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16 de novembro de 2010

Uma nova Guerra Fria

EUA X China: Já sopram os ventos de guerra fria
Depois da Guerra Fria envolvendo os EUA e URSS, potências vencedoras da 2ª Guerra Mundial em 1945, estas duas nações ao término daquele conflito, passam a disputar áreas de influência ao redor do globo por um periodo de 40 anos.
Este periodo ficou conhecido como a Guerra Fria no entanto vencida pelos EUA e subsequente fim da URSS em 1991.  Hoje de uma maneira renovada está se reconfigurando entre um EUA decadentes e uma China socialista emergente.
Crise econômica nos EUA sem alguma perspectiva de melhora a curto prazo, guerra cambial, moeda chinesa com baixa cotação em um país superpopuloso com sede de recursos energéticos e que busca novas parcerias estratégicas com diversas nações. O que vem se configurando como o século chinês.
Para que se compreenda melhor nada mais que um bom texto sobre a questão.
Ah, digo aos meus leitores que procurem no blogroll do meu blog por Sempre Guerra, este blog tem um ótimo assunto relacionado ao que estou também tratando no meu blog. Veja aqui um trecho da reportágem...Em Águas Tempestuosas:
Seis semanas atrás, um navio de guerra brasileiro navegou em algumas das águas mais contestadas no planeta e, fora da China, abriu fogo. O navio era o Warramunga fragata e não foi o primeiro navio brasileiro com esse nome a disparar suas armas através do Mar Amarelo.

Sessenta anos atrás, o xará Warramunga.... continue no http://sempreguerra.blogspot.com/ 

Não seria justo no momento eu reeditar aqui uma matéria exclusiva para este momento naquele blog.
Valeu Sempre Guerra, muito boa a primeira parte da  reportágem.
Daniel


As duas superpotências trocam um G2 pela escalada.


Hong Kong - Quase três meses já se passaram desde a "histórica" primeira visita do presidente Barack Obama a Beijing, visita esta que foi acompanhada de expectativas superestimadas por uma suposta conclusão de um novo "entendimento sincero" sino-norte-americano.
Porém, ao invés de se ver as duas superpotências formulando um G2 com influência mundial - conforme sustentavam então super-otimistas "analistas estratégicos" ocidentais - verifica-se nas últimas semanas a escalada de uma nova guerra fria. Com a economia na frente, segue a política, enquanto denominador comum é o álibi da ideologia.
Após a recusa das autoridades de Beijing de "desindexar" a (tecnicamente desvalorizada) paridade do iuan contra o dólar e financiarem os gigantescos déficits fiscais norte-americanos comprando novos bônus made in USA, após a pública esnobada da liderança chinesa contra Obama por ocasião da fracassada Cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) em Copenhague para a Mudança Climática e, naturalmente, com o considerando "não" chinês na aplicação de novas sanções contra o Irã por seu programa nuclear, os ianques passaram ao contra-ataque.
Anunciaram uma série de provocantes - para Beijing - "contramedidas", sendo que a mais importante foi a venda de sistemas bélicos supermodernos, no valor de US$ 6,3 bilhões, a Taiwan, seguida pelo anúncio do primeiro encontro de Obama com o exilado hierarca do Tibete, Dalai Lama, com o qual - diga-se de passagem - já se encontraram todos os antecessores de Obama, com objetivo de, apenas, hostilizar o governo de Beijing.
Desde o ano passado havia sido antecedida a eclosão de uma atípica guerra comercial, graças a um pacote de medidas de descarado protecionismo econômico lançado por Washington em detrimento de determinados produtos chineses e chegando ao extremo de sancionar com tarifa de 200% as exportações de tubos de aço, pneus e outros produtos chineses aos EUA.
Contudo, tudo isso era apenas tiro de advertência, porque a verdadeira barragem de artilharia é a venda de lançadores de mísseis Patriot e navios de guerra, equipados com o sistema Aegis, a Taiwan.

