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23 de dezembro de 2011

Iraque

Boa Noite.
Creio que  muitos devem ter pensado da mesma forma que eu, quando os EUA há tempo atrás começaram a manifestar a intenção de se retirarem do Iraque.
Iria dar nisso, um país enfraquecido, com interesses em jogo, suas comunidades as árabes sunita e xiíta e a minoria curda que também professa a corrente sunita do islã.
Durante o regime do ex-líder iraquiano, Saddam Hussein, que era sunita e que governou o pais entre 1979 a 2003, quando deposto pela invasão americana, a população árabe iraquiana muçulmana sunita dava as cartas, enquanto a maioria árabe iraquiana, muçulmana xiíta e a minoria curda, não árabe, portanto muçulmana sunita, eram perseguidas pelas forças de Saddam.
Nos anos 80 ficou muito marcado nos noticiários e mais marcado ainda a população curda no norte do Iraque, que foi alvo de ataques de armas químicas por forças lideradas por Saddam Hussein.
Depois do fim da primeira guerra do Golfo em 1991, Saddam conseguiu sufocar dos levantes armados contra o seu regime, um ao sul em áreas predominantemente xiítas e ao norte de maioria curda, foi um erro de cálculo, pois se acreditava que com a guerra acabada as forças de Saddam estava esgotadas e não teriam como vencer uma guerra civil interna, mas Saddam naquele tempo conseguiu virar o jogo.
Durante a ocupação americana no Iraque, forças antagônicas tentaram desestabilizar o país árabe, pois tentava-se criar as condições que levassem os EUA a um atoleiro no Iraque e os fizessem sair em fuga do inferno. Mas rearanjos internos deram uma aparente sensação de ( in) segurança, mesmo por conta de atentados sangrentos quase diários que custaram vidas inocentes.
Com a saída dos EUA, o Iraque caminha a própria sorte e poderá ver uma crise que se não gerenciada, pode jogar o país numa guerra civil e o seu possível esfacelamento.
A questão iraquiana devem ser muito bem acompanhada de perto, pois terão reflexos na região. Os iraquianos xiítas tendem ao Irã, uma potência do xiísmo islâmico.
Os sunitas iraquianos, são mais afinizados com a casa de Saud e as ramificações sunitas da Líbia, Egíto, Síria Jordânia,etc e sobram o povo curdo no norte do Iraque, que incomodam sua possível união com curdos na Turquia, Síria e Irã e formam uma pátria livre curda. Dai um esfacelamento do Iraque não interessa muito aos seus vizinhos, parecendo que isso de fato seja interessante, os curdos do Iraque conseguiram em meio a tempestade militar no restante do país, manterem uma certa harmonia e prosperidade e estando eles sobre alguns dos pontos de disputas internas no Iraque sobre as receitas petrolíferas.
As divergências começam a ganhar corpo e sem dúvidas, mais um ingrediente explosivo para uma região que está prestes a explodir.
Texto acima- Daniel Lucas




Sunitas protestam no Iraque e ameaçam levar país a crise

Forças militares norte americanas deixando o Iraque no último dia 18 de dezembro pela fronteira com o Kuwait
 
SAMARRA, Iraque (Reuters) - Milhares de iraquianos em cidades de maioria sunita protestaram nesta sexta-feira contra o primeiro-ministro xiita, Nuri al-Maliki, e as medidas tomadas por ele contra dois líderes sunitas, um dia depois que violentos ataques a bomba deixaram mortos na capital Bagdá.
Nesta semana, Maliki ordenou a detenção do vice-presidente sunita, Tareq al-Hashemi, sob acusações de terrorismo e tomou medidas para demitir um deputado sunita. Na quinta-feira, ao menos 72 pessoas morreram em Bagdá, em ataques realizados principalmente nos bairros xiitas.
Os eventos ameaçaram fragmentar o país, aprofundando as frágeis divisões sectárias e étnicas, e aumentar o risco do mergulho em um tipo de massacre sangrento que alguns anos atrás conduziu o país à beira da guerra civil.
Depois das orações de sexta-feira, em que imames (sacerdotes) sunitas alertavam que Maliki estava fomentando as divisões sectárias, manifestantes tomaram as ruas nas cidades de maioria sunita: Samarra, Ramadi, Baiji e Qaim. Muitos acenavam faixas em apoio a Hashemi e contra o governo.
A crise poderia minar um delicado acordo de compartilhamento de poder que divide os cargos entre líderes xiitas, sunitas e curdos, apenas alguns dias depois de as últimas tropas norte-americanas se retirarem do país, quase nove anos após a invasão para derrubar Saddam Hussein.
"As acusações contra Hashemi foram planejadas por trás de portas fechadas. Maliki está tentando remover os sunitas do poder e ter maior controle, como um novo ditador no Iraque", disse Ahmed al-Abassi, manifestante em Samarra.
Uma sessão emergencial do Parlamento entre líderes de diferentes blocos políticos para debater a crise foi cancelada nesta sexta-feira.
(Por Ghazwan Hassan)
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