Presidente do Sudão diz que negociação sobre Heglig, área disputada pelos dois países, será com 'fuzis e balas'
O governo do Sudão do Sul denunciou nesta segunda-feira novos bombardeios do Exército sudanês em Heglig, área rica em petróleo localizada na fronteira e alvo de disputas entre os dois países. A região foi palco de combates violentos nas duas últimas semanas e a esperança por um acordo havia aumentado na sexta-feira, quando o Sudão do Sul anunciou a retirada de suas tropas do local.
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De acordo com o governo do país, os bombardeios tiveram como alvo um mercado e um campo de petróleo e deixaram ao menos dois mortos. As forças do Sudão também teriam invadido o território do país vizinhi com tanques e artilharia pesada. “Atendemos aos apelos para deixar Heglig, mas continuam nos bombardeando”, disse o diretor-adjunto dos serviços secretos do Sul, Mac Paul.
A comunidade internacional fez vários apelos por diálogo, mas nesta segunda-feira o presidente do Sudão, Omar al-Bashir, ordenou que a ação militar garanta a retirada de todos os soldados do país vizinho de seu território. “Não se negocia com essa gente”, afirmou. “Com eles, negociamos com fuzis e balas.”
Nesta segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um apelo pelo fim da violência e pela retomada de negociações. A França também condenou o bombardeio e convocou os dois governos a respeitar os civis.
As tropas do Sudão do Sul, que conquistou sua independência em julho passado, invadiram a região de Heglig em 10 de abril. Por causa do conflito, a produção de petróleo na região foi suspensa, enfraquecendo ainda mais a economia sudanesa, em crise desde a divisão do país, que deixou três quartos das reservas no Sul.
Um depósito e oito geradores foram destruídos por um incêndio e o petróleo se espalhou pelo local administrado pelo consórcio majoritariamente chinês Greater Nile Petroleum Operating Compay (GNPOC), indicou a agência France Presse.
Os combates também provocaram a fuga de cerca de 5 mil habitantes de Heglig e das cidades vizinhas, segundo um informe das autoridades sudanesas citado pela ONU.
Com AP e AFP
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