Rússia e China enfrentam críticas de países ocidentais e protestos no mundo árabe após vetarem resolução contra regime
O Conselho Nacional Sírio (CNS), que reúne grupos de oposição da Síria, afirmou neste domingo que a Rússia e a China deram uma "licença para matar" ao presidente Bashar Al-Assad ao vetarem uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) contra seu regime.
Leia também: Rússia e China vetam resolução da ONU contra a Síria
Foto: AP
Manifestantes queimam bandeiras da China e da Rússia durante protesto em Beirute, no Líbano
"O CNS considera ambos os países responsáveis pelo agravamento das mortes e genocídio, e considera este passo irresponsável uma licença para que o regime sírio mate sem ser responsabilizado", disse uma declaração divulgada pelo grupo.
A ativista iemenita e vencedora do prêmio Nobel da Paz Tawakul Karman também afirmou que os dois países passaram a ter responsabilidade moral pelas mortes na Síria.
Rússia e China, membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, rejeitaram a proposta de resolução que defendia "uma transição política, liderada pela Síria, para um sistema político democrático e plural".
O veto já havia sido duramente criticado por diplomatas ocidentais, que se disseram "indignados" e "horrorizados" com a rejeição do texto. A proposta de resolução - que contava com o apoio dos outros 13 integrantes do Conselho e da Liga Árabe, representante dos países da região - era considerada por analistas como o esforço mais importante feito até agora pela ONU para solucionar a crise na Síria.
A decisão aconteceu em um dos dias mais sangrentos desde o início do levante contra o governo de Bashar al-Assad, há 11 meses. Grupos rebeldes e ativistas dizem que um ataque militar contra a cidade de Homs na madrugada de sábado teria deixado mais de 200 civis mortos.
Foto: AP
Menino participa de protesto contra Assad em Binsh, perto de Idlib, na Síria (03/02)
A mídia estatal síria negou que tenha havido uma ofensiva militar em Homs e acusou a oposição de ter inventado os ataques. A imprensa oficial também elogiou o veto de Rússia e China, alegando que ele será um incentivo para as reformas políticas prometidas pelo governo.
Críticas
A Rússia é o principal aliado da Síria no Conselho de Segurança da ONU e já tinha afirmado que iria vetar a resolução. O ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, criticou a proposta de resolução que, segundo ele, tinha medidas apenas contra o presidente Bashar al-Assad e não previa punições aos grupos de oposição armados.
Lavrov deve se reunir com Bashar al-Assad em Damasco na terça-feira, junto com o chefe do Serviço de Inteligência Internacional da Rússia, Mikhail Fradkov.
Mohammed Loulichki, embaixador do Marrocos na ONU e único membro árabe do atual conselho da ONU, afirmou que estava profundamente "decepcionado" com o veto de Rússia e China à resolução.
A embaixadora americana na ONU, Susan Rice, afirmou que o veto foi "vergonhoso" e mostrou que os russos e chineses "protegem um tirano". "Qualquer derramamento de sangue estará nas mãos deles", acrescentou Rice.
O enviado do Reino Unido à ONU, Mark Lyall Grant, afirmou que os britânicos estão "chocados" com a rejeição da resolução. O embaixador francês na ONU, Gerard Araud, também lamentou a decisão. "É um dia triste para o conselho, um dia triste para todos os sírios e um dia triste para a democracia", disse.
A ONU parou de estimar o total de mortos durante os confrontos na Síria quando o número chegou a 5,4 mil, em janeiro, alegando que era muito difícil confirmar os dados. O governo sírio diz que pelo menos 2 mil integrantes das forças de segurança foram mortos "lutando contra gangues armadas e terroristas".
Protestos
Neste domingo, dezenas de manifestantes invadiram a Embaixada da Rússia em Trípoli, na Líbia, em protesto contra o veto de Moscou.
Os manifestantes, que içaram na embaixada a bandeira-símbolo da rebelião síria (verde, branca e preta), também pediram ao Conselho Nacional de Transição (CNT) - governo provisório líbio - que expulse o embaixador russo na Líbia.
No momento da invasão o embaixador russo não estava no prédio, mas vários funcionários da missão diplomática tiveram de abandonar o local. Os jovens acusavam a Rússia de apoiar governos árabes tirânicos durante as revoltas da Primavera Árabe e de negar apoio à revolução popular na Líbia, que derrubou o regime de Muamar Kadafi em outubro do ano passado.
