
mostrou toda a fragilidade do Império Russo, decorreu das ambições
russas e japonesas sobre a Manchúria e a Coréia. Os japoneses tomaram
Porto Artur e derrotaram os russos um Mukden e na Batalha Naval de
Toushina. Pelo Tratado de Portsmouth, o Japão obteve a parte sul da
ilha Sacalina, Porto Artur, as conceções ferroviárias na Manchúria,
além do protetorado sobre a Coréia. A derrota russa debilitou
enormemente o regime czarista.
Durante a guerra contra o Japão, aprofundou-se o descontentamento do
povo russo. O país encontrava-se fortemente marcado pelas
desigualdades, causadoras de grande revolta nas classes operárias, já
fortemente influenciadas pelas ideias comunistas. A situação, de fato,
era propícia a uma mudança radical. Promoveram-se inúmeras greves e
organizou-se uma grande manifestação popular em São Petersburgo,
programada para o dia 9 de Janeiro (22 de Janeiro de acordo com o
calendário gregoriano, pois os russos ainda adotavam o calendário
juliano), um domingo. Uma multidão de 200 mil pessoas, lideradas pelo
padre Gapone, dirigiram-se ao Palácio de Inverno (em Petrogrado), que
era a sede do governo. Desejavam entregar ao czar um documento
reinvindicando direitos, como a jornada de oito horas de trabalho, o
salário mínimo e a eleição de uma Constituinte por sufrágio universal,
direto e secreto para elaborar uma Constituição que limitasse os
poderes do imperador. A multidão, pacificamente reunida na frente do
palácio, defrontou com a guarda pessoal do czar, (confundida com os
cossacos), que começaram a atirar contra os manifestantes. Esse
episódio, conhecido como Domingo Sangrento ou Domingo Vermelho,
indignou todo o país e tornou-se o início de um amplo movimento de
insurreição que se difundiu por toda a Rússia: as greves aumentaram,
soldados e marinheiros se rebelaram, os camponeses atacaram e queimaram
as propriedades rurais da nobreza.
No Mar Negro, os marinheiros do encouraçado Potemkin se rebelaram,
porém tiveram que bater em retirada. O movimento revolucionário se
prolongou até janeiro de 1906. O czar Nicolau II foi obrigado a lançar
o Manifesto de Outubro, prometendo um governo representativo e
liberdades civis básicas. Foram criadas uma Duma (Assembléia
Legislativa, parlamento) eleita e uma Câmara Superior. Essas medidas,
porém, não representaram mudanças significativas no regime, porque o
direito ao voto limitava-se a uma minoria de privilegiados e, além
disso, quase todos os membros eleitos da Duma pertenciam a alta
nobreza. Assim que pode, o czar procurou dominar a Duma, inclusive
dissolvendo as duas primeiras (1906 e 1907).
Em junho de 1907, o primeiro-ministro Arkadievitch Stolipin dissolveu o
Parlamento e restaurou o regime autoritário. Com o assassinato de
Stolipin em 1911, o monge Rasputin, favorito da imperatriz, tornou-se
ainda mais influente. Seu prestígio deveu-se aos seus alegados poderes
sobrenaturais, que dizia usar para cuidar da saúde do tsarevitch Aleixo
(Alexei), caçula e único herdeiro, que era hemofílico.
O czar participou das conferências de Haia e, em 1914, ao eclodir a 1ª
Guerra Mundial, tentou fazer a mediação entre as potências, mas as
pressões de seus chefes militares obrigaram-no, apesar das boas
relações que mantinha com seu primo Guilherme II da Alemanha, a
participar do conflito, lutando ao lado da Inglaterra e da França.
Apesar da Rússia estar prosperando durante o período de Stolypin
(1906-1911) e de ter recebido apoio para a guerra contra a Alemanha,
Nicolau II imprudentemente assumiu o comando pessoal dos exércitos em
1915, deixando o governo para czarina Alexandra e para Rasputin,
místico e charlatão com enorme poder na Corte.
Na guerra, a Rússia pretendia anexar territórios na região balcânica e
assim alcançar o Mediterrâneo, alegando proteger "povos eslavos
irmãos". A Rússia teve uma participação desastrosa, sofrendo
humilhantes derrotas diante da Alemanha. O que acabou por agravar ainda
mais a insatisfação do povo para com regime czarista. Diante disso,
Nicolau, o qual estivera liderando o exército russo no front, volta a
Rússia. Em março de 1917, eclodiram motins em Petrogrado, motivados
pelo desgaste da guerra, cujas privações e pesadas baixas
desmoralizaram o exército e a população da capital. A má administração
da guerra e o caos no governo conduziram o Czar à abdicação, em 15 de
Março de 1917. Este decidiu abdicar em favor do seu irmão, o Grão-Duque
Miguel e não em favor do filho,Alexei, por este estar doente, mas o
irmão do Czar recusou o trono e a Duma proclamou a República. A
revolução triunfava e punha fim ao regime imperial e à Dinastia
Romanov. O governo liderado por Kerensky decidiu manter a família
imperial em prisão domiciliária no Palácio de Alexandre, em Tsarskoye
Selo. Tentou-se ainda o exílio dos Romanov para Inglaterra, mas o Rei
Jorge V (por sinal primo direito do Czar), acabou por inviabilizar o
processo, receoso de a impopularidade dos Romanov se estender à Coroa
Britânica. Após a revolução de Outubro e da tomada do poder pelos
bolcheviques, o czar e a família foram transferidos para Tobolsk, na
Sibéria.
Com a tomada do poder pelo partido bolchevique de Lenin, a família foi
enviada a Ecaterimburgo (no oblast de Sverdlovsk), nos montes Urais. A
aproximação das forças brancas (monárquicas, contra-revolucionárias)
induziu os novos governantes a apressarem o assassinato do tsar e de
sua família no período da guerra civil.
[Autor: Polly - Lido: 89198 Vezes - Categoria: Biografias]
Alexander Kerensky
Alexander Fyódorovich Kérensky (Russo: Алекса́ндр Фёдорович Ке́ренский, Aleksandr Fyódorovich Kérenskij) (Simbirsk, 4 de maio de 1881 (22 de Abril no calendário juliano - Nova Yourk 11 de junho de 1970).
Foi político social-democrata e advogado, e o segundo e último primeiro ministro do Governo Provisório Russo, exercendo o cargo entre 21 de julho e 8 de novembro de 1917.
Como líder revolucionário russo, desempenhou um papel primordial na queda do regime czarista na Rússia.
Foi um dos líderes da Revolução de Fevereiro, mas não pôde evitar a Revolução de Outubro, quando os bolcheviques tomaram o poder.
A continuar amanhã...
Fonte: Wikipédia.
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