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14 de junho de 2012

Asteróides e cometas. Observar para prevenir

Por Olga Zakutnaya

Asteróides e cometas. Observar para prevenir
© Flickr.com/asteroid/cc-by



A ameaça proveniente de cometas e asteróides é discutida pela primeira vez, numa conferência de segurança em São Petersburgo, pelos especialistas nesses assuntos. O tema da intervenção da Agência Espacial Russa é o perigo de asteróides e cometas.

A conjugação das palavras “perigo de asteróides e cometas” apareceu há relativamente pouco tempo. Há várias razões para isso. Os céticos afirmam que essa ameaça externa tornou-se num tema para de algum modo justificar o estudo e exploração espacial. Os seus partidários consideram que a humanidade teve simplesmente muita sorte nos últimos milhares de anos em que a Terra não se meteu no caminho de um calhau relativamente pequeno e que é necessário tomar medidas urgentes e decisivas para excluir essa futura probabilidade.
As observações dos corpos celestes só floresceram realmente na era do registo e tratamento de dados automáticos. Com a ajuda de poderosos computadores o Homem conseguiu ver quantos corpos celestes pequenos rodeiam a Terra. De acordo com os últimos estudos, o número de asteróides próximos da Terra é de cerca de 20 000. O maior perigo é representado por aqueles, cuja trajetória se cruza com a da Terra, o que pode provocar uma colisão. Na realidade, é muito complicado determinar se um asteróide colidirá com a Terra, por isso, quando se fala de asteróides potencialmente perigosos, apenas se considera a sua desagradável proximidade.
Segundo está calculado, basta um asteróide de cem metros para provocar destruições regionais consideráveis. Supõe-se que o diâmetro do meteorito de Tunguska era de 50-75 m e que bastaria um objeto de 1 a 10 quilómetros para uma catástrofe à escala global.
Felizmente, na proximidade direta da Terra não há muitos desses objetos, mas, infelizmente, eles são difíceis de observar e também é difícil prevêr as suas órbitas. Além do seu movimento, tem que se considerar a interação gravitacional com a Terra, o que é importante no caso do asteróide potencialmente perigoso Apófis (de 350 m de diâmetro) que é considerado o primeiro entre os corpos celestes potencialmente perigosos. A primeira aproximação do Apófis à Terra será em 2029 e a seguinte em 2036. Do como irá decorrer o primeiro “encontro” dependerá muito do que se passará no segundo: irá o Apófis passar ao lado ou os terrestres terão de procurar soluções para evitá-lo.
O problema é que nenhum método para evitar o perigo já foi testado. Há várias propostas, por exemplo fazer explodir o asteróide, o que não é muito eficaz, visto que ainda é mais difícil prevêr as trajetórias dos pedaços resultantes que a do próprio corpo inicial. Outra ideia é pintar o corpo celeste perigoso de forma a alterar os seus parâmetros de reflexão, e sob ação da luz solar ele próprio sairia do caminho incial.
Até hoje, todos os projetos na área da segurança espacial poderíam ser considerados como uma estratégia “passiva” de observações e cálculos dos objetos perigosos. Atualmente existem no mundo uma dezena de projetos de diferentes países e organizações que conseguiram identificar 1311 asteróides potencialmente perigosos. O termo PHA (potentially hazardous asteroids)  significa asteroides com um determinado raio de órbita cruzando esta a da Terra numa vizinhança muito curta. Os cálculos são feitos por laboratórios tanto terrestres como espaciais como, por exemplo, um aparelho da NASA, o WISE (Wide-Field Infrared Survey Explorer).
Na Rússia, encontra-se atualmente em funcionamento um Grupo de Trabalho e Peritagem de Ameaças Cósmicas do Conselho Espacial da Academia Russa que tem sede no Instituto de Astronomia da ACR. O grupo ocupa-se de duas áreas: o lixo espacial e o perigo de asteróides e meteoritos. Uma das suas tarefas é a elaboração de um programa de reação ao perigo que vem do espaço. É possível que num futuro breve esse tema ocupe um lugar central no programa espacial da Rússia, o que foi afirmado pelo vice-primeiro ministro Dmitri Rogozin.
De resto, não existe no mundo uma única missão fixa que tenha por objetivo elaborar uma “contra-resposta” ao asteróide. A missão “Apofis”, em preparação na SPA S. A. Lavochkin, ainda não tem prazos concretos de execução (além do pazo evidente da aproximação do próprio Apófis à Terra).
Também não se deve esperar por uma resposta no encontro de São-Petersburgo. É interessante que neste se discutem questões da interação espacial sem subentendidos militares. Ainda é mais interessante, quando há uma coincidência no tempo com iniciativas como o estudo dos asteróides como fontes de matérias-primas. Será que a exploração espacial, depois de um período de estagnação evidente, está a entrar numa nova fase de desenvolvimento, ou trata-se de mais um tema da moda? Claro que a segunda versão é mais realista, mas a primeira não deixa de ser mais interessante.

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