Ué! ? Cadê aqueles que disseram que os EUA estavam se recuperando?
Aí está mais um sinal de que nada anda bem na economia global
Até quando vão tentar tapar o sol com a peneira?
Obs: Os economistas insistem em dizer que tudo não passa de um susto, que os EUA ainda são atrativos, só otário para acreditar nisto tudo.
É pessoal, o barco continua a deriva...
Autor(es): agência o globo: Lucianne Carneiro e Bruno Villas Bôas* |
O Globo - 19/04/2011 |
Agência piora avaliação de dívida americana por temor fiscal e derruba bolsas globais Pela primeira vez em 70 anos, a agência de classificação de risco de crédito Standard & Poor"s reduziu ontem - de estável para negativa - a perspectiva de avaliação da dívida americana. Na prática, isso significa que a nota dos EUA, que hoje é de "AAA", a melhor classificação na escala da S&P, poderá ser reduzida nos próximos dois anos. A decisão da agência veio após uma escalada do déficit fiscal americano desde a crise financeira de 2008 e derrubou as bolsas do mundo inteiro. Com a economia ainda combalida, os EUA viram seu déficit orçamentário subir para quase US$1,5 trilhão e a dívida pública, para US$14,27 trilhões. A decisão da S&P reflete ainda o impasse político nos EUA, com o risco de os legisladores americanos não chegarem a um acordo sobre como lidar com as questões fiscais do país. A S&P concedeu a nota máxima aos EUA em 1941 e, desde então, nunca havia alterado a perspectiva do país, que é considerado um porto seguro para investidores do mundo inteiro. Os títulos americanos são usados como principal opção para aplicação de reservas internacionais de muitos países, inclusive o Brasil. As outras duas principais agências de classificação de risco de crédito já haviam colocado sob revisão a nota dos EUA (a Moody"s em 1996 e a Fitch, em 1995), mas por um curto período. No seleto grupo de nota "AAA" da S&P, além dos EUA, estão países como Alemanha, França, Reino Unido, Austrália, Canadá, Noruega e Finlândia. Após o anúncio da S&P, as principais bolsas do mundo recuaram. Em Nova York, o índice Dow Jones caiu 1,14% e o Nasdaq, 1,06%. Os principais índices europeus fecharam com queda de pelo menos 2%. As principais commodites recuaram, diante do temor de um crescimento econômico global diante da piora no cenário fiscal para os EUA. O petróleo fechou em baixa nos EUA, a US$107,12 o tipo leve americano (-2,54%) e, na Europa, a US$122,18 a cotação do brent (-1,88%). O ouro, por sua vez, subiu, já que o metal é visto como opção de investimento seguro. A onça troy fechou cotada a US$1.496,10 (+0,8%). Analistas veem pressão política No Brasil, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo caiu 1,90%, aos 65.415 pontos, o menor nível desde 10 de fevereiro (64.577 pontos), influenciado também pela forte queda nas ações da OGX. A bolsa brasileira também refletiu o aperto monetário na China, que elevou pela quarta vez a alíquota dos depósitos compulsórios. Assim como no resto do mundo, o dólar também se valorizou no Brasil, subindo 0,76% frente ao real, para R$1,590. O relatório da S&P, ao mesmo tempo que apontava o maior risco fiscal nos EUA, citava a força do dólar como moeda internacional como vantagem da economia americana. - Hoje (Ontem) houve muitas notícias negativas. Desde a mudança de perspectiva do rating dos EUA, o aumento do compulsório na China, boatos sobre reestruturação da dívida da Grécia e a repercussão ao relatório de reservas da OGX. Isso numa semana curta. Juntou tudo - afirmou o diretor da Ativa Corretora Álvaro Bandeira. As ações da Petrobras ficaram entre as maiores quedas do Ibovespa. Petrobras PN (preferencial, sem direito a voto) caiu 3,92%, para R$25,49, enquanto a ordinária (ON, com voto) recuou 3,98%, a R$28,46. Os papéis da Vale também registraram perda de 0,99%, para R$45,20, as preferenciais, e de 1%, para R$50,64, as ordinárias. Segundo a S&P, a redução da perspectiva indica que há uma chance em pelo menos três de que os EUA possam ter seu rating de longo prazo cortado. Para o professor do Instituto de Economia da UFRJ Luiz Carlos Prado, o impacto da piora de perspectiva do rating dos EUA, no entanto, deve ser mais político que econômico: - É uma mudança porque os EUA são um parâmetro para as economias mundiais, mas acredito que, na prática, não deve mudar muito a demanda pelos títulos americanos. Não há muitas alternativas de países com grande volume de títulos. A decisão tende a ser mais uma pressão no jogo político. Steven Blitz, economista sênior da ITG Investment Research, disse que "esta ação poderia ajudar a Casa Branca a assustar os republicanos, e fazê-los se engajar em uma negociação política responsável, para alcançar algum tipo de acordo razoável sobre a redução do déficit e aumento do teto da dívida". A Casa Branca anunciou semana passada um plano de redução da dívida em US$4 trilhões em 12 anos, com corte de gastos e elevação de impostos para ricos. Hoje, para cada dólar que o governo federal gasta, arrecada menos de US$0,60. - Esse novo alerta ressalta a necessidade de os EUA assumirem um melhor controle de seu destino fiscal caso queiram evitar custos de financiamento mais altos e manter seu papel central na economia global - disse Mohamed El-Erian, presidente-executivo da Pimco. Prado, da UFRJ vê a situação do endividamento americano de forma "completamente diferente" do que ocorre em países europeus como Portugal e Grécia. Os EUA, segundo o professor, têm situação mais sólida. Finlândia pode vetar socorro a Portugal Na Europa, a crise da dívida parece longe do fim. O partido nacionalista da Finlândia Verdadeiros Finlandeses, eleito no domingo, é eurocético e contrário às ajudas financeiras que já foram dadas pelo bloco europeu à Grécia e à Irlanda. Por isso, o resgate a Portugal - ainda não efetivado - pode ficar ameaçado, segundo analistas, já que é preciso a aprovação dos 17 membros da zona do euro. Representantes da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional (FMI) estão em Lisboa para estabelecer os termos do que seria o terceiro resgate em um ano. |
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