Medida inclui 3,3 bilhões de euros em cortes de gastos neste ano.
Coalizão de Lucas Papademos deve assegurar aprovação no Parlamento
11/02/2012O governo grego pediu neste sábado a parlamentares rebelados que apoiem um impopular pacote de auxílio da União Europeia e do FMI e disse que, se a aprovação não acontecer, os parlamentares correrão o risco de mandarem o país a um “desconhecido e perigoso caminho” em direção à moratória e ao isolamento econômico internacional.
A coalizão do primeiro-ministro Lucas Papademos tem grande maioria, o que deve assegurar a aprovação no Parlamento, neste domingo, de um pacote que inclui mais 3,3 bilhões de euros em cortes de gastos neste ano, necessário para que o país receba um segundo pacote de auxílio financeiro. O primeiro ocorreu em 2010.
Mas seis membros do gabinete do premiê já renunciaram devido aos grandes cortes de salários, pensões e empregos que a UE e o FMI exigem para liberar o pacote, que a Grécia necessita até o próximo mês para evitar ir à bancarrota.
Em uma entrevista ao jornal Imerisia, o vice-ministro das Finanças, Filippos Sachinidis, descreveu a catástrofe que ele acredita que ocorrerá se a Grécia não pagar os 14,5 bilhões de euros que deve até 20 de março.
“Vamos nos perguntar o que significaria para o país perder seu sistema bancário, não poder importar matéria prima, remédios, combustível, itens básicos de alimentação e tecnologia”, argumentou.
Governo grego aprova plano de austeridade
11/02/2012
O governo grego de coalizão aprovou na madrugada deste sábado (11) por unanimidade o plano de austeridade exigido pela Zona Euro e FMI para desbloquear uma nova ajuda à Grécia que permita o país evitar um default em março, informou o gabinete do primeiro-ministro.
A informação foi confirmada pelo gabinete do primeiro-ministro, Lucas Papademos.
- A aprovação foi unânime para o acordo que salvará a Grécia de um calote desordenado em março.
O primeiro-ministro Lucas Papademos advertiu nesta sexta-feira (10) que a Grécia arriscava cair em um “caos descontrolado” se não houvesse acordo sobre o plano de austeridade, após a demissão de seis ministros opostos às medidas de rigor impostas pela UE e pelo FMI para evitar o calote do país.
Papademos fez tal advertência no conselho de ministros, realizado após outro dia de greve geral no país, afetado por episódios de violência à margem das manifestações.
A agência semioficial ANA (Athens News Agency) afirmou que o acordo passou ao Parlamento para ser submetido a votação no domingo, mas os porta-vozes governamentais não puderam ser contatados para confirmar essa informação.
Sem a aprovação de um programa econômico de austeridade drástica, a Grécia não tem possibilidades de receber nem um só centavo da ajuda de R$ 295,5 bilhões (130 bilhões de euros) preparada por UE e FMI para evitar um default em março, quando o país deve devolver R$ 33 bilhões (14,5 bilhões de euros) em empréstimos.
Esse voto a favor, exigido pelos credores, deverá supor a aceitação para os gregos das reformas de saneamento exigidas, além do compromisso por escrito de todos os líderes políticos a aplicá-lo, já que o programa de empréstimos durará até 2015, além do que possivelmente o atual governo irá durar.
A retirada do apoio do partido de extrema-direita Laos ao programa de austeridade somou um pouco mais de confusão à situação do país que viveu nesta sexta-feira novos confrontos, com dezenas de feridos, entre eles cinco policiais.
Quatro ministros do Laos deixaram o cargo nesta sexta-feira, assim como uma ministra socialista, que se somaram à anunciada por outro membro do Executivo no início da semana.
Papademos disse que “quem estiver em desacordo com o plano de rigor não pode permanecer no governo”.
Sem o apoio do Laos, que conta com 16 dos 252 deputados que somava até agora a coalizão governamental, Papademos dispõe ainda de uma maioria para aprovar o plano, apesar de correr o risco de o governo continuar rachando.
Paralelamente a uma manifestação que reuniu cerca de 7.000 pessoas na praça Syntagma, no centro de Atenas, um grupo lançou pedras e coquetéis molotov contra a polícia, que respondeu com bombas de gás.
Outra manifestação reuniu 10.000 militantes comunistas da Frente dos Trabalhadores em Atenas, um protesto que não registrou incidentes.
Assim como nos protestos de junho e outubro de 2011, o centro de Atenas estava nesta sexta-feira paralisado pela greve de 48 hroas nos transportes e os serviços públicos que se prolongará até sábado.
O plano de austeridade, que prevê uma redução do salário mínimo de 22%, a demissão este ano de 15.000 funcionários e cortes em algumas aposentadorias “será o túmulo da sociedade grega”, denunciaram os sindicatos, negando que o governo tenha qualquer “legitimidade” para impor as medidas.
No domingo serão convocadas manifestações na frente do Parlamento, onde as novas medidas de rigor serão votadas.
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