Homens armados atacam opositores em dia de protestos no Egito
Nove ficam feridos na Praça Tahrir; oposição secular e islamistas partidários do presidente convocaram manifestações no Cairo, que prometem agravar a violência no país
Homens mascarados e armados atacaram os manifestantes da
oposição que estavam acampados na Praça Tahrir, no Cairo, nesta
terça-feira (11), dia em que apoiadores e opositores do governo se
preparam para realizar passeatas nas ruas. Segundo autoridades da
segurança do país, que não quiseram se identificar, o ataque deixou nove
feridos.
As manifestações marcadas para esta terça
prometem agravar a violência registrada no país em meio a um polêmico referendo sobre o projeto da nova Constituição
, marcado para sábado (15).
Sob pressão: Presidente do Egito anula decreto para superpoderes
Segundo testemunhas, os homens armados que agiram nesta
terça também atiraram bombas de gasolina, iniciando um pequeno
incêndio. Não ficou claro quem foram os autores do ataque contra os
opositores, que estão em Tahrir há quase três semanas.
Os manifestantes pertencem à oposição liberal, que afirma
que o projeto da Constituição restringe liberdades e dá aos islamistas
uma grande influência no controle do país.
"Os mascarados chegaram de repente e atacaram os
manifestantes na Tahrir. O ataque foi destinado a nos deter e nos
impedir de protestar hoje. Nós nos opomos a essas táticas terroristas e
vamos realizar o maior protesto possível hoje", disse John Gerges, um
cristão egípcio que se definiu como socialista.
A disputa fez com que milhares de oponentes do presidente
Mohammed Morsi tomassem as ruas em grandes protestos - os maiores
compostos por grupos seculares desde a revolta que derrubou o ditador
Hosni Mubarak
em 2011. Os partidários de Morsi responderam com populosas
manifestações de apoio, que tem provocado confrontos nas ruas e já
deixaram seis mortos e centenas de feridos.
Também em Cairo, centenas de islamistas estavam acampados
nesta terça-feira do lado de fora de um conglomerado de mídia do
Ocidente que abriga canais de TV independentes, que criticam Morsi e a
Irmandade Muçulmana. Os islamistas ameaçaram invadir o complexo.
A oposição ainda tem que decidir se vai fazer campanha
para que a população vote "não" ou se vai boicotar o referendo - o que
alguns veem como reflexo das divisões dentro da oposição. Os grupos
opositores são liderados pelo vencedor do Prêmio Nobel da Paz Mohamed
ElBaradei, ex-chanceler egípcio Amr Moussa e o político da esquerda
Hamdeen Sabahi.
Divisões na oposição apareceram pela primeira vez no fim
de semana passado, quando uma de suas principais figuras, o político
veterano Ayman Nour, aceitou o convite de Morsi para participar de uma
reunião para um "diálogo nacional". Na segunda-feira, outra figura chave
da oposição, El-Sayed Badawi, do partido Wafd, se encontrou com Morsi
no palácio presidencial.
A oposição diz que não vai conversar com Morsi
até que ele engavete o projeto de Constituição e adie o referendo.
Antecipando os confrontos que podem ocorrer até o dia do referendo, Morsi ampliou na segunda-feira (10) os poderes do Exército
, e deu aos soldados poderes policiais temporários, que inclui, por exemplo, efetuar a prisão de civis.
Com AP, Reuters e BBC
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