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ISDA
ISDA. Diz algo este acrónimo?
Nada, eh? Pois.
Os nossos jornais não têm tempo para certos assuntos. Há as aventuras dos políticos locais, as grandes decisões no parlamento, o futebol e o último filme de Cameron ou Spielberg. Sem esquecer a dívida pública. Ahiahiahiahi, a dívida pública...
Assim ninguém fala do ISDA. Pena, porque é por aqui que passam as verdadeiras decisões, aquelas que determinam o nosso presente e o nosso futuro.
ISDA significa International Swap and Derivatives Association. Ops, que nome complicado. Simplificando: é a mais importante associação que trata de derivativos. Dito assim não parece grande coisa. Mas acreditem: é muito mais do que isso.
"Quanto" importante é a ISDA?
Para percebe-lo, melhor seguir as palavras de Joseph Stieglitz, Prémio Nobel da Economia.
Num artigo publicado no passado mês de Fevereiro no jornal da Columbia University, onde o nosso ensina, Stieglitz explica que o BCE (Banco Central Europeu), por exemplo, não decide absolutamente nada: limita-se a seguir as ordens da ISDA.
Exagerado? Talvez. Ou talvez não.
Stieglitz, tanto para entender, não é pessoa que precise de dinheiro ou de notoriedade. Está bem assim como está, com a reforma já assegurada. Stieglitz limita-se a descrever uma situação tal como ela é. Uma situação que, pensando bem, ajuda a entender outras situações.
Não estamos a falar duma organização clandestina, com homens encapuçados e missas negras. A ISDA é uma legítima organização composta por profissionais com gravata e Blackbarry.
Segundo Stieglitz, são eles que decidem o destino da Grécia, são eles que decidem como o BCE deve tratar das finanças europeias (e não só).
Em boa verdade não é uma revelação estrondosa: já tínhamos percebido que atrás das organizações oficiais havia bem outros cérebros. Só que agora temos um acrónimo e alguns nomes. O que é bem melhor.
Como afirma Stieglitz:
E mais: comprovado. Após esta "revelação" no princípio de Fevereiro, no dia 27 do mesmo mês apareceu no sitio da ISDA um comunicado de imprensa que esclarece qual a posição da Alemanha. Que assim, tão "patroa" não é: mais parece um contabilista ao serviço da ISDA.
Portanto, eis os nomes do Conselho de Administração da ISDA: Não falta ninguém: todos os principais bancos são lindamente representados. A ISDA é também presente em todos os continentes: ninguém escapa.
A propósito: neste link é possível consultar a lista dos membros da ISDA, isso é, os associados. Atenção, é um documento em formato Pdf.
Além dos nomes do costume (Goldmans Sachs, JP Morgan, Deutsche Bank, etc., já representados no Conselho da Administração), do mundo lusófono temos também: Banco BPI (Pt) Banco Bradesco (Br) Banco Comercial Português (Pt) Banco Espírito Santo (Pt) Banco Itaú (Br) Caixa Montepio Geral (Pt) Instituto de Gestão de Crédito Público (Pt) Mattos Filhos Advogados (Br) Pinheiro Neto Advogados (Br)
A ISDA, tanto para não esquecer, gere um mercado (o dos derivativos) de 450 triliões de Dólares, cerca de 10 vezes o Produto Interno Bruto mundial. Deste montante, 350 triliões pertencem a apenas 14 sociedades. Mais uma vez, simplifiquemos: a ISDA gere a maior riqueza (teórica) alguma vez aparecida no planeta. Isso significa que é uma verdadeira máquina de guerra, capaz de desafiar tranquilamente governos.
Como passatempo, sugiro ao Leitor investigar algumas das empresas representadas no Concelho de Administração, tanto para perceber que acima deste nível há outro também. O Leitor mais antigo, pelo contrário, já sabe: o nível seguinte têm famílias cujos nomes começam por "R"...
Resumindo: não há verdadeiras novidades.
Ipse dixit.
Fonte: Libero Pensiero, ISDA
Nada, eh? Pois.
Os nossos jornais não têm tempo para certos assuntos. Há as aventuras dos políticos locais, as grandes decisões no parlamento, o futebol e o último filme de Cameron ou Spielberg. Sem esquecer a dívida pública. Ahiahiahiahi, a dívida pública...
Assim ninguém fala do ISDA. Pena, porque é por aqui que passam as verdadeiras decisões, aquelas que determinam o nosso presente e o nosso futuro.
ISDA significa International Swap and Derivatives Association. Ops, que nome complicado. Simplificando: é a mais importante associação que trata de derivativos. Dito assim não parece grande coisa. Mas acreditem: é muito mais do que isso.
"Quanto" importante é a ISDA?
Para percebe-lo, melhor seguir as palavras de Joseph Stieglitz, Prémio Nobel da Economia.
Num artigo publicado no passado mês de Fevereiro no jornal da Columbia University, onde o nosso ensina, Stieglitz explica que o BCE (Banco Central Europeu), por exemplo, não decide absolutamente nada: limita-se a seguir as ordens da ISDA.
Exagerado? Talvez. Ou talvez não.
