Obs-UND: Está começando no meu entender, um processo curioso de desmonte de alguns estados na África, parecendo ser um ensaio para planos mais ousados,porém muito nebulosos para podermos entender.
Agora a notícia de que Tuaregues que habitam o norte do Mali país africano, querem sua independência,o que de fato é rejeitado pela UA.
São precedentes perigosos que estão surgindo, na África onde o caso mais recente, fora o do Sudão ( que foi o maior país em extensão territorial da África ) e agora deu lugar a dois paises Sudão norte ( majoritariamente árabe e muçulmano e o Sul do Sudão ( de maioria populacional de origem negra e que professam crenças cristãs e animistas ). Os dois estados estão as turras por diversas questões pendentes do acordo de paz de 2005, que encerrou 20 anos de guerra civil no Sudão, envolvendo forças sudanesas contra rebeldes separatistas do ELPS-Exército de Libertação do Povo do Sudão,matando milhares de pessoas neste período. O Acordo de Paz entre governo e rebeldes sudaneses, abriu espaço para a criação de um novo país e plebiscito no ano passado, respaldado pelos principais organismos internacionais, onde o povo do sul do Sudão decidiu pela separação da região em relação a Cartum, capital do Sudão. O Novo país, com capital em Juba,tem grandes reservas de petróleo o que vem despertando interesses de grandes potências mundiais com relação a região, principalmente a China, ávida por recursos energéticos para garantir seu desempenho econômico pujante.
Uma serie de questões mal resolvidas por este acordo entre norte e sul sudaneses, está levando os dois países a beira de uma nova guerra ,que se for adiante, poderá ter sérias implicações regionais, segundo analistas em questões internacionais.
Além do Sudão, estamos vendo um verdadeiro desmoronamento físico de nações africanas que surgiram com suas fronteiras atuais, no pós Segunda Guerra,seguindo os ditames das grandes potencias que não levaram em conta questões étnicas e religiosas dos povos africanos. Verdadeiros estados artificiais criaram na África, que ao longo de décadas de exploração por grupos estrangeiros, ainda não conseguiram se desvencilhar desta dominação nefasta, que leva milhões a uma situação de miséria e fome absoluta, onde seus governantes só governam por si, deixando o povo jogado a própria sorte.
Estamos prestes a ver à África ser acometida por novas revoluções armadas que podem sem dúvidas forçar a um novo redimensionamento de suas fronteiras.
Novas nações que nascerão falidas, continuando a ser um ambiente fértil a manipulações de todos os tipos, desde seu povo refém do sistema, até o sequestro de riquezas via acordos obscuros, entre grupos que querem deter estas riquezas que são por direito dos africanos. A pilhagem continua e manter este ambiente duradouro de pré-caos e a espreita dos rigores do controle, parecem ser a sina a que querem que os povos africanos se submetam.
Até quando veremos tanto descaso com à África?
Texto- Daniel Lucas-UND
Mali hoje,país localizado no noroeste da África está dividido em duas áreas distintas, pais se esfacela na esteira de um mal sucedido Golpe Militar nos últimos dias.
ADIS ABEBA, 6 Abr 2012 (AFP) -A União Africana (UA) anunciou nesta sexta-feira que "rejeita totalmente a pretensa declaração 'de independência'" do Norte do Mali, proclamada pelos rebeldes tuaregues do Movimento Nacional pela Liberação de Azawad (MNLA).
O presidente da Comissão da UA, Jean Ping, informou em um comunicado que condena "com firmeza este anúncio, que é nulo e sem qualquer valor". Também pede à comunidade internacional apoio a esta posição de princípio da África.
O presidente da Comissão da UA, Jean Ping, informou em um comunicado que condena "com firmeza este anúncio, que é nulo e sem qualquer valor". Também pede à comunidade internacional apoio a esta posição de princípio da África.
