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24 de dezembro de 2011

Protesto contra eleição reúne dezenas de milhares na Rússia

Manifestação sinaliza descontentamento da população com partido do premiê Vladimir Putin, candidato à presidência em 2012

Dezenas de milhares de manifestantes se reuniram neste sábado na capital da Rússia, Moscou, no maior protesto até agora contras supostas fraudes nas eleições parlamentares. A manifestação sinaliza o crescente descontentamento da população com o Rússia Unida, partido do primeiro-ministro Vladimir Putin, que em 2012 concorrerá à presidência.
Foto: AP
Milhares protestam contra fraudes na eleição parlamentar russa na capital, Moscou
Os manifestantes lotaram uma larga avenida a cerca de 2,5 km do Kremlin, apesar do dia frio e da neve que caía em Moscou. Ele gritavam “Rússia sem Putin” e seguravam cartazes que diziam “A eleição foi uma farsa”.
Policiais faziam cordões humanos ao redor dos manifestantes enquanto helicópteros sobrevoavam a multidão. Em 5 de dezembro, um dia depois da eleição, centenas foram presos durante um protesto similar – e outros foram realizados desde então.
Na tentativa de conter as manifestações, nesta semana o presidente russo, Dmitri Medvedev, prometeu uma reforma do sistema político. As propostas não foram consideradas suficientes pela oposição, que exige uma nova eleição.
“As pessoas estão aqui porque querem respeito”, disse a manifestante Tamara Voronina, 54 anos. “Viemos apoiar aqueles que lutam por nossos direitos”, afirmou Darya Andryukhina, 16 anos.

Nas eleições do dia 4, o partido Rússia Unida, do primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, conseguiu cerca de 50% dos votos, forte queda em relação aos 64% obtidos na eleição de 2007.
Todos os setores opositores e observadores internacionais foram unânimes ao denunciar graves irregularidades na votação. As autoridades russas, por sua parte, dizem que a votação foi perfeitamente livres e justas e rejeitam todas as acusações de fraude.
Reformas
Entre as medidas propostas por Medvedev na quinta-feira está restabelecer as eleições para governadores, atualmente indicados pelo governo central. Ele também afirmou que, pelas novas regras, um grupo de 500 pessoas que represente mais da metade das províncias russas terá permissão para formar um partido – uma simplificação da determinação atual, segundo a qual uma legenda precisa ter pelo menos 45 mil integrantes.
Outra proposta de Medvedev é que uma candidatura presidencial se torne possível com a assinatura de 300 mil pessoas, e não de 2 milhões como atualmente. Ele também prometeu suavizar o rígido controle sobre as emissoras de TV, que terão permissão para fazer a cobertura das eleições sem interferência do governo.
Em seu último discurso anual no Parlamento, Medvedev, que deixará a presidência no ano que vem, disse que a Rússia “precisa de democracia, não de caos”. “Quero dizer que ouvi e compreendi os que falaram sobre a necessidade de mudanças”, afirmou. “Temos de dar a todos os cidadãos a oportunidade de participar da vida política.”
Com AP, EFE e AFP

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