Stieglitz, tanto para entender, não é pessoa que precise de dinheiro ou de notoriedade. Está bem assim como está, com a reforma já assegurada. Stieglitz limita-se a descrever uma situação tal como ela é. Uma situação que, pensando bem, ajuda a entender outras situações.
Não estamos a falar duma organização clandestina, com homens encapuçados e missas negras. A ISDA é uma legítima organização composta por profissionais com gravata e Blackbarry.
Segundo Stieglitz, são eles que decidem o destino da Grécia, são eles que decidem como o BCE deve tratar das finanças europeias (e não só).
Em boa verdade não é uma revelação estrondosa: já tínhamos percebido que atrás das organizações oficiais havia bem outros cérebros. Só que agora temos um acrónimo e alguns nomes. O que é bem melhor.
Como afirma Stieglitz:
A ISDA irá anunciar formalmente no site dela, no prazo de poucos dias, qual a posição da Europa em relação à Grécia. São uma associação de industriais, não de clandestinos. São orgulhosos de estar no topo das operações. Quando falam ou escrevem, no prazo máximo de 48horas falam a Merkel e Sarkozy.Bastante claro.
E mais: comprovado. Após esta "revelação" no princípio de Fevereiro, no dia 27 do mesmo mês apareceu no sitio da ISDA um comunicado de imprensa que esclarece qual a posição da Alemanha. Que assim, tão "patroa" não é: mais parece um contabilista ao serviço da ISDA.
Portanto, eis os nomes do Conselho de Administração da ISDA:
- Stephen O’Connor Morgan Stanley
- Michele Faissola Managing Director Deutsche Bank
- Gay Huey Evans Consultant Executive ISDA
- Diane Genova Tesoureiro JPMorgan Chase & Co.
- Guillaume Amblard Global Head Fixed Income Trading BNP Paribas
- Brian Archer Managing Director Global Head Trading Citi
- Martin Chavez Managing director Goldman Sachs & co.
- Bill De Leon Global head of Portfolio risk management PIMCO
- Thibaut De Roux Global head of structured derivatives HSBC bank
- Nitin Gulabani Global head of Rates Standard Chartered Bank
- George Handjinicolauou Deputy Chief Executive Officer ISDA
- Harry Harrison Head Rates trading Barclays Capital
- Alan Haywood Head Commercial Development BP p.l.c.
- Peter Healey Fixed Income Currency, Gold & Silver UBS AG
- Jonathan Hunter Managing Director Fixed Income RBC Capital Markets
- Jeroen Krens Managing director risk trading RBC market & Capital
- T.J.LIM Global Co-Head of Markets Unicredit
- Eric Litvack Chief Operating Global Equity Flow Societè Generale
- Ted MacDonald Managing Director of Shaw The D.E. Shaw Group
- Yutaka Nakajima Senior Managing Director Nomura Securities
- Robert Pickel Chief Eexecutive Officer ISDA
- Gerard Sheebacher Head Global Rates, Foreign Exchange and Structured Credit Trading Bank of America, Merryl Lynch
- Yasushiro Shibata Head Fixed Income Group Mizuho Securities
- Eraj Shirvani Managing Director Head Fixed income Credit Suisse
- Stuart Spodek Managing Director Black Rock Investment
- Emmanuel Vercoustre Head of AXA Bank Europe AXA Bank of Europe
- Lili Wang Executive Director and Senior e Vice-President ICBC Ltd
A propósito: neste link é possível consultar a lista dos membros da ISDA, isso é, os associados. Atenção, é um documento em formato Pdf.
Além dos nomes do costume (Goldmans Sachs, JP Morgan, Deutsche Bank, etc., já representados no Conselho da Administração), do mundo lusófono temos também:
A ISDA, tanto para não esquecer, gere um mercado (o dos derivativos) de 450 triliões de Dólares, cerca de 10 vezes o Produto Interno Bruto mundial. Deste montante, 350 triliões pertencem a apenas 14 sociedades.
Como passatempo, sugiro ao Leitor investigar algumas das empresas representadas no Concelho de Administração, tanto para perceber que acima deste nível há outro também.
Resumindo: não há verdadeiras novidades.
Peço só um favor: não digam nada aos jornais, não queremos provocar um trauma nos que passam o dia a traduzir as notícias das agências de imprensa, não é?
Ipse dixit.
Fonte: Libero Pensiero, ISDA
Visitem também: Informação Incorrecta
Que nome mais sem graça para um blog,informações incorreta,este não vai longe não,pois se as informações são incorretas porra,não adianta ler.kkkkkkkkkkk.
ResponderExcluirAnônimo, os muitos são os gênios do óbvio e da falta de ironia e humor.
ResponderExcluirQuanto ao post, é isso mesmo, antes de correr atrás de informações percebi como ficaram claras que todos os governos e boa parte da mídia são testa de ferros de algo mais perene. A tão falada crise essa representividade e o velha luta de classes e interesses que surge de seres multifacetados como nós.
Anônimo, os muitos são os gênios do óbvio e da falta de ironia e humor.
ResponderExcluirQuanto ao post, é isso mesmo, antes de correr atrás de informações percebi como ficaram claras que todos os governos e boa parte da mídia são testa de ferros de algo mais perene. A tão falada crise essa representividade e o velha luta de classes e interesses que surge de seres multifacetados como nós.