UND: É como falei em um post aqui hoje, sobre expectativas em demasia. Pois é muita espectativa para tirar o dragão revoltado do fogo esperando pelo alívio da chuva,onde só se vê raios e trovões.
Alegria de gregos dura pouco.
Fracassa primeira tentativa de formar governo na Grécia
Partido com mais votos falha em montar coalizão, levantando possibilidade de nova eleição e pondo em dúvida capacidade do país de impedir falência
Antonis Samaras, líder do partido conservador grego que conquistou a maioria dos votos nas eleições parlamentares de domingo, disse nesta segunda-feira que seus esforços para formar um governo de coalizão com outros partidos fracassou, levantando a possibilidade de uma nova eleição no próximo mês. Samaras também afirmou que devolveu ao presidente grego, Karolos Papoulias, o mandato para formar um novo governo.
Gregos furiosos com a forma como os dois principais partidos lidaram com a crise financeira que deixou o país dependente de resgates internacionais - que provocaram cortes de salários, deixaram a taxa de desemprego em um dos maiores níveis da Europa e provocaram uma série de suicídios - negaram a maioria do Parlamento ao conservador Nova Democracia, de Samaras, e ao socialista Pasok, votando em vez disso em partidos menores, às vezes extremistas, na esquerda e na direita.
Resultado: Coalizão de governo da Grécia perde maioria no Parlamento Radicalismo: Pela 1ª vez, partido ultranacionalista deve ter representação no Parlamento
"Tentei encontrar uma solução para um governo de salvação nacional com dois objetivos: para que o país continue no euro e para mudar a política de resgate por meio de negociação", disse Samaras em um discurso televisionado.
"Fizemos todo o possível... levamos nossa proposta para todos os partidos que poderiam ter participado em tal esforço, mas ou eles rejeitaram sua participação de imediato ou impuseram uma condição para outros que, entretanto, a rejeitaram", relatou.
Samaras enfrentou uma série de repulsas de outros líderes que se beneficiaram do terremoto eleitoral, provocando temores em toda a zona do euro por se oporem à austeridade. O Nova Democracia e o Pasok foram devastados na eleição por terem imposto privações econômicas em troca do resgate da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) para evitar um calote da dívida soberana.
O mandato para a formação do governo foi repassado agora para Alexis Tsipras, o chefe de 38 anos do Partido da Coalizão de Esquerda Radical, que ficou em segundo na votação de domingo. Tsipras terá três dias para tentar formar uma coalizão.
Antes, ele rejeitou sarcasticamente a oferta de aderir a um governo de unidade com Samaras. "Não deixaremos entrar pela janela o que o povo grego chutou pela porta", disse, acrescentando que o resgate "não trouxe a salvação, mas causou tragédia".
Mesmo antes da rejeição de Tsipras, Fotis Kouvelis, líder do moderado Partido de Esquerda Democrata, que tinha sido visto como um possível aliado maleável para Samaras, disse à Reuters que não cooperará com o Nova Democracia e o Pasok, e sim apenas com grupos de esquerda.
Tsipras disse que tentará criar um governo de esquerda, embora ele não tenha, aparentemente, a quantidade necessária de votos para isso.
Se as negociações fracassarem, o partido que ficou em terceiro, o Pasok do ex-ministro de Finanças Evangelos Venizelos, receberá a incumbência por mais três dias. Em face do que parece ser um impasse insolúvel, uma outra eleição em poucas semanas poderia ser a única saída, aprofundando as dúvidas sobre o futuro da Grécia.
Autoridades do Ministério das Finanças da Grécia disseram à Reuters que o país poderá ficar sem dinheiro até o final de junho se não houver nenhum governo para negociar a nova parcela de ajuda com a UE e o FMI.
Analistas expressaram profundas preocupações sobre o destino da Grécia, com o Citigroup dizendo que as chances de uma saída da zona do euro subiram para entre 50% e 75% ante previsão anterior de 50%.
"Parece que a eleição não apenas complicou como aumentou significativamente (as preocupações) no cenário de curto prazo na Grécia", disse Gillian Edgeworth, do UniCredit. Ela disse que convocar novas eleições significaria, pelo menos, seis semanas de incerteza.
Parlamento fragmentado
Com a contagem dos votos de domingo completa, o Novo Democracia e o Pasok ganharam pouco mais de 32% dos votos e apenas 149 dos 300 assentos do Parlamento. O Pasok venceu com grande vantagem a última eleição, em 2009, com 44%.
Esse Parlamento da Grécia será o mais fragmentado em décadas e o único caminho para uma coalizão viável parece ser ser uma revisão das regras do resgate, algo que os credores e os países do norte da Europa rejeitam firmemente.
"Ou eles aderem ao programa e recebem o financiamento dos Estados-membros ou darão calote", afirmou uma fonte sênior da zona do euro à Reuters. "Eles devem continuar com as medidas com as quais se comprometeram nos programas", disse o ministro das Finanças da Suécia, Anders Borg.
O tempo é curto para a Grécia, que deve dar a aprovação parlamentar no próximo mês para mais de 11 bilhões de euros em cortes extras de gastos para 2013 e 2014, em troca de mais ajuda para se manter solvente.
*Com AP e Reuters
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