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19 de julho de 2012

Qual o tamanho do arsenal químico de Bashar Al-Assad?

UND: Matéria que vem via blog Conflito Final  do meu amigo leitor Caetano que fez uma breve pesquisa ótima a respeito das armas químicas do regime de Bashar Al Assad na Síria.
Acompanhem o texto e também conheçam o blog clicando > Conflito Final


 Fiz uma breve pesquisa sobre o arsenal de guerra sírio.
- Na semana passada, o “Wall Street Journal“ noticiou que o governo da Síria estaria movendo suas armas químicas, considerado o maior do mundo. Não se sabe se a intenção do regime de Assad é a de utilizá-lo ou de simplesmente evitar que caia nas mãos de rebeldes. De qualquer forma, a notícia é assustadora: o uso de armas químicas agravaria radicalmente um conflito que já vitimou dez mil sírios.

- Precisamos ficar atentos ao destino deste arsenal químico. Ele deve ficar exatamente onde está - alertou a legisladores americanos o general Martin Dempsey, chefe-adjunto do Estado Maior, em março.

Apesar de rumores de que a CIA e outros órgãos de inteligência estariam secretamente fornecendo armas aos rebeldes sírios, os Estados Unidos têm se mostrado relutantes ou mesmo incapazes em intervir militarmente para dar fim à matança de civis. A situação pode mudar se o regime de Bashar al-Assad começar a usar suas armas químicas, já que a pressão da comunidade intercional a favor de uma intervenção externa no país aumentaria muito. No entanto, qualquer ataque por ar - como os que ajudaram a derrubar o ditador líbio Muamar Kadafi no ano passado - teria que superar o sistema antiaéreo sírio, fortalecido nos últimos cinco anos após a aquisição de sofisticados equipamentos militares da Rússia.

Enquanto isso, a repressão do regime de Assad aos rebeldes - com uso de tanques, artilharia e aviões - continua intensa. Baseado em estudos recentes da Foreign Policy dos EUA, segue abaixo, uma análise do potencial destrutivo do arsenal da Síria.

Armas químicas:
 
  
As últimas estimativas apontam que o regime de Assad dispõe de milhares de tonéis de gás mostarda, além de grandes quantidades de sarin e provavelmente VX. As duas substâncias - que atacam o sistema nervoso - podem ser lançadas por mísseis, canhões e aviões, segundo Charles Blair, especialista em armas químicas e biológicas da Federação dos Cientistas Americanos.

- Dizem que a Síria tem cem ou duzentos mísseis que podem espalhar essas substâncias letais, e que já estariam prontos para serem lançados, mas acho que tudo não passa de exagero - disse Blair. Segundo o especialista, os agentes químicos geralmente são estocados em local separado, e não junto aos demais armamentos. Blair também acredita ser impossível quantificar o arsenal químico de Assad.

Apesar do governo americano ter divulgado estimativas vagas e imprecisas sobre o tamanho deste estoque, o general Martin Dempsey disse a legisladores, em março, que o montante era “cem vezes maior comparado ao visto na Líbia”. O país do norte da África aderiu à Convenção Internacional de Armas Químicas em 2004, e destruiu grande parte de seu arsenal após a queda do regime de Muamar Kadafi.

Chales Blair acredita que, mesmo que o estoque à disposição de Bashar al-Assad seja grande, dificilmente o ditador sírio faria uso dele contra civis. Do contrário, disse Blair, certamente a pressão da comunidade internacional a favor de uma intervenção externa no país aumentaria consideravelmente.

- Ou os sírios estão removendo o estoque para protegê-lo de um possível ataque, ou o estão escondendo porque sua localização foi vazada por desertores da cúpula do regime - disse Blair. Para ele, o estoque de armas químicas é a “joia máxima” do exército do país.

Aram Nerguizan, integrante do Centro Estratégico de Estudos Internacionais e especialista no regime sírio, concordou com Blair. Segundo Nerguizan, diferentemente do que fez Kadafi, o regime de Assad se conteve para não usar a arma mais letal de seu arsenal - uma aeronave de asa-fixa e um avançado sistema de lançamento de mísseis - com receio de que a atitude revolte ainda mais a comunidade internacional.

