Irã: cada vez se fala mais de guerra
24.02.2012, 14:06 |
foto: EPA |
A situação em torno do Irã se está tornando cada dia mais tensa. Segundo dados israelenses, em março cerca de 100 000 soldados estarão concentrados na região. O lado iraniano não faz esperar por sua reação. Realiza manobras militares de grande escala, praticando a defesa de instalações nucleares e da fronteira marítima. Ameaça até mesmo fazer um ataque preventivo se os “inimigos ameaçarem os interesses nacionais iranianos”.
A situação ambígua em torno do programa nuclear iraniano é uma das causas principais das complicações nas relações da República Islâmica com os países do Ocidente. A 20-21 de fevereiro, Teerã recusou à delegação da AIEA a visita prometida às instalações nucleares. Neste contexto, a recente carta de Teerã declarando sua prontidão de retomar as negociações com o “grupo de seis” parece mais uma manobra de diversão e uma tentativa de ganhar tempo. A situação é complicada. No entanto, ainda não existem razões suficientes para usar a força contra a República Islâmica, acredita o diretor do Centro de Pesquisas de Políticas Públicas, Vladimir Ievseiev.
"Uma decisão de Teerã de realizar um teste nuclear poderia ser razão suficiente. A quantidade de material físsil que Irã possui, mesmo enriquecendo todas suas reservas de urânio, proporcionará um máximo de duas ogivas nucleares. Com quantidades tão pequenas nenhuma nação realizaria um teste nuclear. A segunda razão é que o Irã não tem mísseis que possam representar uma ameaça para Israel."
De momento, o Irã possui um exército e uma marinha muito poderosos. Parte dos armamentos é de fabricação russa. São sistemas de defesa aérea (incluindo baterias C-300, provavelmente vindas da Bielorrússia), aeronaves, veículos blindados, submarinos silenciosos Paltus. Publicações ocidentais adotaram mesmo o termo de “potencial para uma resposta assimétrica”. Todas essas vantagens, no entanto, serão anuladas no caso de uma operação terrestre de grande escala contra o Irã. Por enquanto, embora, essa opção nem sequer se discuta, explica Piotr Topychkanov, perito do Instituto da Economia Mundial e Relações Internacionais da Academia de Ciências russa.
"Israel não tem capacidade de realizar tal operação por si próprio e a comunidade internacional não está disposta a apoiá-lo: ainda não estão resolvidos os problemas causados pelos conflitos no Iraque e no Afeganistão. Mas Israel poderia realizar outra operação militar, como a que foi teve lugar em 2007 contra a Síria: lançando ataques aéreos e de mísseis contra instalações nucleares. Isso poderia fazer o Irã recuar no programa nuclear. Mas é necessário entender que tal ato de agressão preventiva causará uma nova crise da diplomacia internacional e das Nações Unidas."
Sabemos de Natanz, Qom, Isfahan, mas ninguém tem a certeza de que o Irã não está escondendo outras instalações nucleares.
Se Israel decidir iniciar uma operação independente, mais cedo ou mais tarde, surgirá a questão de participação nela dos Estados Unidos. Nesse caso, há o risco de uma escala e de a guerra passar de local para regional. Num ano de eleições, os democratas e o presidente Obama não precisam de um cenário destes. Embora os EUA continuem aumentando as suas forças na região, o seu objetivo é diferente – pressão psicológica. Na realidade, os EUA estão tentando conter o impulso militarista de Tel Aviv.
Oi Dan,
ResponderExcluirOlha isso:
http://actualidad.rt.com/actualidad/rusia/elecciones_2012/issue_36634.html
Também acho que o verão seria o momento mais propício, meados de junho...
Beijo
Ótimo link Ravena.
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