Rebaixamento da nota da dívida dos EUA não está descartado
seg, 01/08/11
por thais.heredia |
Leitor colaborativo mattosap
A
semana começa com um alívio, mas ainda com muitas dúvidas. O acordo
para aprovar, no último momento antes do caos, o aumento no limite de
endividamento americano provocou uma reação imediata dos mercados
internacionais.
As bolsas de valores da Ásia tiveram alta nesta segunda e chegaram a
contaminar a abertura dos outros mercados. O franco-suíço e o yen
chegaram a devolver um pouco os recordes da valorização atual, mas não
resistiram aos mercados europeus e voltaram subir. Em Nova Iorque, as
bolsas subiram no início dos pregões, mas devolveram os ganhos depois
da divulgação de uma queda inesperada no índice de atividade industrial
dos Estados Unidos.
Aqui no Brasil, a reação no mercado de câmbio foi tímida, comparada
ao tamanho do progresso nos EUA. O dólar abriu estável, mas operava em
queda no final da manhã. Voltou a subir depois do leilão de compra da
moeda americana feito pelo Banco Central.
Obama não pode nem pensar em baixar a guarda ainda. Será preciso
manter o ritmo de concessões e convencimento dos políticos de casa e
dos investidores internacionais até que o governo tenha retomado o
controle sobre a gestão do país e as consequências inevitáveis que o
desgaste já provocou.
No meio de tanta turbulência, outro raio caiu sobre a cabeça do
presidente americano nos últimos dias. Os números recentes da atividade
econômica do país mostram que ela não caminha lentamente, mas sim
rasteja com dificuldade. A taxa média de crescimento no primeiro
semestre foi inferior a 1% ao ano.
O país continua com desemprego nas alturas, o que provocou uma queda vertiginosa na popularidade do presidente Obama desde a morte do terrorista Osama Bin Laden.
Outro desafio desconcertante é o possível rebaixamento na
classificação de risco da dívida pública do país, há muitos e muitos
anos considerada a âncora de segurança das finanças internacionais.
O economista-chefe da agência de rating Moody’s, Mark Zandi, disse à
rede americana de TV CNN, que o valor do pacote de corte nos gastos
para os próximos 10 anos, é mais do que ele esperava. Ainda falta ouvir
a opinião da agência Standard & Poor’s, mais resistente a
“amolecer” diante dos americanos.
A nova comandante do FMI, a francesa Christine Lagarde, disse à CNN,
“delicadamente”, que provavelmente “o viés sempre positivo sobre os
Estados Unidos e suas notas do Tesouro americano, pode ter sofrido
alguma rachadura”.
Assim como nos filmes, os americanos sabem carregar a tensão até o
último momento e o final feliz é um padrão das ficções de Hollywood.
Mas o talento para aliviar os espectadores não tem se revelado em
Washington. E o filme da nova realidade americana está bem longe de um
desfecho.
Portal G1
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