Impasse sobre dívida nos EUA precisa ser resolvido 'hoje', afirma Geithner
Governo americano corre contra o tempo para aumentar o limite da dívida antes que o país declare moratória
BBC Brasil
| 25/07/2011
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, afirmou que o governo comandado pelo presidente Barack Obama
e a oposição republicana precisam alcançar um acordo ''hoje'' para pôr
fim ao impasse sobre o limite da dívida pública do país e, assim,
evitar o risco de calote.
No próximo dia 2 de agosto, os Estados Unidos
devem ultrapassar o chamado ''teto de sua dívida'', que é de US$ 14,3
trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões).
Negociações entre o presidente Barack Obama e o líder do Congresso, o republicano John Boehner, não conseguiram romper o impasse a respeito do tema.
''Eles precisam de um projeto que, com total certeza, seja aprovado
nas duas casas do Congresso. É aceitável para o presidente e que deve
acontecer hoje. Existe muita política envolvida, mas tem de ser feito -
não há escolha, não há alternativas, o fracasso não é uma opção",
afirmou.
Analistas afirmam que o calote da dívida americana poderia provocar
um salto da taxa de juros nos Estados Unidos e potencialmente ameaçar a
recuperação econômica mundial.
Em entrevista à rede de TV americana ABC, Geithner disse estar
confiante que um acordo será alcançado, mas que o prazo está se
esgotando.
No último dia 16 de maio, os Estados Unidos atingiram o limite legal
de endividamento público - de US$ 14,3 trilhões - no último dia 16 de
maio.
Na ocasião, Geithner anunciou medidas temporárias, como a suspensão
de investimentos em fundos de pensão, a fim que evitar que a dívida
ultrapasse esse limite.
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Mas
o governo afirma que essas medidas provisórias só serão eficazes até o
dia 2 de agosto. Depois desse prazo, caso o teto não seja elevado, o
governo não terá mais dinheiro e terá de deixar de cumprir algumas de
suas obrigações financeiras.
A oposição republicana, que o controla da Câmara dos Representantes
- o equivalente à Câmara dos Deputados - exige que um acordo para
elevar a dívida esteja condicionado a cortes no orçamento americano,
para reduzir o déficil, culculado em cerca de US$ 1,5 trilhão (cerca de
R$ 2,3 trilhões) para o ano fiscal que termina em setembro.
Os impasses se devem ao fato de que os republicanos se opõem a
quaisquer projetos que incluam aumento de impostos. Mas Obama defende a
necessidade de acabar com cortes de impostos que beneficiariam a camada
mais rica da população, criada ainda no governo do presidente George W.
Bush. Os democratas, por sua vez, se opõem a cortar programas sociais
que os republicanos desejam enxugar.
(Atualizada às 12h24)
O dólar segue em franca trajetória de queda frente ao real, já perdendo o patamar de R$ 1,55.
Por volta das 11h52, a moeda norte-americana era negociada a R$ 1,541 para venda.
O mercado vive mais um dia de tensão. A desvalorização da moeda é
reflexo do impasse envolvendo as contas públicas dos Estados Unidos.
Em meio ao pessimismo externo, o dólar caminha a passos largos para R$ 1,50.
Com isso, aumenta a tentação de o governo adotar novas medidas para conter a queda da moeda.
Enquanto isso o ouro sobe
Para analistas, o ciclo de alta do ouro está longe de terminar. Na última semana, o impasse sobre o endividamento público nos Estados Unidos e a crise na Grécia e
em outros países da zona do euro fizeram o preço do metal disparar e
chegar à cotação recorde de US$ 1.609 por onça-troy (28,35 gramas). E
ainda há espaço para mais valorização em 2011.
"Os fundamentos que levaram o preço do ouro de US$ 250 para mais de US$
1.600 por onça-troy na última década ainda são os mesmos e parece pouco
provável que esse cenário mude em breve”, diz Peter Grant, economista
da USA Gold, empresa que opera no mercado de ouro e metais preciosos
nos Estados Unidos.
As novas medidas anunciadas pelos países europeus na última semana
para resgatar a Grécia trouxeram alívio, mas não devem impedir uma
crise ainda maior no futuro. E o mesmo acontece nos Estados Unidos com
relação às discussões para redução da dívida, afirma Grant.
Esse cenário deve continuar a motivar investidores a buscar proteção de seu patrimônio por meio da compra de ouro.
Só na última semana, o metal registrou entradas de US$ 2,3 bilhões,
quase 40% de todo o fluxo acumulado no ano, segundo relatório do BofA
Merrill Lynch.
“Temos alguns clientes que são especuladores, mas 95% dos que
compram ouro fazem isso para proteger o que conquistaram da contínua
desvalorização do dólar e dos crescentes riscos sistêmicos”, diz Grant.
Oferta mais apertada
Além das incertezas na economia mundial,
o cenário de oferta mais apertada e crescente demanda pelo metal
contribui para explicar os preços recordes. Na África do Sul, por
exemplo, o impasse nas negociações salariais entre empresas e
trabalhadores do setor pode comprometer a produção do maior fornecedor
de ouro do mundo.
Enquanto isso, os bancos centrais saíram da posição de vendedores
para compradores líquidos do metal pela primeira vez nos últimos 21
anos. Segundo levantamento do World Gold Council, o volume de ouro
adquirido pelos bancos centrais no primeiro semestre já superou o total
comprado durante todo o ano de 2010.
Tendência de alta
“No longo prazo, podemos ter uma inflexão na demanda por ouro. Mas
isso só deve acontecer quando voltarmos a ter juro real no mundo [taxa
de juros acima da inflação] e uma solução definitiva para o
endividamento dos países desenvolvidos, o que não está no horizonte
agora”, diz José Inácio Franco, diretor da Reserva Metais, empresa que
atua no mercado formal de ouro e metais preciosos no Brasil. Dado o
atual cenário, ele estima que o ouro pode fechar o ano cotado acima do
patamar de US$ 1.650 por onça-troy.
Uma pesquisa conduzida pela Reuters mostra que o mercado elevou suas
projeções para a cotação do ouro no ano. Mais da metade dos
entrevistados espera que o preço médio do metal fique acima de US$
1.500 no ano. Na pesquisa anterior, feita em janeiro, apenas um em cada
cinco analistas faziam essa previsão.
Para Grant, da USA Gold, o comportamento dos preços do ouro na
última década também aponta para novos recordes até o final do ano. Um
levantamento mostra que, em média, 65% dos ganhos acumulados no ano
tendem a ser verificados entre agosto e dezembro. No ano até 21 de
julho, o ouro subiu 16,5%, considerando a média mensal no período. No
mesmo intervalo, o principal índice da bolsa de valores brasileira, o Ibovespa, acumula perdas de 13%.
Cotação do ouro à vista
Média mensal - em US$ por onça-troy (28,35 gramas)
Fonte: Bloomberg / * Até dia 21 de julho
Ilusoes, os papeis moedas sempre foram uma ilusao que parece estar se atenuando mas que nao ira desaparecer. o proprio ouro, que valor que tem? Em tempos de caos total, voce vai comer ouro? vai usar o ouro no tratamento de doencas? vai defender sua casa, sua cidade, sua nacao com ouro? A prata seria muito mais valiosa. Os rappers da vida que estao saltando de alegria.
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