Economista, que previu a crise internacional de 2008, diz que os países mais ricos já estão em marcha lenta
A atual política fiscal, diz Roubini, é um entrave para o crescimento econômico na zona do euro e no Reino Unido. “Nos Estados Unidos, governos estaduais e municipais e, agora, o federal, estão cortando despesas.”
Para Roubini, uma nova rodada de salvamento dos bancos é “politicamente inaceitável e economicamente inviável”. “A maioria do governos, especialmente os da Europa, estão angustiados porque os salvamentos são quase inacessíveis.”
A desvalorização da moeda também não é uma opção viável para todas as economias avançadas, analisa o economista. Os países precisam de uma moeda mais fraca e um melhor equilíbrio comercial. “Mas não é possível ter tudo ao mesmo tempo.”
Especificamente na Europa, ele analisa que Itália e Espanha estão correndo risco de perderem acesso ao mercado, com o aumento da pressão sobre a França. “Por enquanto, o Banco Central Europeu vai adquirir alguns dos seus ativos como uma ponte para a criação do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (ESFS, na sigla em inglês).”
No artigo, o autor ainda diz que as empresas estão cortando empregos, porque não há demanda suficiente, o que, diz ele, não colabora para a retomada do crescimento mundial. “O corte de emprego reduz o rendimento do trabalhador, aumenta a desigualdade e reduz a demanda final.”
Europa teme grave crise bancária
Bancos europeus dão sinais de problemas, mas a falta de informações confiáveis pode estar agravando o clima de nervosismo de mercado
Porém, foi a primeira vez que um banco recorreu ao canal de dólares do BCE desde fevereiro. A falta de financiamentos em dólares para os bancos europeus foi uma das mais alarmantes características da crise financeira de 2008.
A reação do mercado evidenciou como investidores nervosos se comportam na ausência de informações abrangentes. “Não temos os dados básicos”, disse Nicolas Véron, um pesquisador sênior da Bruegel, um organização de pesquisa em Bruxelas. “Nós precisamos de informação sobre as condições de liquidez no mercado interbancário.”
Os investidores estão claramente incomodados. Bancos como o Société Generale da França e o Barclays da Grã Bretanha estão entre os maiores perdedores do pregão de ontem. “Há muito nervosismo. É uma dessas situações em que existe espaço para uma profecia ser autorrealizável”, disse Nick Mattheus, economista sênior em Londres do Banco da Escócia.
“Atualmente muitos bancos não podem acessar os mercados a taxas razoáveis”, escreveram os analistas do Morgan Stanley em uma nota. “O resultado é que os bancos comerciais continuam apertando as condições de crédito para clientes corporativos e de varejo. Se o estresse continuar, aumentam os riscos de que a falta de crédito disponível possa deprimir a demanda doméstica ainda mais.”
Muitos analistas aconselham calma, no entanto, afirmando que o nível de estresse ainda é muito menor que os níveis de 2008. “Não há dúvida de que há uma tensão”, disse John Peace, analista de bancos da Nomura em Londres. “Mas o mercado está reagindo exageradamente a essa questão do crédito.”
Os analistas também apontam grandes diferenças entre o momento atual e 2008. Os bancos têm mais capital em reserva, estão menos confiantes no financiamento de curto prazo, e os governos tem mais prática em lidar com emergências financeiras.
Viral V. Acharya, professor de economia na Escola de Negócios de Stern da Universidade de Nova York aponta um paralelo perturbador.
Em 2008, assim como hoje, um ativo podre estava espalhado por todo o sistema bancário. Em 2008, eram as títulos ligados aos empréstimos imobiliários subprime. Hoje são as dívidas soberanas dos países.
Como as dívidas do governo foram consideradas como quase sem risco, os bancos não fizeram provisões para o caso de perdas. Os reguladores também não exigiram que os bancos fizessem. “Esse ativo foi considerado muito seguros para fracassar”, disse Acharya.
Ameaçados pela crise, bancos globais cortam 50 mil vagas
Bank of America vai eliminar 3,5 mil empregos. Mas HSBC, Lloyds, Credit Suisse e BNY Mellon já anunciaram programas semelhantes
Não são apenas os governos dos Estados Unidos e de alguns países da Europa que estão na berlinda nesse novo momento de estresse no mercado financeiro internacional. Nas últimas semanas, as ações de bancos estiveram entre as que mais caíram, com investidores preocupados com uma contaminação das situações fiscais soberanas nas contas das principais instituições financeiras globais.
Preocupados com resultados futuros, bancos globais anunciaram nas últimas semanas cortes de nada menos que 50 mil empregos. Hoje foi a vez do Bank of America (BofA) divulgar sua intenção de eliminar 3,5 mil empregos. Citando fontes ouvidas pelo Wall Street Journal, a Reuters informa que as demissões podem chegar a 10 mil funcionários, para um banco que possui 280 mil pessoas em seus quadros.
O BofA não foi o primeiro. No começo deste mês, o HSBC anunciou o corte de nada menos que 30 mil vagas até o final de 2013, ou quase 10% do quadro de funcionários. O Loyds Banking Group pretende eliminar 14% de sua força de trabalho, cortando 15 mil empregos. A medida faz parte de um plano de cortar custos de até 1,5 bilhão de libras (R$ 4 bilhões) por ano até 2014, disse a BBC.
No final de julho, o Credit Suisse anunciou o corte de 2 mil empregos depois que uma performance fraca em corretagem e o fortalecimento do franco suíço atingiram os resultados do segundo trimestre. O número equivale a 4% de sua força de trabalho. Já no último dia 10 de agosto, foi a vez do BNY Mellon falar em cortes de 3% de sua força, ou 1,5 mil vagas. Segundo o banco, apesar de as receitas terem crescido nos últimos trimestres, os custos estão aumentando de maneira muito mais rápida.
Ontem, com os mercados voltando a ter fortes baixas, as ações de bancos tiveram alguns dos declínios mais acentuados do dia. Em Londres, o Barclays perdeu 12%. O Société Générale recuou 12% em Paris e o Dexia caiu 14% em Bruxelas, mesmo depois da introdução de restrições às vendas a descoberto nessas duas praças.
Brasil
No Brasil, por enquanto, não há anúncios de demissões nos grandes bancos. As ações também não estão entre as maiores baixas do Ibovespa. Em agosto, até ontem, o índice caiu 6,4%. As maiores baixas ficaram com Marfrig (-40%), ALL (-20%) e Fibria (-17,4%). O primeiro banco que aparece com maior queda é Itaú, na trigésima colocação, com -7,3%. O banco é seguido por sua holding, Itaúsa, com -7,1%. Os demais bancos registram, todos, performances melhores que o índice em agosto.
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Fontes: O Estado de S.Paulo
Portal IG
Fim dos Tempos.net
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