Tanques da Síria atacam zona residencial em 3ª maior cidade do país
Grupo de defesa dos direitos humanos afirma ter provas de que 621 civis e 120 soldados ou policias morreram desde março
Testemunhas disseram nesta quarta-feira que as forças de segurança da Síria atacaram uma zona residencial em Homs, a terceira maior cidade do país. Diversas pessoas relataram que o distrito de Bab Amro, que é predominantemente residencial, foi alvo de um ataque do Exército às 5h30 de quarta (23h30 da noite de terça, no horário de Brasília).
Um dos moradores da cidade disse à BBC que o distrito está cercado há quatro dias, e os residentes da região estão sem acesso a água, eletricidade ou atendimento médico. Segundo ele, alguns moradores teriam resistido à ação do Exército com rifles de caça. Testemunhas dizem que pontos de checagem foram montados ao redor do distrito.
Foto: AP
Imagem de celular de 10/05/2011 adquirida pela AP mostra manifestantes antigoverno durante protesto em Qamishli, no nordeste da Síria
Mortes
Homs é mais uma cidade ocupada pelo Exército desde março, quando começou a atual onda de protestos na Síria. O Exército está presente no norte da capital Damasco, em Baniyas, que fica no litoral do Mediterrâneo, e em Deraa, no sul do país. Deraa está isolada há duas semanas.
Há indícios de que forças de segurança estão agindo também em outras cidades. Na terça-feira, algumas testemunhas disseram que alguns tanques estavam se movimentando em direção à cidade de Hama, na região central.
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Também há relatos de ações das forças de segurança contra manifestantes nas cidades de Tafas, Latakia, Qadam e Idlib. Em Jassem, ao norte de Deera, houve manifestações na noite de terça, mesmo com relatos de que tanques estavam entrando na cidade.
O correspondente da BBC no Líbano, Jim Muir, diz que manifestantes também foram alvos da polícia na cidade de Deir ez-Zor, no leste do país. Dezenas foram mortos nos últimos dias, e estima-se que centenas foram presos pelas autoridades.
O governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, diz que os manifestantes são "terroristas" que matam policiais e soldados. Já os ativistas dizem que muitos soldados estão sendo mortos pelo próprio Exército, por se recusarem a atirar contra civis.
Um grupo de defesa dos direitos humanos afirma que tem provas documentais de que mais de 700 - 621 civis e 120 soldados ou policiais - foram mortos pelas forças de segurança da Síria desde o início dos protestos contra o governo do país, em março.
A Organização Nacional pelos Direitos Humanos na Síria disse que 300 pessoas que haviam sido presas na cidade de Baniyas foram soltas. O grupo afirma que os serviços básicos - como água, luz e telefone - já foram restabelecidos na cidade, que havia sido alvo de ataque do Exército na semana passada.
Baniyas continua com tanques na rua, segundo a entidade. Outro grupo sírio de direitos humanos, o Sawasiah, disse que 800 civis foram mortos. Autoridades sírias desmentem o número e dizem que 100 soldados foram mortos.
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