Investidores de todo mundo estão em estado de profundo alerta
com a possiblidade de uma recessão mundial, puxada pelos cortes do
orçamento americano e as crises em países como Espanha e Itália
As bolsas de valores de todo o mundo estão derretendo e os
investidores entrando em estado de pânico por causa da recessão
econômica que deve atingir em breve os Estados Unidos e diversos países
da Europa. A sensação é de que uma bomba-relógio está ligada e pode ser
detonada a qualquer momento, caso países como a Espanha e a Itália
entrem em colapso, afirmou o economista da Prosper Corretora, Demétrius
Borel Lucindo.
Na edição desta quinta-feira, a revista americana Times
alerta para uma crise iminente da economia global. Segundo o artigo
assinado por Zachary Karabell, as reações das bolsas americanas, que
apresentaram quedas substanciais nos últimos dias, só representam o
crescente consenso entre a classe dos investidores que uma dupla
recessão é prevista e como resultado, as bolsas de todo mundo vão
passar por tempos difíceis, com grande chance de quebra. O autor ainda
argumenta que mesmo para os mais otimistas analistas de mercado uma
nova recessão é provável.
O artigo da revista Times cita o respeitável analista de mercado
John Hussman, que, segundo ele, teme como desencadeador da crise global
o contínuo crescimento chinês, que terá, em curto prazo, repercurssões
em países como o Brasil, Canadá e Austrália. Nem o aguardado acordo
entre democratas e republicanos sobre o aumento do teto da dívida
americana realizado no início desta semana afastou as preocupações dos
investidores do mercado de ações. Na verdade, elas ganharam força com a
perspectiva de que a maior economia mundial terá que conter de forma
representativa seus gastos e, desta forma, abalar a já abalada situação
financeira do próprio país e das demais economias está assustando os
mercados. A crise em países de peso na Europa, como Itália e Espanha,
ainda reforça o cenário de cautela, com a possível contaminação da
crise para novos países de maior peso na região.
No Brasil, o pregão da Bolsa de Valores de São Paulo teve o segundo
pior resultado do ano nessa quarta-feira, com baixa de 2,26%, aos
56.017 pontos, o menor nível desde setembro de 2009. No acumulado do
mês, a queda chega a 4,77% e, no ano, a 19,17%. “Mesmo com todas as
incertezas lá fora, não há nada que justifique tamanho derretimento do
mercado acionário brasileiro. Aqui, o consumo continua forte e as
empresas listadas na Bovespa, lucrando como nunca”, destacou o
economista da Prosper. Na manhã desta quinta-feira, o pânico ainda
tomava conta dos investidores. Com pouco mais de dez minutos de pregão,
a Bolsa de Valores de São Paulo rompeu não só o patamar de 56 mil
pontos como também o dos 55 mil pontos. Às 10h31, a queda era de 2,43%,
a 54.669 pontos. Nos EUA, o Dow Jones recuava 1,40% no mesm o horário.
Na Ásia, o iene desabava ante o dólar, depois que as autoridades
japonesas intervieram para conter a alta recente da moeda,
impulsionando a Bolsa de Tóquio. A maioria dos mercados da região,
porém, fechou em queda devido aos temores sobre a desaceleração do
crescimento mundial.
FONTE-ESTADO DE MINAS
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