Al-Qaeda ganha espaço no Mali dividido após golpe de Estado
Aliança de grupos tuaregues com terroristas no norte da África preocupa Ocidente
Mari Mertens,
do “El País”
Publicado:
Atualizado:
MADRI — Os golpistas do Mali assistem, assombrados, ao desmoronamento do país. Desde o levante militar de 22 de março, os acontecimentos se precipitaram: islamistas radicais instauraram a sharia, a lei islâmica, nas cidades "libertadas" no desértico norte — entre elas a simbólica e, até pouco tempo, turística Timbuktu —, os países vizinhos impuseram um embargo draconiano que asfixia a economia, mais de 200 mil pessoas abandonaram seus lares por causa da fome e da violência e, além disso, o Mali encontra-se dividido em dois.
O objetivo dos salafistas, muçulmanos radicais que controlam ao menos duas das principais cidades do norte, Timbuktu e Kidal, é impor a lei islâmica em Mali.
— No entanto, o que mais preocupa é a relação direta que os salafistas têm com a al-Qaeda — alertou o pesquisador Philippe Hugon, do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas (Iris), em Paris. Hugon, especialista em África, ressaltou, por telefone, que as relações entre determinados tuaregues (grupo étnico que vive no sul do Mali) e terroristas "não são apenas ideológicas": alguns "homens azuis" se beneficiaram por anos do negócio lucrativo do tráfico de drogas, armas e pessoas que a al-Qaeda comanda no Saara e no Sahel.
Três dos principais chefes da rede terrorista no Magreb islâmico — Abou Zeid, Mokhtar Belmokhtar e Tahya Abou al-Hammam — reuniram-se em Timbuktu com o líder do grupo salafista e tuaregue Ansar el-Din , que tomou a cidade na segunda-feira, segundo a Agência France Presse. A maior parte dos 13 sequestros de ocidentais no Sahel foram comandadas por esses líderes.
O ministro de Relações Exteriores francês, Alain Juppé, chamou a atenção, em uma entrevista na terça-feira, para as relações entre os salafistas e a al-Qaeda, e alertou para a possibilidade de que alguns rebeldes queiram "fundar uma república islâmica no território do Mali".
O pesquisador francês Philippe Hugon acrescenta que os jihadistas podem facilmente recrutar novos combatentes:
— A al-Qaeda se cerca de jovens desempregados e marginalizados dentro e fora de Mali. Não precisa fazer mais do que dá-los uma arma. Assim, consegue afirmar-se no território.
Os tuaregues mais moderados, no entanto, desmentem que Timbuktu esteja sob controle salafista.
— Junto com Ansar el-Din entraram barões da droga na cidade, mas não sabemos que intenções eles têm. Portanto, somos nós que controlamos Timbuktu — assegura o porta-voz do Movimento Nacional pela Libertação do Azawad (MNLA), Moussa Ag Assarid.
Moderados e radicais uniram-se "por motivos estratégicos" contra o governo do Mali e conseguiram controlar toda a região de Azawad, no norte do país, conhecida como o berço dos nômades.
— Agora falta apenas assegurar nosso poder e criar a República Islâmica do Azawad — orgulha-se Ag Assarid.
Os tuaregues pegaram nas armas em 17 de janeiro e, desde então, colocaram em xeque o Exército. Melhor equipados do que nas rebeliões anteriores, graças à colaboração de ex-combatentes do falecido ditador líbio Muammar Kadafi, os tuaregues fizeram frente aos soldados no Mali, escasso em armamento e provisões.
Foi exatamente o mal-estar dos militares diante da derrota no norte do país que provocou o golpe de Estado de 22 de março. Porém, mesmo com os golpistas no poder, os tuaregues conquistaram vitórias inéditas. Antes da debandada do Exército, em menos de uma semana os rebeldes tomaram as cidades mais importantes do norte.
— A junta está perdendo tanto poder real como popularidade — explica uma especialista em África do centro de estudos europeu FRIDE, Cristina Barrios. — A população está se dando conta de que os golpistas não conseguiram estabilizar o país.
Os golpistas, além de tudo, são rejeitados pela maioria dos partidos políticos e carecem de apoio exterior.
