Obama estuda 4 opções para tentar evitar moratória
A possibilidade de que os Estados Unidos entrem em moratória se não
conseguirem um acordo para elevar o teto da dívida pública do país já
não é um cenário improvável. A hipótese foi reconhecida pelo próprio
presidente Barack Obama, em meio ao impasse entre republicanos e
democratas sobre os cortes no orçamento nacional.
A dívida americana alcançou o teto de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões) no último dia 16 de maio.
A situação preocupa porque, caso o teto não seja elevado pelo
Congresso até 2 de agosto, o país não conseguirá cumprir seus
compromissos financeiros. Analistas advertem que uma moratória dos EUA
provocaria pânico nos mercados financeiros internacionais.
O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, e seus
assessores elaboraram planos de contingência, que deverão ser aprovados
por Obama, caso o Congresso não chegue a uma decisão.
Conheça as opções do presidente:
A décima quarta emenda: Alguns especialistas
ressaltam que a décima-quarta emenda da Constituição dos Estados Unidos
dá ao presidente o poder de passar por cima do Congresso e aumentar o
teto da dívida por decreto. A lei estabelece que a dívida pública do
país "não deverá ser questionada". No entanto, o tema causa polêmica e
poderia implicar um revés político para Obama. Além disso, outros
analistas advertem que o presidente não tem autoridade real para
aumentar o limite de endividamento, decisão que até agora sempre esteve
nas mãos do Congresso. Sobre o assunto, Obama disse: "Falei com meus
advogados. Eles não estão convencidos deste argumento."
Venda de ativos: Como alternativa, o Tesouro
americano pode considerar vender alguns de seus ativos, como reservas
de ouro ou instrumentos financeiros com respaldo hipotecário. No
entanto, o especialista em economia da BBC, Theo Leggerd, acredita que
isto seria "admitir perante o mundo que o governo tem um problema e não
consegue cumprir suas obrigações". Segundo Leggerd, isso causaria
impacto na classificação de risco de crédito do país. Por outro lado, o
especialista diz que vender os ativos sob pressão pode fazer com que
seus preços caiam "e isso é algo que o governo quer evitar".
Intervenção da Reserva Federal: Uma pergunta que
muitos fazem é até que ponto o Federal Reserve, o banco central
americano, pode tomar dinheiro emprestado para ajudar o Tesouro a
cumprir seus compromissos. Segundo diversos analistas, isto não é parte
das atribuições do órgão. De acordo com a agência de notícias Reuters,
o presidente do Fed, Charles Plosser, disse na Filadélfia que o Banco
Central atua como corretor do Tesouro nos mercados financeiros, e não
pode simplesmente intervir. Para Plosser, isso equivaleria a uma
internvenção em assuntos fiscais. Theo Leggerd explica que, a
princípio, o governo poderia até mesmo monetizar a dívida, ou seja,
imprimir dinheiro. "Mas isso teria efeitos negativos para a economia
porque o dólar se desvalorizaria. Ou seja, não há uma saída fácil e é
por isso que ambas as partes vão querer evitar chegar a este ponto."
Pagar a uns, não a outros: Se republicanos e
democratas não chegarem a um acordo, será inevitável dar prioridade a
alguns pagamentos em detrimento de outros. "O governo terá que decidir
como gasta o dinheiro que tem disponível e a prioridade será cumprir
com seus compromissos de dívida, ou seja, pagar os juros", explica
Leggerd. Neste caso, terá que cortar seus outros gastos, como o
pagamento a seus contratados, aos beneficiários da previdência social,
às Forças Armadas, aos empregados públicos, entre outros. Por exemplo,
o governo tem que pagar US$ 49 bilhões (R$ 76 bilhões) à previdência
social no dia 3 de agosto, e este é um pagamento com o qual ele não
poderá cumprir caso o Congresso não acabe com o impasse.
Se o Obama acionar a emenda ele vai ser fuzilado pela oposição que vai pedir sua cabeça. Obama vai passar por cima do Congresso, como um ditador.
ResponderExcluirNeste momento a Câmara aprovou um novo plano, dos Republicanos, mas já está como certa que os senadores democratas vão derrubar. Ou seja, tudo vai continuar na mesma, só que dessa vez os bonzinhos são os republicanos.