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18 de fevereiro de 2012

Ai que mora o perigo

Medidas agressivas indicam pressão sob líderes do Irã

Ações e declarações do governo iraniano esta semana sugerem que seus líderes respondem de maneira desorganizada às sanções

The New York Times | 18/02/2012 07:01
Uma série de medidas agressivas tomadas pelo Irã durante a semana - uma nova postura adotada em relação a seu programa nuclear e novas ameaças de retaliação econômica - sugeriu que os líderes iranianos estão reagindo freneticamente e com uma imprevisibilidade cada vez mais aparente ao reforço das sanções ocidentais.
À medida que investigadores descobriam novas evidências implicando o Irã nos ataques ou tentativas de ataques desta semana na Tailândia, na Índia e na Geórgia, o presidente Mahmoud Ahmadinejad anunciou na quarta-feira o que disse ter sido o mais recente avanço nuclear de seu país e o Ministério do Petróleo do Irã contestou ao embargo feito pela União Europeia ao ameaçar a venda do produto para seis países que fazem parte do bloco.

Foto: AFP
Reprodução de TV mostra do presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, dentro de reator nuclear de Teerã conversando com cientistas (15/02)
"Estas são todas facetas de uma mesma mensagem", disse Muhammad Sahimi, analista e professor da Universidade do Sul da Califórnia. "O Irã está dizendo: 'Se você nos atingir, iremos retrucar e não iremos sacrificar nosso programa nuclear."
A enxurrada de ações e declarações iranianas está sendo observada de perto pelos governos ocidentais em busca de sinais de que o Irã está reagindo às sanções. Mas as intenções da dividida liderança do país são notoriamente difíceis de adivinhar, e mesmo com a declaração de Ahmadinejad de que "a era das nações que praticam o bullying já passou", outro oficial iraniano disse que Teerã está pronta para voltar a debater a questão nuclear.
A chefe de política externa da União Europeia, Catherine Ashton, confirmou na quarta-feira que havia recebido uma resposta de um oficial de alto escalão iraniano respondendo a seu convite para participar de negociações sobre seu programa nuclear. A Al-Alam, uma rede de televisão do Irã, afirmou que o país se ofereceu para "manter novas conversas sobre seu programa nuclear de uma maneira mais construtiva".
Autoridades americanas reagiram com cautela à oferta de negociação e disseram que não viam muita substância tanto na ameaça feita pelo Irã sobre a venda de petróleo quanto no anúncio feito por Ahmadinejad de que o país tem novas centrífugas capazes de enriquecer o urânio mais rapidamente. O presidente iraniano foi mostrado ao vivo na televisão supervisionando um carregamento de barras de combustível supostamente fabricadas no Irã em um reator nuclear criado para a realização de pesquisas. Ele declarou que "os poderes arrogantes não podem monopolizar a tecnologia nuclear”. “Eles tentaram nos impedir com sanções e resoluções, mas não conseguiram", disse.
A porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland, disse que as declarações de Ahmadinejad pareceram "voltadas apenas para o público interno”. "Os iranianos estão se baseando já faz algum tempo em seus próprios calendários de realizações e, com base em seus próprios calendários, já estão atrasados muitos, muitos meses", disse.

Tampouco a ameaça de acabar com as vendas de petróleo para seis países europeus - que foi incorretamente anunciada pela TV iraniana como já estando em vigor - têm um impacto muito grande. O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, observou que a UE proibiu novos contratos de petróleo com o Irã no mês passado e disse que vai suspender todas as importações de petróleo iraniano começando no dia 1º de julho.
Karim Sadjadpour, especialista em Irã no Fundo Carnegie para a Paz Internacional, disse que os movimentos beligerantes cometidos pelo país ressaltaram um sinal de fraqueza.
"Uma maneira de entender as declarações feitas pelo Irã é de que se trata de um país que tende a falar alto porém não tem tanta coisa assim a seu favor", disse Sadjadpour. "Os ataques terroristas demonstraram mais incompetência de sua parte do que medo, o seu anunciado progresso nuclear é provavelmente exagerado e sua ameaça de cessar as exportações de petróleo para a Europa acabaram sendo outro blefe."
Há cada vez mais evidências de que o bombardeio que aconteceu esta semana e feriu quatro pessoas em Nova Délhi, incluindo a esposa de um diplomata israelense, e as bombas descobertas em Tbilisi e Bangkok faziam parte de um único carregamento, pelo qual Israel culpou o Irã. As autoridades iranianas negaram qualquer tipo de envolvimento.
Dois iranianos suspeitos pelo episódio ocorrido em Bangcoc - em que uma explosão abalou uma casa e levou os investigadores a encontrar mais bombas na região - estavam sob custódia na Tailândia e um terceiro, na Malásia, de acordo com as autoridades. Além disso, o chefe de polícia da Tailândia, o general Prewpan Dhamapong, disse que os explosivos encontrados na casa alugada eram semelhantes aos encontrados na Geórgia e em Nova Délhi.
As ações do Irã aconteceram em um momento tenso, depois de semanas de discussão públicas em Israel e nos Estados Unidos sobre possíveis ataques aéreos israelenses para tentar retardar o progresso do programa nuclear do Irã.
Os últimos acontecimentos sugerem a alguns analistas que o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, estava deliberadamente atacando o Ocidente, apesar de não estar muito claro se a sua intenção é simplesmente retaliar ou provocar uma guerra com Israel. Alguns iranianos afirmam acreditar que essa guerra iria beneficiá-los, permitindo-lhes se fortalecer cada vez mais e afirmar uma autoridade maior para a Guarda Revolucionária.
"Acho que esta é a maneira pela qual o Irã está dizendo: 'Olhe, podemos lhes atingir'", disse Mehrzad Boroujerdi, professor de Estudos do Oriente Médio na Universidade de Syracuse. "Mas duvido que Khamenei queira realmente se deparar com um confronto armado mais sério".
Por Scott Shane e Robert F. Worth
Fonte IG

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