Apesar das pressões externas e internas, a junta militar não mostra sinais de abandonar o poder. Na terça-feira, os golpistas anunciaram que o presidente deposto, Amadou Toumani Touré, será julgado por alta traição e corrupção.
Fonte:
http://oglobo.globo.com
O objetivo dos salafistas, muçulmanos radicais que controlam ao menos duas das principais cidades do norte, Timbuktu e Kidal, é impor a lei islâmica em Mali.
— No entanto, o que mais preocupa é a relação direta que os salafistas têm com a al-Qaeda — alertou o pesquisador Philippe Hugon, do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas (Iris), em Paris. Hugon, especialista em África, ressaltou, por telefone, que as relações entre determinados tuaregues (grupo étnico que vive no sul do Mali) e terroristas "não são apenas ideológicas": alguns "homens azuis" se beneficiaram por anos do negócio lucrativo do tráfico de drogas, armas e pessoas que a al-Qaeda comanda no Saara e no Sahel.
Três dos principais chefes da rede terrorista no Magreb islâmico — Abou Zeid, Mokhtar Belmokhtar e Tahya Abou al-Hammam — reuniram-se em Timbuktu com o líder do grupo salafista e tuaregue Ansar el-Din , que tomou a cidade na segunda-feira, segundo a Agência France Presse. A maior parte dos 13 sequestros de ocidentais no Sahel foram comandadas por esses líderes.
O ministro de Relações Exteriores francês, Alain Juppé, chamou a atenção, em uma entrevista na terça-feira, para as relações entre os salafistas e a al-Qaeda, e alertou para a possibilidade de que alguns rebeldes queiram "fundar uma república islâmica no território do Mali".
O pesquisador francês Philippe Hugon acrescenta que os jihadistas podem facilmente recrutar novos combatentes:
— A al-Qaeda se cerca de jovens desempregados e marginalizados dentro e fora de Mali. Não precisa fazer mais do que dá-los uma arma. Assim, consegue afirmar-se no território.
Os tuaregues mais moderados, no entanto, desmentem que Timbuktu esteja sob controle salafista.
— Junto com Ansar el-Din entraram barões da droga na cidade, mas não sabemos que intenções eles têm. Portanto, somos nós que controlamos Timbuktu — assegura o porta-voz do Movimento Nacional pela Libertação do Azawad (MNLA), Moussa Ag Assarid.
Moderados e radicais uniram-se "por motivos estratégicos" contra o governo do Mali e conseguiram controlar toda a região de Azawad, no norte do país, conhecida como o berço dos nômades.
— Agora falta apenas assegurar nosso poder e criar a República Islâmica do Azawad — orgulha-se Ag Assarid.
Os tuaregues pegaram nas armas em 17 de janeiro e, desde então, colocaram em xeque o Exército. Melhor equipados do que nas rebeliões anteriores, graças à colaboração de ex-combatentes do falecido ditador líbio Muammar Kadafi, os tuaregues fizeram frente aos soldados no Mali, escasso em armamento e provisões.
Foi exatamente o mal-estar dos militares diante da derrota no norte do país que provocou o golpe de Estado de 22 de março. Porém, mesmo com os golpistas no poder, os tuaregues conquistaram vitórias inéditas. Antes da debandada do Exército, em menos de uma semana os rebeldes tomaram as cidades mais importantes do norte.
— A junta está perdendo tanto poder real como popularidade — explica uma especialista em África do centro de estudos europeu FRIDE, Cristina Barrios. — A população está se dando conta de que os golpistas não conseguiram estabilizar o país.
Os golpistas, além de tudo, são rejeitados pela maioria dos partidos políticos e carecem de apoio exterior.
Apesar das pressões externas e internas, a junta militar não mostra sinais de abandonar o poder. Na terça-feira, os golpistas anunciaram que o presidente deposto, Amadou Toumani Touré, será julgado por alta traição e corrupção.
Fonte:
http://oglobo.globo.com
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