Das agências internacionais.
Fidel Castro nega ter dito que modelo cubano não funciona mais
Líder cubano afirma que foi mal interpretado por jornalista americano da revista The Atlantic
AFP
10/09/2010 15:59 - Atualizada às 16:18
Líder cubano Fidel Castro participa de apresentação de seu novo livro A Vitória Estratégica na Universidade de Havana
O líder cubano Fidel Castro assegurou nesta sexta-feira que sua declaração de que o modelo cubano não funciona mais nem mesmo para os cubanos foi mal interpretada pelo jornalista americano da revista The Atlantic, que o entrevistou em Havana.
"Sei o que expressei sem amargura nem preocupação. Divirto-me agora ao ver como ele interpretou ao pé da letra, depois de consultar Julia Sweig, repórter que o acompanhou e elaborou a teoria que expus", explicou.
"A realidade é que minha resposta significava exatamente o contrário do que os dois jornalistas americanos interpretaram", acrescentu o ex-presidente durante a apresentação da segunda parte de seu livro autobiográfico.
"O modelo cubano nem sequer funciona para nós", teria declarado Fidel a Goldberg, segundo a tradução para o inglês publicada na quarta-feira no site http://www.theatlantic.com.
Entrevistado ao longo de vários dias pelo jornalista americano, Fidel Castro adotou um tom de incomum arrependimento sobre fatos do passado, revela a entrevista, que está sendo publicada há dias. Castro, de 84 anos, disse a Goldberg estar arrependido por ter pedido em 1962 ao líder soviético Nikita Kruschev, durante a crise dos mísseis, que atacasse os EUA com armas nucleares caso fosse preciso.
O ex-presidente cubano voltou recentemente à vida pública, particularmente para alertar sobre o risco de uma guerra nuclear no Oriente Médio por causa da disputa entre Israel e Irã.
Na mesma entrevista, Fidel criticou a retórica antissemita usada pelo presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad: "Não acredito que alguém tenha sido mais difamado que os judeus. Diria que muito mais do que os muçulmanos. Foram mais difamados que os muçulmanos porque são acusados e caluniados por tudo. Ninguém culpa os muçulmanos de nada."
Goldberg foi convidado pelo próprio Fidel, que se interessou por um artigo seu sobre as tensões entre Irã e Israel.
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