- Esses equipamentos ainda não foram utilizados. Se o uso deles já é alarmante, que dirá o uso de armas químicas - disse.

Bateria antiaérea:
  A Síria tem investido no aprimoramento de seu sistema antiaéreo (fabricado na década de 1970) desde o ataque israelense a uma suposta instalação nuclear próxima à cidade de Deir ez-Zour, em 2007. Foram adquiridos, da Rússia, pelo menos 36 unidades do SA-22, equipamento móvel usado no combate a aeronaves de guerra. O SA-22, desenvolvido na década de 1990 e início dos anos 2000, vem equipado com um rastreador de radar, 12 mísseis “radioguiados” de médio alcance e dois canhões de 30 milímetros. O sistema serve para proteger tropas terrestres, cidades e mísseis mais sofisticados. O SA-22 pode ter sido o equipamento usado pelas forças sírias no ataque que abateu um caça turco, no mês passado.

Este sofisticado sistema de lançamento de mísseis, com alcance de até 20 km, pode ser superado por caças americanos que utilizem radares e mísseis do tipo HARM (com alcance de 60 milhas ou cerca de 100 km). A Rússia pode ter fornecido à Síria o sistema SA-17 de lançamento de mísseis antiaéreos que, assim como o SA-22, também é móvel. Os SA-17 - cujos mísseis, com alcance de até 26 km, são capazes de abater caças que estiverem voando a baixa e média altitude - podem ser superados por um intenso e bem coordenado ataque aéreo, segundo Aram Nerguizan. A Síria também pode ter adquirido o sistema SA-10, de longo alcance, um dos mais avançados do mundo. O regime de Assad protege a capital do país com sistemas SA-5 Gammon (fabricado nos anos 1970, de longo alcance) e SA-6, de médio alcance.

- O exército sírio dispõe de uma combinação de modernas tecnologias de lançamento de mísseis de pequeno e médio alcance, peças importantes de seu sistema anti-aéreo - disse Narguizan.

Tanques: 
O exército sírio foi forçado a usar sua frota tanques soviéticas blindados - principalmente os BMP-1s - para combater os rebeldes, que se tornaram cada vez mais adaptados para destruir estes veículos com bombas e granadas que perfuram blindados, de foguetes de propulsão. Por causa dessa vulnerabilidade, as tropas soviéticas e russas usaram um procedimento padrão para montar em cima de BMP-1s no Afeganistão e na Chechênia, inflamando o BMP de alta munição explosiva e do tanque de combustível, que fica dentro do compartimento de tropas.
A maioria dos tanques do exército sírio de batalha são soviéticos T-72s que foram projetados na década de 1970.

Artilharia: Enquanto o governo sírio não pode usar seus foguetes mais pesados ​​contra os rebeldes, vem usando o sistema mundial de morteiro, o M240 de fabricação soviética “Tulip”. Originalmente concebido para tirar bunkers da OTAN durante a Guerra Fria, o Tulip tem sido usado para arremessar morteiros a distâncias de até cinco metros de comprimento sobre populações civis, incluindo na cidade síria de Homs.

Helicópteros: 
Além de tanques, artilharia e morteiros, o regime de Assad já teria usado seus helicópteros de ataque soviéticos, Mi-24 Hind, juntamente com os Mi-8 e Mi-17 de transporte, que são usados como helicópteros. Os Mi-8/Mi-17 podem levar um pouco de poder de fogo. Ainda assim, o Mi-24 é ainda mais feroz, armado com um 23 milímetros principal com canhão e uma mistura de dezenas de foguetes S-8, além do foguete antitanque AT-6, e até 2.000 quilos de bombas transportadas em suas asas de stub .

É também fortemente blindado, com a fuselagem capaz de resistir a golpes de munição calibre 0,50. A Rússia vem tentando enviar declaradamente três Hinds consertados de volta para a Síria - junto com um sistema de defesa aérea - movimento que foi recebido com muitas críticas internacionais.


"Eita nóis"! Vamos ver no que isso vai dar....

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