Forças de segurança mantêm pelo 5º dia ofensiva que matou centenas, enquanto Rússia pede apoio árabe e do Ocidente a seus esforços diplomáticos
Um dia após um encontro em Damasco que o presidente Bashar al-Assad prometeu pôr fim à violência, o chanceler russo, Serguei Lavrov, anunciou nesta quarta-feira que o vice-presidente sírio procuraria abrir negociações com forças da oposição no país, e conclamou os líderes árabes e do Ocidente a apoiar tais esforços.
O pedido foi feito enquanto as forças de segurança da Síria retomaram a ofensiva na cidade de Homs, no quinto dia de uma brutal operação que deixou centenas de mortos. De acordo com testemunhas ouvidas pela rede britânica BBC, os ataques são os mais intensos registrados na cidade desde o início da revolta contra o president Assad, há quase 11 meses.
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Por sua parte, o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, pediu que aqueles que estão de fora da crise permitam que os sírios tomem suas próprias decisões sem uma intervenção estrangeira. "Devemos dar às pessoas uma chance de tomar decisões sobre seu destino de forma independente. Também devemos ajudar, aconselhar, impor limites para que as partes em conflito não tenham a chance de usar armas, mas, em nenhum caso, interferir."
Relembrando a situação da Líbia, onde uma ofensiva ocidental ajudou a oposição a destituir o regime com a morte de Muamar Kadafi em 20 de outubro, Putin disse que o país ainda é palco de crimes resultantes de uma "intervenção militar", mas que ninguém mais fala deles. A intervenção na Líbia, que foi permitida por uma resolução da ONU, foi uma das justificativas oficiais que Moscou usou para vetar juntamente com a China no sábado uma resolução sobre Síria no Conselho de Segurança.
Com o argumento da não intervenção externa, a Rússia também criticou nesta quarta-feira os países que limitaram seus laços diplomáticos com Damasco. Na terça-feira, os países-membros do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) anunciaram a expulsão dos embaixadores da Síria de seus territórios e também a convocação de seus diplomatas na Síria.
A decisão foi tomada um dia depois de o governo dos Estados Unidos fechar sua embaixada no país. Reino Unido, Itália, França e a Espanha decidiram convocar seus embaixadores em Damasco.
Violência
Mas as medidas de pressão externas e a intermediação da Rússia no conflito parecem não ter um efeito imediato no conflito. Moradores de Homs disseram que os ataques com morteiros e foguetes são indiscriminados em locais como Baba Amr, bairro da cidade que teria passado para o controle de desertores do Exército e onde as forças de segurança concentram sua atuação.
"Qualquer casa em Baba Amr é alvo. Você precisa ter sorte para sobreviver. Você precisa ter sorte para seguir vivendo", disse o residente identificado apenas como Omar. "A casa ao lado da minha foi atingida. Um bebê...a cabeça dela explodiu por causa da pressão dos foguetes."
Há relatos de que 18 bebês prematuros teriam morrido nesta quarta-feira, depois de um hospital ficar sem eletricidade e as incubadoras serem desligadas. Manifestantes afirmam que bombardeios deixaram mais de 40 mortos em Homs, atingindo também outas cidades como Zabadani e Hama.
As informações não foram confirmadas de forma independente porque a Síria impõe fortes restrição ao trabalho da imprensa internacional. O número de mortos no conflito entre o governo e manifestantes varia de acordo com diferentes contagens. Grupos de direitos humanos dizem que 7 mil foram mortos por tropas do governo desde março. O governo afirma que 2 mil integrantes das suas forças de segurança foram assassinados por ativistas.
Foto: AP
Chanceler russo, Serguei Lavrov, reúne-se com o presidente da Síria, Bashar al-Assad no palácio presidencial em Damasco (07/02)
A ONU interrompeu a contagem de mortos que fazia, afirmando que é impossível averiguar dados com independência. O último dado divulgado pelas Nações Unidas, no mês passado, é de que 5,4 mil teriam morrido.
Visita russa
Após sua visita a Damasco, o chanceler russo disse na terça-feira que a Síria quer que a missão de observadores da Liga Árabe continue a atuar no país e seja ampliada para monitorar a aplicação de um plano de paz da organização árabe.
A missão de observadores entrou no país em 26 de dezembro para monitorar a implementação do acordo, que prevê a retirada das forças de segurança das cidades onde há manifestações antigovernamentais, libertação de presos políticos e início de conversações com dissidentes.
O mandato dos monitores expirou em 19 de janeiro, mas, apesar de seus trabalhos terem sido estendidos pela Liga Árabe por um mês no dia 22, a missão perdeu sua força após o CCG, bloco que reúne Arábia Saudita, Kuwait, Catar, Bahrein, Omã e Emirados Árabes, ter decidido dois dias depois retirar seus integrantes.
Posteriormente, a Liga Árabe também propôs um novo acordo prevendo a renúncia de Assad e a criação de um governo de unidade nacional dentro de dois meses. A proposta foi rejeitada por Damasco.
Também segundo o chanceler russo, Assad anunciará em breve a data de um referendo sobre a nova Constituição do país, que já foi concluída. O presidente do país árabe havia anunciado em 10 de janeiro que a consulta popular seria realizada no início de março.
Com BBC, AP, Reuters, EFE e AFP
Todo dia a mesma coisa, a Síria não vai se estabilizar mais, faz parte dos planos deixar o país derrotado se preciso sem intervenção direta pra depois ir pra cima do Irã, a Russia está preocupada com seus interesses financeiros e militares na Síria se perder ali já era sua influência no Oriente médio, mas vai ter guerra que é questão de tempo, quando começar vai ser fogo pra todo lado.
ResponderExcluirEu agora só espero os acontecimentos, pra mim depois de tudo que já venho lendo e tanta coisa que ouvi, já vi e li não me resta duvidas de que algo muito sério ira acontecer (aliás já está acontecendo). Por enquanto ainda debaixo dos panos mas em breve ficará a vista diante de todos nós, e aí veremos quem terá a força pra sobreviver a tudo isso sem sucumbir ao desespero.
Estes momentos que estamos vivendo são momentos de preparação, as pessoas não deveriam estar reclamando e dizendo que ainda não aconteceu que falaram que ia acontecer e não acontece, deveriam estar sim se preparando e aproveitando estes momentos de "tranquilidade", pois muitos que reclamam que ainda não aconteceu, quando verem acontecer de verdade vão sucumbir em desespero e medo.
Já tem muito tempo que estamos vendo os sinais de algo sério e importante pra acontecer agora é momento de união pregar a paz, o amor e que venha a guerra, crise econômica e redução populacional basta ter firmeza e força pra lutar e sobreviver ao que vier, mas se morrer que seja com dignidade e humildade ciente de que fez o bem e promoveu a justiça.