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9 de julho de 2012

O Irã deveria ter a bomba nuclear?


09.07.2012

Gabriel Bonis


Para o teórico Keneth Waltz, um Irã nuclear traria maior estabilidade ao Oriente Médio. Foto: Ruzbeh Jadidoleslam/AP

Nos últimos meses, houve um intenso debate sobre a melhor forma de Estados Unidos e Israel lidarem com o suposto avanço do programa nuclear do Irã. Em meio a isso, foram aprovadas novas sanções à República Islâmica no Conselho de Segurança da ONU e o embargo da compra do petróleo iraniano pela União Europeia, algo que já começa a afetar as contas do país. Nem mesmo o retorno das negociações com Teerã amenizou a crise, que sequer deveria existir porque a melhor saída para conter a instabilidade no Oriente Médio é um “Irã nuclear”. Ao menos é isso que defende Kenneth N. Waltz, o pai da teoria do Neorrealismo, uma das mais importantes correntes das Relações Internacionais.
Em um artigo na edição mais recente da revista norte-americana de política internacional Foreign Affairs, o professor da Universidade de Columbia (EUA) e pesquisador sênior no Instituto Saltzman de Estudos de Guerra e Paz, aponta que a melhor forma de estabilizar a região é colocando um fim ao monopólio de mais de 40 anos de Israel como potência nuclear no Oriente Médio. Waltz, de 88 anos, ainda argumenta que, caso isso ocorra, a possibilidade de uma guerra com o Irã de Mahmoud Ahmadinejad seria remota devido ao equilíbrio de poder. A materialização dos arsenais de ambos os lados seria o suficiente para que os países se controlassem, pensando antes de partir para a ação militar. “Nunca houve uma guerra entre estados nucleares”, destaca.
A corrente de pensamento da qual Waltz faz parte tenta explicar e prever conflitos. Para eles, os países buscam poder no sistema internacional, que muitas vezes é militar, para garantir sua hegemonia e segurança. Logo, um mundo com apenas uma potência é mais perigoso porque esse país pode impor suas vontades aos outros. Quanto maior o número de potencias, maior o equilíbrio de poder. Esses países analisarão melhor as consequências de um ataque militar se tiverem adversários capazes de infringir danos sérios aos seus territórios e cidadãos.
A crise atual com Irã, por estar ligada a décadas de monopólio israelense no Oriente Médio, não poderia ser solucionada com pressão internacional, acredita Waltz. Se a República Islâmica acreditar que sua segurança depende desta tecnologia, prossegue, nem mesmo sanções podem dissuadi-la. Um cenário que EUA e Israel dizem ser inaceitável, mas historicamente todas as vezes que um país conseguiu desenvolver um arsenal nuclear, os outros “membros do clube” sempre atenuaram o discurso e precisaram aceitar o fato. Em muitos destes casos, o professor ressalta que houve diminuição das tensões regionais, como a queda do apetite belicoso da China maoísta e a difícil relação entre Índia e Paquistão, que está mais “cuidadosa”. Isso ocorreria porque os países que adquirem armas nucleares passam a ser mais vigiados pelas demais potencias.
É neste histórico que Waltz aposta para refutar a ideia de que os líderes da República Islâmica utilizariam suas armas no primeiro momento de conflito ou que entregariam ogivas diretamente a terroristas, mesmo que isso traga retaliações severas. Primeiro, porque apesar de os aiatolás, em muitos momentos, adotarem uma retórica do ódio, não possuem propensão à autodestruição. Depois, porque seria praticamente impossível transferir essas armas sem correr um alto risco de ser descoberto, além de ser inviável entregar armas caras a grupos terroristas cujos líderes são incontroláveis.
Waltz ainda destaca não haver motivos para crer em uma corrida nuclear no Oriente Médio caso o Irã monte seu arsenal, pois isso não ocorreu nem mesmo quando Israel obteve armas deste tipo em meio a uma guerra com seus vizinhos. Não haveria, portanto, motivos para acreditar que isso ocorreria agora. Apesar de as conclusões terem embasamento profundo, as teorias não abrangem todos os possíveis cenários. O próprio autor destaca ser impossível prever as verdadeiras intenções iranianas, embora seja mais provável que seu desejo nuclear decorra do sentimento de necessidade de proteção e não de um desejo suicida.
http://www.cartacapital.com.br

5 comentários:

  1. Ta mas, supondo que os paises do oriente medio aceitassem um Irã com armas atomicas, como ficaria os paises que nao tem armamento atomico?, principalmente na america latina, como a Argentina e Brasil pois poderiam usar a mesma desculpa do equilibrio de poder ja que os EUA detem o monopolio de armas atomicas no continente americado, e o Brasil poderia usar a desculpa de proteçao da Amazonia, ja a Argentina o negocio ia ficar serio por causa das Malvinas. Ia ser interessante e ao mesmo tempo tenebroso um Irã nuclear;

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    1. As forças armadas brasileira recruta indios para servir o exercito na região amazonica, pois eles conhecem muito bem a região, com as informações deles se resguarda um pouco a amazonia, agora esta longe de ser bem protegida é muito extensa territorialmente,mas da pra quebrar um galho.

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  2. Com certeza! todos os paises deveriam ter o seu artefato de guerra que puderem fazer ou comprar.

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  3. O Melhor seria que ninguém tivesse nada. Mas como buscam, creio que uma política de proliferação espreita o mundo. Pois se abre precedente pra um, vai ter que abrir como regra para todos que desejam ter um arsenal nuclear. Começo a perceber que querem criar esta situação para no futuro termos um mundo que viverá em segurança através da ameaça nuclear entre diversos estados vizinhos. Pois cada qual pensaria 10 mil vezes antes de enveredarem em um guerra sob o risco de se perderem no abismo nuclear.
    É uma hipótese, hoje no entanto eles querem evitar esse cenário, pois o jogo de ameaças entre nações nuclearizadas barrariam o risco de guerras convencionais e estas são as que geram lucros a indústria bancário-militar que banca estes conflitos. Com armas nucleares, imagine a maior parte, um paisico que seja com armas e seu vizinho mais fortinho com algumas dezenas de mísseis com ogivas, muitos a lado vão pensar em querer se meter em aventuras que não se sabe onde vai parar.
    O equilibrio pelo terror estataria instaurado entre as nações do mundo.
    Abraços

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  4. Muito difícil saber a resposta dessa questão . Como o Daniel disse o ideal mesmo era que nenhum país tivesse armas nucleares , sobre a matéria eu tenho uma duvida, Israel é oficialmente potência atômica?? Eu pensava que apesar deles terem essas armas( presente do tio San ) não eram oficialmente reconhecidos....

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