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15 de fevereiro de 2012

Irã revela progresso nuclear, desafiando EUA e União Europeia




TEERÃ, 15 Fev 2012 (AFP) -O Irã anunciou novos passos nesta quarta-feira em seu programa nuclear, em um golpe desafiador à pressão exercida pelos EUA e pela União Europeia para controlar suas atividades atômicas e em meio a sinais de uma viciosa guerra velada com Israel sobre a questão.
Ao mesmo tempo em que realizava o anúncio, chegava a Bruxelas sua resposta a uma carta dos membros do Conselho de Segurança da ONU sobre a retomada das negociações nucleares.
O presidente Mahmud Ahmadinejad revelou na televisão estatal o que diz ser o primeiro combustível nuclear produzido no Irã, enriquecido a 20% para o reator de pesquisas de Teerã.
Ele também disse que mais 3 mil centrífugas foram adicionadas aos esforços de enriquecimento de urânio de seu país.
Oficiais disseram que centrífugas de nova geração foram instaladas na usina nuclear iraniana de Natanz e que são capazes de produzir três vezes mais urânio enriquecido.
Mahmud Ahmadinejad ordenou ainda nesta quarta-feira a construção de quatro novos reatores nucleares de pesquisa destinados à produção de radioisótopos para o tratamento do câncer, segundo a televisão estatal.
“Em conformidade com as necessidades do país, vamos construir esses reatores em quatro locais diferentes para garantir as necessidades de pesquisa, assim como os radioisótopos de que o país precisa” para seus doentes de câncer, declarou.
Os anúncios realçaram a determinação de Teerã em avançar com suas atividades nucleares, apesar de sanções cada vez mais duras do ocidente e da especulação de que Israel ou os Estados Unidos podem estar a poucos meses de lançar um ataque militar contra o país.
O Irã retratou os avanços como uma evidência de que está apenas interessado em seus objetivos nucleares pacíficos, sob o slogan “energia nuclear para todos, armas nucleares para ninguém.”
Mas esses passos desafiam a base de quatro rodadas de sanções da ONU e um esboço de sanções unilaterais dos EUA e da UE projetadas para deter um programa que muitos países do ocidente temem que mascare um caminho para as armas atômicas.
Israel, que é a única potência nuclear não-declarada da região e sente que sua existência é ameaçada por um Irã nuclear, é visto amplamente como causador de atos clandestinos contra seu arqui-inimigo.
Esses atos incluem o assassinato de quatro cientistas iranianos por motociclistas não identificados nos últimos dois anos e o desenvolvimento de um vírus de computador altamente sofisticado, Stuxnet, que causou danos a muitas das centrífugas iranianas.
Israel não confirmou ou negou seu envolvimento nesses atos, mas acusou o Irã de alvejar seus diplomatas em diferentes países depois dos ataques à bomba e atentados na Índia, Geórgia e Tailândia esta semana.
Uma diplomata israelense em Nova Délhi ficou gravemente ferida quando uma bomba acoplada ao carro dela explodiu. Em Bangcoc, três iranianos estão sob custódia. Um deles perdeu suas perdas depois de ter tentado jogar, sem sucesso, uma bomba nos policiais enquanto fugia.
O Irã negou qualquer papel nesses incidentes.
Observadores, no entanto, veem um possível “troco” e acreditam que Irã e Israel agora podem estar presos a um ciclo de retaliações que ambos os países condenaram como terrorismo por parte do outro lado.
— Resposta à UE — Tentativas de neutralizar as crescentes tensões através do diálogo parecem estar tendo pouco progresso. O Irã disse diversas vezes que está pronto para retomar as conversas com as potências mundiais que fracassaram um ano atrás.
Nesta quarta-feira, o país declarou que respondeu, finalmente, a uma carta enviada há quase quatro meses pela chefe da política externa da UE, Catherine Ashton, propondo um retorno às negociações.
“O Irã recebe bem a disposição do grupo dos 5+1 de voltar às negociações para tomar os passos fundamentais em direção a uma maior cooperação,” escreveu o chefe das negociações nucleares Saeed Jalili na carta, de acordo com a agência de notícias oficial IRNA.
A União Europeia afirmou ter recebido a carta do Irã e informou que está estudando cuidadosamente seu conteúdo. “Recebemos a carta do (negociador iraniano Saeed) Jalili hoje (quarta-feira), em resposta à carta que (a chefe da diplomacia europeia Catherine) Ashton enviou a ele em outubro de 2011″, afirmou a porta-voz de Ashton, Maja Kocijancic.
O grupo dos 5+1 é composto pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU – Reino Unido, China, França, Rússia e Estados Unidos -, além da Alemanha.
Até agora, a Rússia e a China ficaram ao lado do Irã, criticando as sanções ocidentais sobre o país como uma barreira para as negociações e se recusando a concordar com eles.
Mas houve indicações de que o apoio está perdendo força, pelo menos na Rússia.
“Estamos preocupados que a distância que separa o Irã de sua hipotética posse de tecnologias para criar armas nucleares esteja se reduzindo,” disse o vice-ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Ryabkov, em uma entrevista publicada nesta quarta-feira no site do ministério.
“O lado iraniano está realmente fazendo progressos em seu programa nuclear,” disse ele ao jornal especializado Security Index.
A Agência International de Energia Atômica, de fiscalização nuclear da ONU, vai enviar uma equipe de alto nível de volta a Teerã na próxima semana para discutir suspeitas de que o Irã está trabalhando na fabricação de armas atômicas.
Oficiais da AIEA foram a Teerã no fim de janeiro, mas suas conversas foram inconclusivas. Como um diplomata das instalações da AIEA em Viena disse, os iranianos “muito espertamente embromaram por três dias”.
Enquanto isso, a economia do Irã dava sinais de tensão por causa das sanções econômicas ocidentais.
A moeda do país, o rial, estava sendo negociada em alta de cerca de 35% em relação ao dólar no câmbio no mercado negro em relação à taxa oficial fixada.
Os preços de produtos importados aumentaram, aumentando ainda mais a inflação – oficialmente em 21% e extra-oficialmente em cerca de 30% – e tornando o preço dos alimentos e itens de primeira necessidade mais caros.
O Irã indicou nesta quarta-feira que estava considerando cortar as vendas de petróleo para seis países da UE – França, Grécia, Itália, Holanda, Portugal e Espanha – em retaliação à uma proibição da UE sobre o petróleo iraniano que estava sendo introduzida aos poucos nos próximos quatro meses.
Mas o país pode não fazer isso “neste momento”, informou a emissora iraniana de língua árabe Al-Alam, citando fontes do ministério das Relações Exteriores.
Autoridades europeias impassíveis disseram estar buscando outros fornecedores, de qualquer forma, especialmente a Arábia Saudita, que prometeu compensar qualquer redução no mercado causada pela limitação das exportações iranianas.
O Irã é o segundo maior produtor da OPEP, atrás da Arábia Saudita. Ele extrai aproximadamente 3.5 milhões de barris por dia, dos quais 2.5 milhões são exportados.
O Irã reagiu furiosamente à posição da Arábia Saudita, uma aliada dos EUA e rival de longa data do Oriente Médio, dizendo que essa ação de compensar seu petróleo seria vista como “hostil”.
FONTE
FT.NET

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