Boeing preocupada

A ira da China revelou-se pelas imediatas represálias. O presidente chinês, Hu Jintao, anunciou que não comparecerá à histórica cúpula para a segurança nuclear que está organizando Obama para abril deste ano, enquanto altas patentes militares chinesas anunciaram o congelamento de todos os contatos bilaterais de cooperação militar com os EUA, já programados, e deram sinal verde para o (bem sucedido) teste de um novo e avançado sistema antibalístico.
Qual será o próximo episódio? Os chineses ameaçam clara e diretamente o governo de Washington com a adoção de severas sanções econômicas contra todas as indústrias norte-americanas de material bélico que se envolverão com o pacote de rearmamento de Taiwan, grandes empresas do establishment industrial-militar dos EUA como Boeing, Lockheed Martin e Raytheon.
Particularmente, a Boeing tem todas as razões deste mundo para temer a possibilidade de um boicote chinês contra seus aviões de passageiros, em benefício da européia Airbus. A razão é muito simples: ao longo dos próximos 20 anos o mercado de transporte aéreo da China criará demanda por 4 mil novos aviões de passageiros, no valor total de US$ 400 bilhões.
Guerra fria observa-se, principalmente, em nível militar. As campanhas norte-americanas no Iraque e no Afeganistão, a guerra "subterrânea" no Paquistão e as crescentes ameaças contra o Irã são interpretadas pelo Governo da China como tentativas de seu bloqueio das críticas para seu vertiginoso crescimento econômico matérias-primas.
A decisão da China de gastar bilhões de dólares para criação de uma superfrota de navios de guerra de alto mar, capaz de proteger as rotas marítimas comerciais que a interligam com os países do Grande Oriente Médio, da África, assim como sua ininterrupta guinada rumo a uma concluída aliança com a Rússia, mostram que o verdadeiro alvo da elite partidário-empresarial da China é transformar a ameaça norte-americana de longo prazo a favor de seus interesses.

Lee Wong
Sucursal do Sudeste Asiático.

Tensão (política) vantajosa
A Casa Branca mostra-se conscientizada de que seus - por enquanto - atritos com Beijing não são somente economicamente inevitáveis, mas, paradoxalmente, vantajosos politicamente.
Com o desemprego e os déficits galopando nos EUA, o presidente Obama joga - cada vez mais - a nacionalista "carta chinesa". Em outras palavras, atribui as responsabilidades pela catastrófica situação econômica aos "malvados amarelos", que "roubam" os postos de trabalho na América, inundando-a com produtos baratos, enquanto, ao mesmo tempo recusam-se abrir seus mercados para qualquer coisa made in USA.
Mas, também, a China, na realidade, vê com bons olhos a escalada da tensão com Washington. Sua liderança partidária tem, igualmente, necessidade da correspondente "carta norte-americana" por vários motivos.
Os motivos mais profundos da queda-de-braço entre EUA e China são econômicos e geopolíticos. E não são nada recentes, mas foram criados durante longo período: a "América" pode permanecer a mais forte potência militar e a maior economia do planeta, mas as "conquistas" militares neocolonialistas dos oito anos de Bush Jr. e as consequências da pesadíssima crise financeira têm minado seriamente as bases de sua pós-Guerra Fria hegemonia mundial.
E permitem à velozmente desenvolvida China disputar a primazia política e econômica em várias disputadas, ricas em recursos naturais, regiões do planeta, desde o Centro e o Sudeste Asiático, até a África Subsaariana e a América Latina, do México à Argentina.

Gigante acelera

Os números falam por si só. Em 2000, o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA era oito vezes maior do que o chinês, enquanto hoje é apenas quatro vezes. Ainda, neste ano, embora a imprensa ocidental não tenha se cansado de desmentir, a economia chinesa superou a japonesa para ascender ao segundo degrau da escala mundial, atrás da ofegante norte-americana.
Há 20 anos, a China não possuía indústria automobilística, mas hoje é o maior produtor de automóveis no planeta, superando o Japão, assim como o maior mercado de veículos, superando o norte-americano. Ano passado, superou a Alemanha como a maior economia exportadora do planeta.
Ainda, ano passado, enquanto as economias dos EUA, Europa e Japão afundavam na crise, a locomotiva chinesa continuou aumentando suas rotações, gerando riqueza para o país e excelentes perspectivas para sua classe trabalhadora em ascensão à classe média.
Desde o primeiro dia do mês passado vigora o Acordo de Livre Comércio da China com os países do Sudeste Asiático (Asean). Esta foi a "resposta asiática" à fracassada Zona de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) e, naturalmente, à União Européia.
Seis semanas atrás, um navio de guerra brasileiro navegou em algumas das águas mais contestadas no planeta e, fora da China, abriu fogo. O navio era o Warramunga fragata e não foi o primeiro navio brasileiro com esse nome a disparar suas armas através do Mar Amarelo.

Sessenta anos atrás, o xará Warramunga.... continue no http://sempreguerra.blogspot.com/ 

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