Em Beirute, capital do Líbano, manifestantes protestaram em frente às embaixadas chinesa e russa, num ato convocado pela Coordenação Libanesa para o Apoio à Revolução Síria.
Enquanto isso, outro ato reunia, a alguns metros dali, centenas de sírios e libaneses partidários do regime, exibindo imagens de Bashar al-Assad, do líder do Hezbollah libanês, Hassan Nasrallah, e bandeirolas em homenagem a Rússia e China.
IG Com BBC, AFP e EFE
Rússia e China não propuseram uma zona de exclusão aérea sobre a Síria ou mataram um único militar ou rebelde sírio. Eles se opuseram a aceitar mais uma ingerência dos EUA e seus cãozinhos amestrados. Com certeza se os intentos norte americanos tivessem sido aprovados, poucos se dariam conta de que haviam dado autorizaçao para que a alcatéia da ONU matassem e dominassem sob o pretexto de libertar. Acho que esta é a coisa mais importante que aconteceu em uma votação da ONU neste novo milênio. Os opositores dos EUA e ONU finalmente se posicionaram e demonstram que estão dispostos a impedir o avanço desse imperialismo galopante.
ResponderExcluirRússia e China não propuseram uma zona de exclusão aérea sobre a Síria ou mataram um único militar ou rebelde sírio. Eles se opuseram a aceitar mais uma ingerência dos EUA e seus cãozinhos amestrados. Com certeza se os intentos norte americanos tivessem sido aprovados, poucos se dariam conta de que haviam dado autorizaçao para que a alcatéia da ONU matassem e dominassem sob o pretexto de libertar. Acho que esta é a coisa mais importante que aconteceu em uma votação da ONU neste novo milênio. Os opositores dos EUA e ONU finalmente se posicionaram e demonstram que estão dispostos a impedir o avanço desse imperialismo galopante.
ResponderExcluirMuuuuuuuuuuito Boa Jorge Falcão. Gostei de sua abordagem a respeito disso aqui.
ResponderExcluirNão é uma questão de apoiar um ou outro nesta encrenca, é uma justa visão dos fatos e da qual compartilho, pois russos e chineses primam para que cada povo decida de forma pacífica pela alternância do poder e não através de interferência externa que encontram pretextos e apóiam medidas reinvindicadas por grupos de oposição para derrubar um governo. Mesmo que esteja e isto é fato, uma repressão na Síria, são os sírios que terão que chegar a um consenso seja com apoio externo, mas, mas que respeitem os assuntos internos sírios. Eles chegando a um consenso evitará males maiores. Mas o processo sírio atual, está contaminado por fortes e claras ações externas em várias frentes e que levam ao agravamento da crise síria, algo que interessa a elite global nos seus macabros planos de dominação.
Temos que ter este equilíbrio global, mesmo que alguns não gostem, apontando nos ser um ato absurdo, criminoso, mas usam o interesse da defesa humanitária para justificar e angariar apoio para suas ações hostis, como foi contra o regime de Kadafi na Líbia, prostituindo-na para os urubus sanguessugas do sistema que estão lá compartilhando de grandes reservas de petróleo e ouro líbios.
E se deixarem querem fazer isto com Síria e tb contra muitos e muitos países. Abramos os olhos, inclusive nós aqui no Brasil.
Abraços
Ai o bicho vai pegar, coitado do ASSAD, vai sair dessa assado igual um frango
ResponderExcluirCom Árabe o lema é: MATOU, MORREU.
ResponderExcluirEu gostaria de saber se os Chineses irão respeitar a soberania dos paises vizinhos no Mar da China. E se a Russia possui uma relação diplomatica com os paises vizinhos, antigos estados da URSS. Não existe ninguem santo. A Russia está vendendo armas oficialmente a Siria e aposto que deve estar tambem fornecendo clandestinamente.
ResponderExcluirSe o ASSAD é um Ditador ele deve ser retirado do poder SIM, e q a Russia exerca sua força EXIGINDO a DEMOCRACIA participando da coalizão. Quem sabe poderia até influenciar politicamente o novo governo.
Muito BLA BLA BLA