Ibovespa fecha no menor nível em quase dois anos
Novos dados elevam aversão a risco no mundo. Ibovespa caiu 2,25%, para 56.017 pontos, em linha com Europa
A Bolsa de Valores de São Paulo teve uma quarta-feira ruim, acompanhando os mercados internacionais. O Ibovespa, principal índice da Bovespa, fechou em queda de 2,25%, cotado em 56.017 pontos. É o menor nível desde 3 de setembro de 2009, quando o índice fechou em 55.707 pontos.
O dia também foi negativo na Europa e na Ásia, no segundo pregão de reação após a aprovação da elevação do teto da dívida dos Estados Unidos.
Ontem, analistas já levantavam os receios de que o ajuste fiscal
incluído no pacote vai fazer o país crescer menos, o que deve afetar a
economia mundial. Hoje, novos números decepcionantes da economia dos
Estados Unidos ajudaram a corroborar essa visão e elevam a aversão a
risco.
Os ânimos, no entanto, melhoraram um pouco no meio da tarde. No
Brasil, o Ibovespa chegou a cair 3,6%. Dow Jones e Nasdaq, que operaram
em baixa, acabaram virando e fecharam em alta de 0,25% e 0,89%,
respectivamente. Na Europa, as bolsas fecharam antes, em fortes baixas:
Londres perdeu 2,34%, Paris caiu 1,93% e Alemanha teve recuo de 2,30%.
Nos Estados Unidos, as bolsas melhoraram. Dow Jones cai 0,20% e Nasdaq
já sobe 0,39%.
Veja também:
Os
economistas alertam que acabam de ser divulgados os dados de emprego e
atividade industrial nos EUA e as noticias não são animadoras. Os dados
da criação de vagas do setor privado vieram em linha com o projetado e
segundo a ADP (empresa que processa folhas de pagamento e holerites)
foram criadas 114 mil vagas. “Serão ainda necessários meses de criação
de vagas para recuperar os postos destruídos durante a crise. Apesar
das ações tomadas por Washington, os EUA não conseguiram reverter de
forma convincente seu mercado de trabalho”, diz em relatório André
Perfeito, economista-chefe da Gradual.
Dados da Indústria também decepcionam. Os pedidos à indústria caíram
0,8% em junho e os dados de maio foram revistos para baixo. “Este
indicador evidencia mais claramente a falta de fôlego que aquela
economia enfrenta; após se recuperar de forma vigorosa depois do pior
da crise, falta força para atingir os antigos patamares”, continua o
economista.
Na avaliação do economista Manuel Enriquez Garcia, presidente da
Ordem dos Economistas do Brasil e professor da FEA-USP, mesmo com a
aprovação do aumento de limite de endividamento dos Estados Unidos
nesta terça-feira, a credibilidade do país foi seriamente arranhada na
visão dos investidores internacionais. “ Não há mais condições de se
aceitar os investimentos em títulos americanos como uma opção sem
risco”, disse. “Esse clima de incerteza com os fundamentos econômicos
dos EUA tem levado os investidores para outros ativos como o ouro e o
franco suíço”, acrescentou.
O ouro bateu novo recorde
nesta quarta-feira ao fechar valendo US$ 1.666,3 a onça na Bolsa
Mercantil de Nova York, diante dos temores quanto à crise de dívida da
zona do euro e a apreensão de que a recuperação econômica dos Estados
Unidos esteja enfraquecendo. Os contratos de ouro mais negociados nesta
sessão, os de vencimento em dezembro, ficaram US$ 21,8 mais caros por
onça em relação ao preço de terça-feira, quando já haviam batido
recorde ao fechar cotados a US$ 1.644,5.
E agências internacionais
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