A agência de notícias estatal da Síria afirmou neste sábado que homens armados assassinaram um general do Exército em Damasco, no que configuraria a primeira morte de um militar de alta patente na capital síria desde o início da revolta contra Bashar al-Assad, em março.
Foto: AP
Manifestantes contra o regime carregam o corpo de um homem, que teria sido morto por ataques das forças do governo em Homs (7/2/2012)
Segundo a SANA, três homens armados abriram fogo contra o general Issa al-Khouli, enquanto ele saía de sua casa localizada no bairro de Rukn-Eddine, Damasco. Al-Khouli era médico e chefe de um hospital militar na capital. Ninguém reivindicou responsabilidade pelo assassinato.
O ataque indica que a violência na Síria atinge também a capital, que tem estado relativamente tranquila em comparação com outras cidades do país. Tais assassinatos não são incomuns fora de Damasco e outros oficiais do Exército foram assassinados no passado, a maior parte deles nas províncias de Homs e Idlib.
Autoridades dos EUA acreditam dois recentes ataques em Damasco foram executados por militantes da Al-Qaeda, e os sunistas estariam por trás do atentado de Aleppo de sexta-feira, que deixou 25 mortos.
Os oficiais citaram relatórios feitos pela inteligência americana, que sustentam a acusação de Assad que a Al-Qaeda está envolvida nos ataques contra as forças do governo sírio, segundo o jornal McClatchy, citado pela BBC.
O líder da Al-Qaeda, Ayman Zawahiri, teria autorizado o braço iraquiano do grupo a realizar operações na Síria, informaram os oficiais.
Isolamento
Um porta-voz do Ministério do Exterior sírio disse à Líbia e à Tunísia para fecharem suas embaixadas em Damasco dentro de 72 horas, depois que os dois países do norte da África anunciaram medidas similares contra a Síria.
A Líbia disse na quinta-feira que deu ao pessoal sírio em Trípoli prazo de três dias para deixar o país, e na semana passada, a Tunísia disse que tinha iniciado procedimentos para expulsar o embaixador sírio e retirar o reconhecimento da liderança síria sob Assad.
Também neste sábado, a Arábia Saudita circulou uma nova proposta de resolução sobre a Síria que condena a violência no país e demonstra seu "total apoio" ao plano da Liga Árabe - da mesma forma daquele vetado pela Rússia e China no Conselho de Segurança, e que espera votar na próxima semana durante a Assembleia Geral.
O projeto de resolução condena as violações "sistemáticas" de direitos humanos na Síria, exige que o regime de Bashar al-Assad detenha "de forma imediata" os ataques contra a população civil e pede aos grupos armados que se abstenham de recorrer à violência.
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O texto reivindica um "processo político sem exclusões" liderado pelos sírios, desenvolvido em um ambiente "livre de violência, intimidação e extremismo" e que permita ao povo sírio alcançar suas "legítimas aspirações".
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O texto reivindica um "processo político sem exclusões" liderado pelos sírios, desenvolvido em um ambiente "livre de violência, intimidação e extremismo" e que permita ao povo sírio alcançar suas "legítimas aspirações".
Sem pedir expressamente a saída do poder de Assad, demonstra seu "total apoio" à proposta da Liga Árabe de "facilitar" uma transição política a partir de um diálogo "sério" entre o regime e "todo o espectro da oposição", a fim de criar um sistema "democrático e plural". Além disso, convida o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a designar um enviado especial ao país árabe que ajude a promover uma "solução pacífica" à crise síria.
A proposta de resolução, que convida todos os Estados-membros a apoiarem os esforços da Liga Árabe, exorta as autoridades sírias a "cooperar" com sua missão de observadores, além de permitir o acesso da ajuda humanitária e a presença da imprensa internacional em todo o país.
Armas à oposição: EUA analisam riscos de envolvimento maior em conflito na Síria
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Fontes diplomáticas do Conselho detalharam que haverá uma reunião na manhã de segunda-feira na Assembleia Geral para discutir o caso da Síria.
Na Assembleia Geral da ONU não existe o veto, mas suas resoluções não têm força legal, diferente daquelas tomadas pelo Conselho de Segurança.
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Violência
Um residente da cidade sitiada de Homs pediu ao regime do presidente Bashar al-Assad que tenha misericórdia pelas vítimas inocentes. "Nós só queremos que Assad nos dê permissão para sair com os bebês feridos - eles são só bebês", disse o ativista Omar, segundo a rede americana CNN.
"Eles têm que deixar essa região para receber bom tratamento... Ele não nos deixa nem salvar e tratar nossos bebês."
Ao menos seis pessoas foram mortas neste sábado de manhã em Homs, segundo os Comitês de Coordenação Local da Síria, um grupo de oposição que organiza e registra os protestos.
Foto: AP
Manifestantes queimam bandeira russa e retrato de presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad emm Homs, na Síria
Grupos da oposição afirmam que centenas morreram em Homs na última semana durante uma ofensiva do governo sírio para eliminar a oposição através de ataques indiscriminados. "Hoje é o sétimo dia que temos estado sob tiros - e bombardeios que não param", disse Omar. Ele afirmou que as forças do governo cercaram a área com centenas de soldados e dezenas de tanques - "não tanques normais. Tanques grandes. Tanques russos."
As tropas sírias vem tentando recuperar o controle de regiões de Homs desde o último sábado, quando começaram uma forte ofensiva contra os redutos rebeldes.
Ativistas de oposição dizem que o distrito de Baba Amr - centro de protestos contra o governo - foi atingido por morteiros neste sábado que deixaram ao menos 15 mortos, segundo ativistas dos Comitês de Coordenação Local. Outro grupo, o Observatório Sírio de Direitos Humanos informou que ao menos quatro morreram no ataque. Francoatiradores miram nos alvos a partir dos telhados das casas no distrito.
A ONU estima que 5,4 mil foram mortos na Síria desde março, quando começou a revolta, inspirada em outros movimentos da Primavera Árabe. Mas esse número só vai até janeiro, quando a ONU parou de fazer sua contagem, pois o caos no país tornou impossível a confirmação desses dados.
O regime de Assad afirma que grupos terroristas em uma conspiração internacional para desestabilizar o país estão por trás da revolta, e não pessoas comuns buscando mudanças. O governo sírio registra que 2 mil soldados e policiais foram assassinados por terroristas desde março.
IG Com EFE, AP e BBC
Ai foi uma baita de uma maldade muito grande, porque médico procura salvar vidas e não causar morte, talves ele tenha saido de casa fardado, quando os médicos a maioria saem de casa de jaleco branco ou a paisana, ai é demais matar médico assim não da.
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